É pra matar do coração. No último lance, o Paraná Clube venceu o Gama por 2×1 ontem, no Mané Garrincha vazio, em Brasília. Os heróis foram os zagueiros Leandro e Fabrício, que cumpriram seu papel na defesa e marcaram os gols da vitória.

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O resultado deixa o Tricolor longe da zona de rebaixamento da Série B. Uma vitória sábado, contra a Ponte Preta, deve definir a permanência da equipe na Segundona.

O Paraná entrou em campo sob intensa mobilização. Com dois dias em Brasília, os jogadores conversaram muito, treinaram sem a pressão da torcida e foram alvo de um trabalho motivacional da comissão técnica.

O auxiliar técnico André Chita preparou um vídeo com imagens dos trezentos funcionários do clube, que dependem do sucesso do time para viver. Foi com este estímulo que a equipe entrou em campo, empurrada pelos seis torcedores tricolores que estavam no Mané Garrincha.

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Do lado dos donos da casa, quase ninguém. Somente 118 pessoas pagaram ingresso. Era um clima de fim de feira, com o Gama praticamente rebaixado. Nem mesmo a demarcação do gramado tinha sido feita.

“Não sei nem o que falar”, resumiu o atacante Ricardinho, ao ver a “várzea” instalada em Brasília. O árbitro André Luiz de Freitas Castro decidiu que fossem riscadas as linhas das áreas – com onze minutos de atraso, apareceu o cidadão para pintar o campo. E a partida iniciou 23 minutos depois do previsto, sem linhas laterais, linhas de fundo, pequena área e círculo central.

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Apesar do inusitado da situação, o jogo foi movimentado no primeiro tempo. Os goleiros Mauro (Paraná) e André Zandoná (Gama) foram obrigados a trabalhar bastante, principalmente com arremates de média e longa distância.

O Tricolor até poderia terminar a etapa inicial com vantagem, mas a equipe não aproveitou como deveria os espaços cedidos pelos donos da casa no meio-campo. “Começamos bem, mas erramos demais. Temos que melhorar o passe para chegar no gol com mais qualidade”, afirmou o meia Giuliano.

Ele não ficou em campo para melhorar. O armador saiu no intervalo para a entrada de Vagner – a opção de Paulo Comelli foi fechar o meio para liberar mais os avanços de Murilo e Rogerinho pelas laterais.

E deu certo, tanto que o Paraná passou a controlar a partida e, aos 20 minutos, abriu o placar com Leandro. O zagueiro teve que chutar três vezes, de dentro da pequena área (quer dizer, imagina-se que era), para marcar.

Mas em quatro minutos tudo se complicou. Primeiro com o pênalti que Agenor fez em Edimar – Pedro Paulo cobrou e converteu aos 23 minutos. No lance seguinte, Pituca fez falta desnecessária e acabou expulso.

Daí em diante, apesar de criar algumas oportunidades, o Tricolor virou alvo da pressão do Gama, que abusou das bolas alçadas na área. E talvez por isso não marcou, pois Leandro e Fabrício trabalhavam bem e seguravam o resultado.

E tinha que ser Fabrício o herói da noite. Aos 47, ele fez jogada de centroavante e sofreu pênalti. Dois minutos mais tarde, ele cobrou e deu a vitória que afasta o Paraná do risco da Terceirona.