Palmeiras encara desconhecido na estréia

O Palmeiras faz hoje nova tentativa de achar o rumo, enfrentando o desconhecido. Estréia na Copa do Brasil contra o Operário de Várzea Grande (MT), uma equipe sobre a qual a principal informação que o técnico Jair Picerni tinha até a manhã de ontem nada mais era do que uma lembrança de um passado distante. “Joguei contra eles uma vez, quando era jogador (lateral da Ponte Preta). Inauguramos o estádio deles”, disse, antes do embarque para o Mato Grosso. Conhecendo ou não o adversário, o Palmeiras tem obrigação de vencer a partida marcada para as 21h40 (de Brasília) no Estádio José Fragelli, o Verdão, em Cuiabá. “O time precisa buscar a reabilitação, para voltar a São Paulo um pouco mais tranqüilo”, disse o treinador.

Ele faz várias alterações em relação ao time que iniciou a partida contra o União Barbarense pelo Paulista. Neném será o lateral direito, no lugar de Pedro; Dênis substitui Leonardo na zaga; Marquinhos começa na lateral esquerda (Everaldo sequer viajou); Zinho entra no meio-campo e Anselmo no ataque. Leandro e Vagner deixam a equipe. As modificações fazem parte da filosofia de Picerni, de “mudar até acertar”.

Assim, a equipe terá apenas um atacante, Anselmo. O técnico aposta na compactação do time e também na velocidade para conseguir a vitória, ainda que por um placar magro – se vencer por dois ou mais gols de diferença, o Palmeiras elimina a partida de volta. Algo que seria importante até pelo aspecto psicológico, já que na competição do ano passado o Palmeiras não despachou o ASA fora de casa e depois foi eliminado em pleno Parque Antártica. “O negócio é vencer, nem que seja por 1 a 0. Se der para fazer mais, melhor ainda”, entende Jair, que nesta terça-feira iria “estudar” as informações sobre o Operário atual campeão estadual , que ele conseguiu na internet. “Estamos meio no escuro.”

Para o meia Zinho, o Palmeiras precisa mais do que um bom futebol hoje. “Temos de ter personalidade. E todos precisam se doar em campo”, afirmou, dando a entender que está faltando garra à equipe. Já Anselmo tem um pensamento mais individualizado, algo natural em um jogador que busca a afirmação. “Busco esta oportunidade desde que cheguei no Palmeiras (em 2000). Espero não sair mais do time.”

Palmeiras e Operário jogaram duas vezes até hoje, ambas com vitória do time paulista: 1 a 0 em 1982, pela Taça de Prata (atual Série B do Brasileiro) e 2 a 0 em 1985, em amistoso.

Matar ou morrer

Gilmar Ferreira, técnico do Operário, armou um “esquema suicida” para enfrentar o Palmeiras: três zagueiros, seis jogadores no meio-campo e apenas um atacante. O objetivo é provocar o jogo de volta. “Vamos explorar os contra-ataques”, disse Ferreira, que provocou: “Se o Barbarense venceu o Palmeiras no Parque Antártica por 4 a 2, por que não podemos vencer no Verdão?”

Operário-MT x Palmeiras

Operário-MT: Alexandre Júnior; Chiba, Dalmir, Carlos Alberto, João Bosco e Edno; Edson Nascimento (Gugo), Jamba, Paulo Vinícios e Edmar; Lucki. Técnico: Gilmar Ferreira.

Palmeiras: Marcos; Nenê, Índio, Dênis e Marquinhos; Claudecir, Magrão, Adãozinho, Zinho e Pedrinho; Anselmo. Técnico -Jair Picerni.

Lapola está deixando o Verdão no passado

Sebastião Lapola está deixando a direção de Futebol do Palmeiras. No entanto, a confirmação só será feita oficialmente pela diretoria dentro de 30 dias. Para preservar a imagem do dirigente, o presidente Mustafá Contursi resolveu conceder a Lapola, seu escudeiro há alguns anos, um período de férias remuneradas, que termina no início de março.

Alberto Strufaldi, que participou do projeto de implantação da parceria entre Palmeiras e Parmalat, Mário Gianini e Oswaldo Paschoal estão cotados para assumir o cargo.

Ontem, pela manhã, Lapola esteve no departamento financeiro, assinando a documentação de suas férias. Recebeu também parte do dinheiro referente ao período em que ficará distante do Parque Antártica, e deve viajar para os Emirados Árabes Unidos. Lapola não quis comentar o caso, mas um de seus assessores admitiu que existe a possibilidade de que não retome seu posto após o descanso de 30 dias.

Márcio Araújo, responsável pela coordenação das categorias de base do clube, também deve sair. Mustafá ficou irritado ao saber que jogadores apadrinhados por ele estavam tendo privilégios na equipe júnior, caso específico do meia Juliano, sobrinho de Márcio.

Voltar ao topo