Paraná Clube perde para o lanterna do Brasileirão

Numa temporada complicada, o Paraná conseguiu a proeza de perder duas vezes para o pior time do Brasileirão. O resultado não tira o América-RN da lanterna, mas coloca o Tricolor novamente na zona de rebaixamento. Num sobe e desce interminável, o representante paranaense  vê o risco da degola cada vez mais palpável.

Abusando da lentidão e dos erros de passes, o Paraná Clube repetiu seus piores momentos neste campeonato. O time de Lori Sandri levou sufoco e só não seguiu para o vestiário amargando uma desvantagem de dois gols por um tremendo erro da arbitragem. Curiosamente, foi o ?rebaixado? América-RN quem mais se interessou pelo jogo, enquanto o Tricolor, confuso dos pés à cabeça, pouco ameaçou o goleiro Sérvulo.

Nem parecia que em campo estava praticamente o mesmo time que há quatro dias venceu com autoridade o Fluminense. Com um meio-de-campo confuso e sem explorar as alas, o Paraná foi se perdendo nos próprios erros e começou a viver de ligações diretas, sem efeito algum. Vendo que o bicho não era tão feio, o América se lançou à frente e passou a exigir trabalho de Flávio. Até que o goleiro falhou.

Numa cobrança de falta da intermediária, Souza bateu forte e Flávio soltou nos pés de Carlos Eduardo, que conferiu: 1×0, aos 30 minutos. Nem o gol acordou o Tricolor. Tanto que pouco depois, aos 39 minutos, o América chegou novamente. Num cruzamento para a área, Reinaldo cabeceou, Flávio enrolou-se todo e a bola entrou. Mas o árbitro Paulo César Oliveira e a assistente Angela Paula Régis Ribeiro não viram, para sorte do Paraná. E como o vento começava a soprar favoravelmente, aos 44? o time paranaense achou o empate. Josiel fez a jogada, tocou para Vandinho e recebeu na frente -após furada espetacular de Jefferson – e conferiu, seu 18.º gol no Brasileiro.

Foi só o 2.º tempo começar para o Paraná mostrar um pouco mais de vontade. Logo aos 6 minutos, Adriano mandou um balaço de fora da área, virando o jogo. Só que a vantagem parcial não mudou o espírito do Tricolor. O América seguiu no comando das ações e chegou ao empate aos 19 minutos. Depois de uma pancada de longe, que desviou na zaga, Flávio deu rebote para o meio da área e Wesley Brasília conferiu o empate.

As alterações de Lori não surtiram efeito algum e o castigo veio a 11 minutos do fim. Washington entrou na área e, pressionado por Batista, caiu. Paulo César compensou o erro do primeiro tempo marcando pênalti que não ocorreu. Wesley mandou no canto para definir o placar: 3×2. A sina Tricolor segue no fim de semana, mais uma vez fora de casa, contra o Figueirense. Um drama para uma equipe que segue sem forças para vencer fora de casa, amargando nada menos que oito derrotas seguidas como visitante.

Sem personalidade, desespero toma conta do clube

Aturdidos com o novo vexame, os dirigentes do Paraná Clube não acharam justificativas para a falta de personalidade do time. O vice de futebol, José Domingos, tentou encontrar palavras de ânimo, mas admitiu que ?a coisa tá feia? e que se não mudar de atitude, o caminho do Tricolor será a segunda divisão. Nas entrelinhas, deixou transparecer o desespero que já toma conta do clube.

Cabisbaixos, os jogadores não encontravam explicação para o péssimo desempenho diante de um América sem responsabilidade alguma na competição. ?Agora, temos que vencer o Figueirense, de qualquer jeito?, sentenciou o volante Adriano. Mas como esperar reação de um time que perdeu as últimas oito partidas que disputou fora de casa? Lori Sandri reconhece que a instabilidade emocional é um obstáculo que se mostra quase intransponível.

?Não sei o que acontece. O time parece que trava, ao sair de casa?. Nas contas do treinador, a salvação do Paraná está nos quatro jogos programados para a Vila Capanema, contra Flamengo, Inter, Goiás e Santos. ?Porém, temos que encontrar um jeito de somar alguns pontinhos fora, senão…?, disse o treinador. Os dirigentes não comentaram sobre uma possível mudança no comando técnico e Lori Sandri disse que não ?jogou a toalha?.

?Tenho experiência suficiente para encarar esse desafio. É preciso paciência, pois só trocar por trocar não leva a lugar algum. Temos nove jogos para vencer pelo menos quatro e isso é possível?, disse o experiente treinador. Só que mais uma vez, Lori terá problemas para escalar o time. Além de Beto – que com um traumatismo craniano, segue fora – ele não poderá contar com o ala Adriano Bahia. Ele sofreu uma séria lesão no joelho esquerdo. O volante Rafael Muçamba também se lesionou e será reavaliado hoje.

CAMPEONATO BRASILEIRO

29ª RODADA

AMÉRICA-RN 3×2 PARANÁ CLUBE

AMÉRICA

Sérvulo; Carlos Eduardo, Róbson e Rogélio; Ney Santos (Chiquinho); Tony (Washington), Reinaldo, Souza e Berg; Wesley Brasília (Lano) e Leandro Sena.

Técnico: Paulo Moroni.

PARANÁ

Flávio; Daniel Marques, Nem (João Paulo) e Luís Henrique; Vandinho; Rafael Muçamba, Adriano, Batista e Adriano Bahia (Éverton); Jefferson (Lima) e Josiel.

Técnico: Lori Sandri.

SÚMULA

Local: Machadão (Natal).

Árbitro: Paulo César Oliveira (Fifa-SP).

Assistentes: Irani Pinto da Paz (PE) e Ana Paula Régis Ribeiro (MG).

Renda e público: não fornecidos.

Gols: Carlos Eduardo a 30° e Josiel a 44° do 1º tempo. Adriano a 6°, Wesley Brasília a 19° e Wesley Brasília (pênalti) a 34° do 2º tempo.

Cartões amarelos: Nem (Paraná).

Voltar ao topo