Paraná Clube constrói o CT com apoio da galera

O Paraná Clube pretende viabilizar a utilização dos novos campos da sub-sede Quatro Barras até o início de abril do ano que vem. Sem recursos para acelerar as obras, o projeto está sendo desenvolvido na base do mutirão. Com bingos e doações, várias etapas foram executadas e até o fim do ano outras duas fases deverão estar prontas, com a colocação de areia e terra nos três campos oficiais.

Tornar o CT operacional é um desafio para a diretoria, que vê nessa obra a condição de buscar um salto de qualidade na reestruturação de suas categorias de base.

O diretor financeiro do Tricolor, Durval Lara Ribeiro, está à frente do projeto, e com a arrecadação de dois bingos (o primeiro deles em 2000 e o outro no ano passado), conseguiu tirar o projeto do papel. Sem “sonhos de grandeza”, o Paraná optou por uma obra relativamente barata e que poderá evoluir gradualmente, na medida em que o clube recuperar seu “status” no cenário brasileiro. O projeto inicial previa a construção de uma dezena de campos de treinamento e de um hotel para a concentração do elenco principal e hospedagens de delegações visitantes.

“É utopia, hoje, esperar que o clube construa sozinho algo desse porte”, reconhece Durval Ribeiro. Por isso, essas idéias foram deixadas de lado. “Vamos tornar o CT viável para a sua função: preparar jogadores de qualidade e que possam vestir a camisa do Paraná.” O Tricolor quer concluir, inicialmente, os três campos e num segundo passo transformar a atual sede em um alojamento para os garotos. O CT também visa “isolar” os garotos das constantes ações de empresários.

Após terminar a terraplanagem, a obra foi segmentada em sete etapas e a terceira delas já está em fase de conclusão. Inicialmente, foi feita a regularização e o plantio de grama nos taludes, numa área total de 3.300 m2. Na seqüência, foi instalado manilhamento para rede de águas pluviais. Nos próximos 15 dias, será concluída a drenagem nos campos. As últimas pendências serão pagas com um bingo programado para a próxima segunda-feira, às 20 horas, na sede da Kennedy.

“Tenho orgulho de dizer que tudo está sendo viabilizado com a mobilização dos torcedores e conselheiros. A receita do clube hoje está comprometida com a manutenção do elenco e dos funcionários. Não adianta ficar esperando”, comentou Durval Ribeiro. Nesse “mutirão tricolor”, o clube agora busca doações para a colocação de 2.700 m3 de areia (380 caminhões). Depois, serão mais 1.500 m3 de terra e tudo deve estar pronto até o início de janeiro, quando o gramado deve ser colocado.

Para garantir maior qualidade do piso, a grama será plantada em muda e não em leiva. A viabilização do CT não significa que o clube abdicará da Vila Capanema e da Vila Olímpica. Os profissionais continuarão utilizando estas áreas de acordo com a necessidade. “O objetivo é dar conforto aos jogadores de base e ainda criar uma categoria intermediária, para observarmos os atletas que nos são oferecidos, mas que por falta de estrutura não recebem oportunidade, aqui ou em outro clube”, finalizou Ribeiro.

Conselheiros decidem hoje um estatuto para o clube

O futuro político do Paraná Clube começa a ser definido hoje à noite, em mais uma reunião dos conselhos deliberativo e normativo. Na oportunidade, poderá ser aprovada a minuta do novo estatuto, que está sendo adaptado ao novo Código Civil Brasileiro. Se não houver novos entraves, os conselheiros podem aprovar a alteração, que então seria encaminhada para votação em assembléia geral.

Existem duas correntes, uma favorável à adoção imediata de uma nova regulamentação, onde o associado elegeria o presidente do clube e outra que entende não haver obrigatoriedade imediata da aplicação dessa regra, pois até o dia 10 de janeiro os clubes ainda seriam regidos pela legislação anterior. Pelo estatuto do Paraná, nesse caso, apenas os integrantes do conselho administrativo teriam direito a voto, sendo que o presidente do clube sairia, obrigatoriamente, desse conselho.

Dois candidatos já trabalham nos bastidores, José Alves Machado e José Carlos de Miranda. O atual presidente, Enio Ribeiro de Almeida, não descarta uma reeleição e garante que no momento a diretoria do Paraná está voltada para outras prioridades. “Em 99, ficamos discutindo reforma estatutária e nos esquecemos do que realmente importava. Fomos castigados com o rebaixamento”, lembrou o dirigente. “Hoje, já não corremos esse risco, mas estamos muito perto da sul-americana e os paranistas devem estar atentos a isso. Há tempo, na seqüência, para que adequemos o clube à nova realidade”, afirmou.

Enio Ribeiro trabalha também na possível inclusão do Paraná no Clube dos 13. Essa questão pode ser oficializada antes mesmo do término do campeonato brasileiro. “O processo está bem encaminhado”, assegura o dirigente. O Paraná, ao lado do São Caetano, são os únicos clubes que não integram a associação e estão entre os dez primeiros do Brasileirão. O fato de dois “grandes” ainda estarem ameaçados pelo rebaixamento pode favorecer Paraná e São Caetano.

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