Paraná Clube encara clássico como auto-afirmação

O Paraná Clube joga suas fichas nas estréias de Alcir, Gélson Baresi e Jean Carlo. A experiência falou mais alto e o técnico Saulo de Freitas decidiu escalar o trio no clássico de hoje – às 16h, no Pinheirão -, diante do Coritiba.

Com uma tabela “complicada” pela frente e necessitando de auto-afirmação, o tricolor vai para o tudo ou nada neste “tira-teima”. O tricolor perdeu os últimos quatro confrontos para o rival, mas mesmo assim mantém ligeira vantagem no retrospecto (24 vitórias contra 22 derrotas e 21 empates).

Após o inesperado tropeço em Francisco Beltrão, o Paraná mudou radicalmente seu perfil. Mesmo sem as condições ideais, o ala Alcir, o zagueiro Gélson Baresi e o meia Jean Carlo reforçam a equipe. O plano de Saulo visa a um maior equilíbrio tático do time, com uma saída de bola qualificada e o toque refinado de Jean Carlo para cadenciar o jogo. Sem “chutões” e ligações diretas entre defesa e ataque, o tricolor quer fazer valer o mando de campo para evitar uma “crise interna” logo no início da temporada.

Sem o tempo ideal de preparação do time – a pré-temporada teve somente duas semanas de duração e o grupo ainda está sendo formado -, Saulo aposta na mesma receita do ano passado. Mantém o perfil tático do time, apesar da saída de 90% dos titulares do ano passado. Para o sucesso da estratégia, o treinador depende da perfeita sincronia dos volantes. Por isso, ele decidiu trocar a dupla que não esteve bem em Beltrão e dar oportunidade a João Vítor e William.

Somente três semanas após o início das atividades, o elenco segue em “mutação constante”. A diretoria promete reforços para os próximos dias. O meia-atacante Sidnei deve estar em Curitiba amanhã e ainda hoje um volante pode ser anunciado. Da mesma forma que jogadores chegam, as dispensas tornam-se inevitáveis. O volante César Romero – titular em Francisco Beltrão e “barrado” para o clássico – não terá seu contrato renovado e já está em disponibilidade. Outros jogadores que terão contratos rescindidos são o lateral-esquerdo Anderson e os atacantes Wellington e Washington.

A posição tomada pela diretoria torna evidente a fragilidade do atual elenco, tendo como base jogadores formados no próprio clube, mas com futuro pouco promissor. Por isso, mesmo evitando o assunto às vésperas de um clássico, a busca por reforços segue em ritmo acelerado. Leonardo, do Belenenses, continua na agenda, mas há outras opções de ataque. O objetivo é acertar essas contratações ainda esta semana. O meia Athos, após período de testes, deve assinar contrato com o clube para a disputa do paranaense.

Lopes muda esquema e escala Ataliba

Cristian Toledo

O Coritiba muda para não mudar. Pelo menos é o que se depreende após o treino de ontem, no Couto Pereira, o último antes do clássico das 16h contra o Paraná. Após a decisão de Antônio Lopes em trocar o sistema tático (do 3-5-2 para o 4-4-2), o trabalho serviu para adaptar Ataliba à equipe titular. Mas não se alterou o intrincado sistema de movimentação, que ainda confunde os jogadores.

E foi o que aconteceu no treino. O esquema com quatro zagueiros é pouco usado no Coritiba desde que Ivo Wortmann assumiu a equipe, em 2000 – o último período constante foi com o hoje técnico da seleção olímpica Ricardo Gomes, no brasileiro de 2001. Talvez por isso, os defensores demonstraram sentir a dificuldade de adaptação. “A gente até jogou assim com o (Paulo) Bonamigo, mas o jeito é diferente e ainda estamos aprendendo”, reconhece o capitão Reginaldo Nascimento, que será o quarto-zagueiro.

Na hora de ajustar a marcação, os laterais Tesser e Lira precisam fechar alternadamente – Ataliba e Roberto Brum ficarão mais presos no meio. Na teoria, todo mundo pegou a idéia de Lopes. “Eles entenderam porque essa movimentação é o bê-á-bá do futebol”, diz o treinador. Na prática, entretanto, a defesa ficou ?embatucada?, falhando em vários momentos.

Com a dificuldade, aumenta o trabalho de Danilo, Nascimento, Brum e Ataliba – este faz sua reestréia no Coritiba, após seis meses no Japão e uma temporada no Sport Recife. “Fiquei feliz porque o professor Lopes pediu que eu permanecesse. A partir dali eu passei a acreditar que teria uma chance”, diz o volante, que mudou em parte suas características em Pernambuco. “Lá eu joguei como primeiro volante, e aprendi a jogar bem na frente da zaga.”

No clássico, Ataliba ficará como volante pela esquerda, com o “Senador” ficando na direita. Fica formado, portanto, um ?quadrado? no meio, já que Éder será o meia-esquerda e Capixaba o meia-direita. A intenção de Antônio Lopes é dar maior liberdade à dupla. “Quero que eles fiquem mais perto do ataque, que municiem mais o Luís Mário e o André”, explica o treinador alviverde.

Tudo para conseguir uma vitória, que além de reabilitar o time no paranaense, evita uma ameaça de crise que se instalaria cedo demais. “A gente tem que arcar com as conseqüências caso perca. Por isso, é muito importante a vitória no clássico, apesar de estarmos no início da temporada”, finaliza Nascimento.

CAMPEONATO PARANAENSE

PARANÁ CLUBE X CORITIBA

Paraná:

Flávio; Alcir, Gelson Baresi, Fernando Lombardi e Marcos Lucas; João Paulo, William, Everton e Jean Carlo; Alex e Ednaldo. Técnico: Saulo de Freitas

Coritiba:

Fernando; Tesser, Danilo, Reginaldo Nascimento e Lira; Ataliba, Roberto Brum, Luís Carlos Capixaba e Eder; Luís Mário e André Nunes. Técnico: Antônio Lopes

Súmula
Local:

Pinheirão
Horário: 16h
Árbitro: Cleivaldo Bernardo
Assistentes: Faustino Vicente Lopes e Sirley Piva

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