Palmeiras é humilhado pela Barbarense

O experiente Gílson Batata escreveu o seu nome na história do futebol brasileiro. Ao contrário da grande maioria de seus companheiros de profissão, Batata, de 35 anos, além das boas qualidades como atacante, é um profissional que costuma se interessar pelas coisas do futebol. Estuda regulamento, tática e principalmente as regras do esporte que pratica. Graças ao interesse de Batata pelas regras do futebol, o União Barbarense conseguiu surpreender o Palmeiras, por 4 a 2, ontem.

A jogada que abriu o caminho para a vitória foi uma polêmica cobrança de falta, aos 35? do primeiro tempo. Como se fôsse uma jogada ensaiada, Batata permaneceu o tempo todo com o pé sobre a bola, até que o árbitro Rodrigo Martins Cintra apitasse autorizando a cobrança. Quando isso aconteceu, Batata apenas tirou o pé da bola, que entrou em jogo. Em seguida Émerson deu um toque para frente e ele próprio completou, enganando o goleiro Marcos e o resto do time palmeirense.

Desinformados, os jogadores do Palmeiras correram para cima do árbitro, fazendo pressão. Alegavam que Romildo tinha tocado para ele mesmo. O árbitro acertou em cheio validando o gol.

Mais tarde, no intervalo, Gílson Batata deu um show de conhecimento, explicando que a jogada não foi um acaso, mas algo ensaiado, estudado. “A bola não precisa mais dar uma volta sobre si mesmo para entrar em jogo numa cobrança de falta. Basta relar nela e pronto. Já tentamos fazer isso nos jogos anteriores mas não deu certo.”

Provando que sabia o que estava dizendo, Batata ainda surpreendeu com outra declaração inteligente, mostrando que estava muito bem informada”. “Se o Palmeiras tivesse roubado a bola depois do apito do árbitro e fizesse um gol num contra-ataque, também seria legal.”

Polêmica à parte, a verdade é que em momento nenhum o Palmeiras mereceu vencer. Até o gol de Romildo, com a inteligente participação de Gílson Batata, o time de Jair Picerni jogou um futebol sem nenhuma inspiração. Para vencer, o Barbarense só precisou de paciência e um certo conhecimento teórico do futebol.

O segundo gol foi só uma questão de tempo. Aos 42?, enquanto o Palmeiras tentava mais uma de suas investidas sem a menor oreganização, o Barbarense recuperou a posse de bola e saiu rápido para o ataque. A conclusão foi de Luciano Santos não deu a menor chance para o goleiro Marcos.

No intervalo, Jair Picerni trocou Everaldo por Zinho. Mais tarde, substituiu Wágner por Alsemo e Pedrinho por Marquinhos. Mas nem assim o time se acertou. Ao contrário: a Barbarense continuou mandando no jogo e chegou a ameaçar uma goleada. Logo aos 5?, numa cobrança de escanteio da direita, Émerson subiu sozinho entre a zaga palmeirense e cabeceou no ângulo direito de Marcos: 3 a 0.

O desastre completo começou a se desenhar aos 20? quando Marcos cometeu pênalti em Romildo. Por sorte do Palmeiras, Batata bateu com displicência e jogou a bola à direita do goleiro. Só depois disso o Palmeiras conseguiu mostrar algo melhor e diminuiu o sofrimento de sua torcida com um gol de Zinho, aos 24?. Mas a alegria durou pouco: aos 41, Romualdo fez um golaço e confirmou a vitória da Barbarense. Claudecir fez o segundo gol palmeirense aos 45? mas a torcida nem comemorou. A derrota já estava consumada.

Ficha Técnica

Local: Palestra Itália (São Paulo). Árbitro: Rodrigo Martins Cintra. Gols: Émerson aos 35? e Luciano Santos aos 43? do 1.º tempo; Émerson aos 5? e Zinho aos 24? e Romualdo aos 41? e Claudecir aos 45? do 2.º. Cartoes Amarelos: Pedro, Pedrinho, Magrão, Wágner, Índio, Bilu e Rubens Ávila. Renda: Não fornecida. Público: 8.787 pagantes.

Palmeiras: Marcos; Pedro, Indio, Leonardo e Everaldo (Zinho); Magrão, Claudecir, Adãozinho e Pedrinho (Marquinhos); Wágner (Anselmo) e Leandro. Técnico: Jair Picerni.

União Barbarense: Cristiano; Márcio Goiano, Romildo, Émerson e Émerson Ávila; Luciano Santos, Marquinhos, Rodriguinho (Rivaldo) e Bilu; Romualdo e Gílson Batata (Marcos Alexandre). Técnico: Paulo Comelli.

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