Paraná Clube concentrado para o jogo contra o Engenheiro Beltrão

?É uma pedra no nosso sapato?. Com essa frase, o técnico Paulo Bonamigo deixou claro o clima de revanche que cerca a partida de amanhã – às 15h50, no Durival Britto – que definirá um semifinalista do Campeonato Paranaense.

O Paraná Clube recebe o Engenheiro Beltrão, precisando apenas de um empate para avançar no torneio. Mesmo tendo avançado na Copa do Brasil, o treinador tricolor não esconde que a competição estadual é prioridade.

O Engenheiro Beltrão faturou os dois jogos disputados entre os clubes nessa temporada. No ano passado, o time do noroeste já havia aprontado para o Tricolor. Resultados que conferem ao Beltrão uma vantagem histórica: três vitórias contra apenas uma do Paraná (houve apenas um empate). ?Essas vitórias foram todas lá. Agora, vão jogar na nossa casa?, desafia o zagueiro João Paulo. ?Sei que eles vêm em busca da classificação, mas não vamos dar chance, jogando com o regulamento debaixo do braço?, emendou.

Se a maratona de jogos vem gerando desgaste, também vem colocando o grupo no ?clima? das decisões. ?É interessante, pois hoje todos estão habituados com a responsabilidade que jogos deste porte trazem?, disse Bonamigo. Na visão do treinador, além disso, o Paraná hoje já vem conseguindo impor uma maior regularidade ao longo dos jogos. ?E isso será fundamental nessa reta final das competições, onde o erro zero é fundamental para que a gente atinja nossas metas?. Sob essa diretriz, Bonamigo vai mexer o mínimo possível no time.

Nem e Araújo substituem a Daniel Marques e Goiano, suspensos. Porém, com Joelson recuperado de lesão, o treinador deixou no ar a possibilidade de um ajuste no setor ofensivo. Se decidir escalar o artilheiro do clube na temporada, Bonamigo pode sacar o meia Giuliano. ?O importante é que agora, num momento de afunilamento, tenho opções?, analisou o comandante paranista.

Alternativas

Diante das possibilidades – e de algumas carências -Bonamigo testou ontem algumas alternativas. Em especial nas alas. No treino tático, promoveu constantes revezamentos entre Araújo e Rodrigo Pimpão, na ala direita, e Éverton e Daniel Cruz, na esquerda. ?Venho há duas semanas trabalhando o Pimpão neste setor, para qualquer eventualidade?, exemplificou o treinador, que no entanto inicia o jogo com Araújo. ?Conversei bastante com ele. Quero atitude, coragem para ir ao ataque, pois precisamos muito disso, diante do estilo de jogo que aplicamos?, afirmou Bonamigo.

No ataque e meio-de-campo, treinou o tempo todo com um quarteto – Giuliano, Cristian, Joelson e Fábio Luís. Um deles ficará no banco de reservas. Mesmo abrindo o leque de possibilidades, é certo que a dúvida maior do treinador está entre Giuliano e Joelson. ?Independente da formação, a estratégia de jogo está definida. Temos que jogar com sabedoria, mas sem acomodação. A meta é melhorar a cada jogo e precisamos dessa classificação?, encerrou Bonamigo.

André Luiz vai pra faca

Após discutir o caso com alguns especialistas, a junta médica do Paraná Clube optou por submeter o lateral-direito André Luiz a nova cirurgia. O procedimento ocorrerá hoje pela manhã e o prazo estimado para a sua volta aos gramados é de dois meses. ?Por se tratar de um atleta profissional, a cirurgia acaba sendo a melhor opção?, comentou o médico Rafael Kleinschmidt. A substituição do tratamento convencional pela cirurgia visa a melhorar a estabilidade do tornozelo lesionado.

A contusão atual não está, na avaliação dos médicos paranistas, relacionada à lesão sofrida no ano passado também no tornozelo direito e que custou ao atleta dez meses de recuperação. Naquela oportunidade, a entorse causou lesão de tendão e vários ligamentos. Agora, o problema é apenas no ligamento deltóide. ?Só lamento que esse novo problema tenha ocorrido agora, quando estava recuperando a confiança e o bom futebol?, disse André Luiz, que era um dos melhores em campo contra o Iraty, quando sofreu a torção.

Curiosidade ou destino, André Luiz fez dois gols pelo Paraná e, nos dois jogos, se contundiu na seqüência. Ano passado, diante do Adap Galo, em Maringá, e, agora, em Irati. ?É esperar a cirurgia e na semana que vem retomar os trabalhos, confiante que a recuperação será rápida?, disse o ala paranista. O médico Eduardo Fanchin Rocha será o responsável pela cirurgia e a previsão é que dentro de um mês o ala já possa dar início aos treinamentos, para em junho estar apto a vestir novamente a camisa do Tricolor.

Beltrão faz o jogo da vida

O Engenheiro Beltrão chegou à última rodada com chance real de classificação às semifinais. Para isso, depende de uma simples vitória sobre o Paraná Clube, amanhã, na Vila Capanema. Assim como na fase classificatória, os dois clubes se enfrentam na última rodada e com o time do interior precisando dos três pontos. Naquela oportunidade, porém, o Tricolor só cumpria tabela e lançou mão de um time reserva.

O desafio do Engenheiro Beltrão é ainda maior. Para se garantir entre os quatro melhores do Estado, terá que superar suas próprias limitações. Eficiente jogando no João Cavalcante de Menezes, o time do noroeste tem um desempenho ruim na condição de visitante: apenas uma vitória e um empate, contra oito derrotas. No entanto, o técnico Cláudio Piruá aposta na força do grupo para impor dificuldades ao Paraná e tentar surpreender.

O único desfalque é o lateral-esquerdo Givanildo, expulso na última jornada. Em compensação, o Engenheiro Beltrão conta com a volta do artilheiro Eydison, o atacante dos gols de bicicleta. Na Vitória contra Atlético e no empate contra o Iraty, o jogador deixou a sua marca. Ele também fez gol no primeiro jogo contra o Paraná, mas não atuou no confronto mais recente, válido pela segunda fase do estadual.

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