Paraná busca fim do tabu contra perigoso Criciúma

O resultado positivo em Salvador abriu novas perspectivas para o Paraná Clube nesta reta final do primeiro turno do Brasileirão. Superado o momento de instabilidade – quando caiu para uma posição intermediária – o time de Saulo de Freitas se mobiliza para os dois jogos em casa, contra Criciúma e Corinthians. A meta, agora, é romper o limite de duas vitórias em seqüência. Mesmo com números positivos, o Tricolor vinha se mostrando um time instável. Essa situação, ao que tudo indica, está sendo corrigida pelo técnico-interino.

Ao bater o Vitória (3×0), no Barradão, o Paraná melhorou seu aproveitamento fora de casa e confirmou – pela segunda vez no campeonato – duas vitórias consecutivas. Se não desperdiçar o “serviço” nos dois jogos finais desta fase, poderá partir para o returno de uma posição estratégica. Com mais seis pontos, pode chegar até à quinta colocação, caso Criciúma, Atlético Mineiro e Internacional não vençam seus jogos no próximo fim-de-semana. “Vamos trabalhando jogo a jogo, buscando os objetivos traçados desde que assumi o comando do time”, comentou Saulo.

Logo após a derrota para o Cruzeiro, a diretoria reuniu o grupo e estabeleceu como meta a conquista de dez a doze pontos nos quatro jogos restantes do primeiro turno. Implicitamente, as contas previam três vitórias em casa e pelo menos um empate fora. Com os três pontos conquistados na Bahia, o time pode chegar aos 37 pontos se mantiver o bom rendimento em casa. “Nada mudou na nossa programação. Temos dois jogos difíceis pela frente e contra concorrentes diretos. Não há folga neste campeonato”, lembrou o volante Fernando Miguel.

Hoje na nona colocação, com 49,2%, o Paraná tem o segundo melhor ataque do Campeonato Brasileiro, atrás somente do Cruzeiro. Com 42 gols, tem a média exata de 2 gols/jogo, a melhor entre todas as suas participações na Série A. O São Paulo tem o mesmo número de gols marcados, mas com um jogo a mais. Renaldo e Marquinhos, com nove gols cada, são os principais goleadores da equipe, que curiosamente tem como vice-artilheiro o zagueiro Ageu. O capitão já fez quatro gols, um a mais que Maurílio, Caio, Fernandinho e Cristiano Ávalos. “Sabemos que o ataque resolve, mas o time subiu de produção quando conseguiu acertar o posicionamento da marcação”, lembra Ageu.

Todos concordam. Com alguns ajustes processados por Saulo de Freitas, o Paraná recuperou a segurança defensiva e nas duas últimas partidas só sofreu um gol. Ainda assim, de pênalti. “O grupo se superou e mostrou que tem qualidade. A resposta que eles nos deram nas reuniões, comprovaram dentro de campo”, elogia o vice de futebol José Domingos Borges Teixeira. Esta postura do elenco – aliada a um orçamento enxuto – fez a diretoria desistir de novas contratações. “Temos condições de realizar um bom segundo turno e chegar à uma disputa direta pelas primeiras colocações”, finalizou.

Vai ser difícil tirar Saulo do trono

O interino ganha pontos e força. Saulo de Freitas já começa a ter sua situação fortalecida no comando do Paraná Clube. Ao contrário de Rojas, do São Paulo – que até então não tinha pretensões de ser treinador -Saulo nunca escondeu que este era o objetivo. “Mas tudo ao seu tempo”, dizia. A diretoria ainda não confirmou sua efetivação, mas a cada rodada o ex-artilheiro vai ganhando pontos não apenas na classificação do Brasileiro.

Saulo de Freitas assumiu o time pouco antes de um confronto com o líder Cruzeiro. O time vinha de uma derrota por 4×2 para o Figueirense e Adílson Batista não resistiu às cobranças e comparações dos dirigentes. A goleada (5×1) trouxe incerteza ao grupo, mas Saulo e os demais integrantes da comissão técnica (Júlio César Camargo, Fabiano Rosenau e Fernando Tonet) souberam mobilizar e levantar o astral do grupo.

A resposta veio com uma goleada (4×1) sobre o Fortaleza. Saulo teve o cuidado, ao longo dos últimos dez dias, de dar especial atenção ao sistema defensivo. As falhas eram constantes e o Paraná não conseguia sair de campo sem levar gols há mais de três meses. “Estávamos falhando demais nos rebotes. Sem ganhar a segunda bola, fica difícil jogar”, frisou. O técnico tem o apoio do grupo, que conseguiu assimilar – na avaliação dos dirigentes – o estilo de trabalho de Saulo de Freitas.

Com um time-base bem definido, o Paraná superou Fortaleza e Vitória com folga e agora parte para novos desafios contra adversários diretos pelas primeiras colocações. Saulo prefere não polemizar sobre uma possível efetivação. “Isso é assunto para a diretoria. Estou fazendo a minha parte, tentando ajustar o time e somar pontos”, afirma. “O time recuperou a união e isso fica evidente na comemoração do banco a cada gol marcado”, destacou.

Desde a saída de Adílson, diariamente os dirigentes são indagados sobre a contratação de um substituto. A cada jogo, o prazo vai sendo estendido e Saulo comandará o time contra Criciúma e Corinthians. “Temos acompanhado o desempenho do Saulo nos treinos, nas preleções e nos jogos. Há união e não vamos nos precipitar”, garantiu José Domingos, não descartando a possibilidade de que Saulo de Freitas venha a ser efetivado.

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