Ageu diz que o time deve
manter o mesmo embalo.

O Paraná Clube vai usar o contragolpe como sua principal arma no jogo do próximo domingo, em Fortaleza.

A estratégia é jogar no erro do adversário, que entra em campo pressionado pela necessidade de vitória. O clube cearense ocupa a antepenúltima posição, com somente dois pontos de vantagem sobre Grêmio e Bahia, últimos colocados do campeonato brasileiro.

Esse foi o principal assunto da rápida conversa entre comissão técnica e jogadores, antes do treino de ontem à tarde. Saulo de Freitas usou como parâmetro o recente jogo em Porto Alegre, diante do Grêmio. “Vencemos aquela partida, mas porque soubemos jogar com inteligência”, lembrou o treinador. “Tivemos um comportamento tático perfeito, mantendo uma postura firme de marcação do primeiro ao último minuto.”

Apesar da ofensividade ser o ponto forte do Tricolor, Saulo quer o time atento para administrar a pressão inicial do adversário e explorar os espaços com a qualidade do quarteto de frente. Devido à boa fase de seus atacantes, muitas vezes o Paraná tem deixado sua defesa exposta, num “risco calculado”. Desta vez, a ordem é não oferecer o contragolpe ao Fortaleza, que se não vencer essa partida ficará em situação muito delicada.

O tricolor cearense faz dois jogos seguidos em casa -contra Paraná e Coritiba – e na última rodada enfrenta a Ponte Preta em Campinas. Para conter a previsível pressão do adversário, Saulo espera contar com o time completo. O volante Pierre é peça-chave neste sistema de marcação, mas só terá sua presença confirmada amanhã. A contusão no joelho esquerdo não foi grave e ontem ele já fez trabalhos físicos.

A previsão dos médicos -pois o laudo da ressonância magnética não mostrou lesão em ligamentos ou meniscos -é de que hoje ele já possa participar de parte dos treinamentos. Com Pierre e Fernando Miguel o Paraná melhora o índice de “bolas roubadas” e garante uma proteção mais efetiva de sua zaga. A meta para as três rodadas finais é somar no mínimo 4 pontos, o que asseguraria – nas contas da comissão técnica – a classificação para a Sul-Americana.

“Se somarmos um ponto nestes jogos fora de casa, decidimos tudo em casa”, comentou Saulo. “Mas, o objetivo é garantir a vaga o quanto antes”. Além do Fortaleza, o Paraná ainda enfrenta o Corinthians, em São Paulo, e fecha sua participação no Brasileirão diante do Vitória, no Pinheirão. “Tenho uma certeza: fizemos um bom jogo frente ao Cruzeiro e perdemos no detalhe. O time continua embalado na busca pelo seu objetivo”, finalizou o técnico paranista.

Capitão defende mesma postura

A linha de trabalho, na visão do capitão Ageu, não deve ser alterada. A derrota para o Cruzeiro e o fim da invencibilidade de nove jogos trouxeram novos questionamentos à condição da zaga do Paraná Clube. Com 69 gols sofridos, tem a quinta defesa mais vazada do Brasileirão, à frente apenas de Ponte Preta, Fluminense, Paysandu e Bahia. “A cobrança é natural e não deve afetar nosso dia-a-dia”, comentou Ageu.

O zagueiro acredita que a derrota para o Cruzeiro já foi assimilada. “Jogamos bem e os números comprovam isso. O placar só foi desfavorável porque eles foram mais felizes nas finalizações”, lembrou. Saulo concorda, pois o scout do jogo mostra que o Paraná efetuou 17 finalizações contra 13 do time mineiro. “Tivemos alguns deslizes individuais e isso já foi conversado internamente”, disse Saulo.

Ageu e Cristiano Ávalos formam a dupla de área titular desde o início do Brasileirão. Eles não questionam o estilo de jogo, que prioriza o ataque. “O time está jogando bem e tirando proveito da qualidade de nossos jogadores de frente”, disse Ageu. “Como perdemos, as cobranças ocorrem. Mas, se a defesa fosse ruim, não ficaríamos tanto tempo invictos”, disse. Na série de nove jogos sem derrota, em três deles o time não sofreu gols.

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