Paraná Clube despencou, mas Adilson acredita

Os três primeiros meses de competição trouxeram alegrias e frustrações para o torcedor do Paraná Clube. O início da campanha foi surpreendente, principalmente pela juventude de uma equipe totalmente reformulada para este Brasileirão. O Tricolor conseguiu criar uma identidade e fez do Pinheirão o seu “alçapão”. O desempenho só não foi melhor porque fora de casa o time ainda se mostrava instável. Veio a inesperada troca no comando técnico e o período de adaptação à nova filosofia trouxe dificuldades acentuadas.

Com Adílson Batista no lugar de Cuca, o Paraná goleou o Flamengo (6×2), mas estacionou. Foram três derrotas consecutivas e com o empate no último domingo o Tricolor chegou ao incômodo “jejum” de quatro rodadas sem vitórias. A missão de Adílson será reverter este quadro ao longo desta última “semana cheia”. O mês de julho será marcado por jogos a cada três ou quatro dias. Serão sete rodadas ao longo do mês, praticamente fechando o primeiro turno do campeonato brasileiro a última rodada acontece no primeiro fim-de-semana de agosto.

A queda de rendimento acabou causando um grande distanciamento do “pelotão de frente”. Se até a 11.ª rodada o Tricolor esteve sempre entre os cinco melhores, hoje é apenas o 13.º e o desempenho ao longo do último mês é preocupante: somente 26,67%. A comissão técnica vê aspectos positivos nas duas últimas partidas, contra Internacional e Atlético-MG. “Jogamos em igualdade de condições contra duas equipes bem estruturadas e que estão nas primeiras posições”, lembrou Adílson Batista. É nesta evolução que ele aposta para uma seqüência positiva de resultados, a começar com o desafio do próximo sábado, quando o Paraná encara o Vasco de Edmundo e Marcelinho, em São Januário.

O Tricolor ainda traz consigo o incômodo rótulo de “bom visitante”. A equipe não consegue uma vitória fora de casa em campeonatos brasileiros desde 28 de setembro do ano passado. Além disso, o Paraná jamais venceu em São Januário, em cinco jogos disputados (quatro derrotas e um empate naquele jogo que não terminou porque Eurico Miranda invadiu o campo quando o placar estava 1×1 e o Vasco estava com três jogadores a menos). Para derrubar estes “tabus”, o primeiro passo é acertar a pontaria e deixar de ser um time “burocrático”.

Na última partida, o Paraná deixou de abrir vantagem no primeiro tempo, com Renaldo e Fernandinho desperdiçando chances incríveis. Na fase final, livrou-se de sofrer pelo menos três gols (em ótimas intervenções de Flávio, com a participação de Ageu e da trave) e para complicar só finalizou quatro vezes contra o gol do “intranqüilo” Eduardo.

Tricolor continua em primeiro nos dribles

A queda na produtividade de Caio não refletiu na média de dribles do Paraná Clube. A equipe continua com o melhor índice neste fundamento entre os 24 participantes do Brasileirão com 20,8 dribles por jogo, pelos números do Datafolha. O Tricolor é perseguido de perto pelo Fluminense (19,9) e pelo Coritiba (19,1). O drible pode ser um recurso para vencer “retrancas”, mas ele também gera um elevado número de faltas.

O Paraná que chegou a ser apontado como um time violento no início da competição também é um dos times que mais sofre faltas no campeonato brasileiro. São 29,9 por jogo. Na melhor filosofia “olho por olho, dente por dente”, o Tricolor é também a equipe mais faltosa após 15 rodadas realizadas: 32 faltas/jogo. Adílson Batista, zagueiro de origem, não é adepto de estratégias defensivas e orienta seus jogadores a evitar jogadas mais viris.

“A falta como recurso de jogo é válida. Mas só assim”, diz. O treinador já mostrou um pouco deste pensamento nos treinos, onde chegou a expulsar Fernando Miguel e a repreender Ageu por entradas mais duras em companheiros de clube. Na 13.ª posição, com um rendimento de 42,22%, o Tricolor sabe que para atingir seus objetivos terá que recuperar nos próximos jogos os pontos desperdiçados diante de Paysandu, Juventude, Inter e Atlético-MG. Quando assumui, Adílson Batista disse que a meta era chegar entre os três primeiros. Desde então, o Tricolor perdeu cinco posições na classificação geral. (IC)

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