Packer deixa o Paraná e acerta com clube paulista

A valorização profissional e a maior visibilidade do sempre concorrido Campeonato Paulista falaram mais alto. O polivalente Douglas Packer se despediu ontem do Paraná Clube. Mantendo uma postura sempre equilibrada – um reflexo de seu comportamento dentro de campo -, o jogador fez questão de falar pessoalmente com os dirigentes tricolores, agradecer a oportunidade e deixar portas abertas para um eventual retorno à Vila Capanema.

Na prática, a saída de Packer é o primeiro revés sofrido pelo Tricolor no seu processo de reformulação do grupo. O jogador cedeu à tentação de disputar um torneio de maior apelo popular, onde os clubes do interior invariavelmente pagam bons salários para tentar fazer frente aos grandes clubes. O destino do jogador será o Botafogo de Ribeirão Preto, que está sendo repaginado pelo técnico Marcelo Veiga. “É um treinador experiente e que conhece muito do mercado paulista. Estou confiante numa boa campanha”, disse Packer.

Aos 25 anos, ele busca um salto na sua carreira, após quase dois anos vestindo a camisa tricolor. “No ano passado, tive dificuldades para a readaptação ao futebol brasileiro. Foram seis temporadas na Itália e a transição não é fácil”, admitiu o catarinense Packer. Natural de Indaial, Douglas Ricardo Packer começou no Figueirense, mas se profissionalizou no Ipatinga-MG. Em 2005 foi negociado com o futebol italiano, tendo atuado por três clubes: Siena, Pescara e Ravenna.

Sua chegada ao Paraná ocorreu num momento delicadíssimo. O Tricolor vinha de péssima campanha no primeiro turno do Paranaense e vivia a pressão de lutar contra o rebaixamento no Estadual. Não conseguiu. “Foi duro. Estava voltando ao País, encontrando um grupo em busca de identidade e sem margem para erro”, lembrou. “Felizmente, estou saindo após termos devolvido o Paraná à primeira divisão. Esse foi um dos motivos para a minha permanência no clube este ano”, completou.

Packer conseguiu o fim do vínculo com o Siena e, hoje, é detentor de seus direitos federativos. “Sou muito grato ao Paraná, que abriu as portas para a minha volta. Gostaria muito de ficar, mas nesse momento tenho que pensar na minha carreira. Quem sabe, não volto, em breve?”, concluiu o jogador, que assinou contrato de apenas cinco meses com o Botafogo. O time de Ribeirão Preto, no ano passado, só se livrou do rebaixamento na última rodada do Paulistão. Depende de uma boa campanha no estadual para tentar uma vaga na Série D do Campeonato Brasileiro.