Paraná Clube encara o Sport na próxima fase

O Paraná goleou o Cerâmica-RS de virada, ontem, na Vila Capanema, e espantou a maldição de um time que há um mês não conseguia vencer dentro de seus domínios.

Sapecou 6 a 1 e avançou para a próxima fase da Copa do Brasil, onde vai enfrentar o Sport, que ontem eliminou o Brasília por 4 a 2, no Distrito Federal e carimbou a vaga sem a necessidade do jogo de volta.

Em noite inspirada de Márcio Diogo, o pupilo de Marcelo Oliveira marcou dois, deu o passe para outros dois e saiu de campo ovacionado pela torcida tricolor. A partida também foi de alegria para Toscano, que desencantou e também fez dois. Everton e Igor, que entraram no segundo tempo, completaram a goleada.

Na primeira etapa, o Tricolor entrou perdido em campo. Além de Donizetti, o goleiro gaúcho, atuar inspirado e livrar o Cerâmica de sofrer gols com defesas espetaculares, Juninho passou por um verdadeiro inferno astral e deu de bandeja o primeiro gol dos visitantes.

Aos 12, em uma bola lançada na área, Irineu protegeu e deixou a responsabilidade para Juninho fazer uma defesa teoricamente fácil. O arqueiro, no entanto, falhou e soltou a bola nos pés de Santiago, que só teve o trabalho de empurrar para o fundo das redes.

Perdendo o jogo e, momentaneamente, a classificação, a torcida ficou irritada e nada dava certo para o time da Vila Capanema. Ouvindo vaias e xingamentos, os jogadores deixaram o campo e rumaram para o vestiário no fim da primeira etapa.

Em conversa com seus comandados, pela primeira vez desde que chegou ao Paraná, Marcelo Oliveira perdeu a paciência e deixou seu jeito tranquilo de ser para gritar com os jogadores. “Vamos perder para o Cerâmica, aqui, pô?”.

O time acordou no segundo tempo e voltou mais atento, após a entrada de Everton e Vinícius, o que deu cara nova ao Paraná. Foi aí que valeram as preces do evangélico atacante Márcio Diogo.

Não fosse sua religiosidade, poderia se dizer que ele infernizou a zaga gaúcha. Mas, devido a sua fé, é melhor classificar o que ele fez como uma verdadeira benção ao companheiro Juninho.

Aos 5, a bola sobrou na área e ele empatou o jogo. Aos 12 aproveitou uma bola cruzada por Diego Correa e virou de cabeça. Aos 21, ele viu Everton pela ponta e tocou.

Seu companheiro chutou cruzado e marcou o terceiro. Aos 29 foi a vez de ajudar na redenção de Marcelo Toscano, que foi presenteado com um toque na cara de Donizetti e marcou o quarto.

Apesar da substituição de Márcio Diogo, seus companheiros continuaram dando conta do recado. Aos 32, Toscano avançou pela direita, a zaga deu liberdade e ele invadiu a área.

Só restou a ele o trabalho de tocar na saída do goleiro visitante. Três minutos depois, foi a vez de Igor chutar cruzado e finalizar o placar na Vila Capanema, para a alegria da torcida que gritava: “O tricolor voltou. O tricolor voltou!”.