Opositor comemora liminar e crê que pode vencer eleição do COB contra Nuzman

Se há quatro anos Alaor Azevedo não conseguiu apresentar chapa para a eleição do Comitê Olímpico do Brasil (COB), desta vez o presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) acredita que pode disputar o cargo máximo do esporte olímpico brasileiro contra Carlos Arthur Nuzman, num confronto de Davis contra Golias.

Pelo estatuto do COB, a eleição presidencial acontece no último trimestre do ano de Jogos Olímpicos de Verão. Mas a inscrição de chapas, com a participação de 10 confederações esportivas, precisa ser feita até 30 de abril – o próximo sábado, portanto. “Eu cheguei muito perto de ter o numero mínimo e houve uma pressão muito grande para isso não ocorrer. A dúvida é o que pode acontecer com a confederação que colocar o nome na lista na véspera da Olimpíada”, alega Alaor. Os opositores, diz ele, temem represálias.

Na mais recente renovação de mandato de Nuzman, no cargo desde 1995, Alaor também não conseguiu montar uma chapa até 30 de abril. Em fevereiro, o presidente do COB já tinha assegurado o apoio de 24 das 30 confederações. Dessa vez, entretanto, uma liminar obtida junto ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) garante uma sobrevida.

Pela decisão do juiz Mario Cunha Olinto Filho, a eleição obrigatoriamente precisa ocorrer em 1.º de outubro (primeiro dia do último trimestre) e as chapas poderão ser inscritas até 30 dias antes. “A eleição é ato democrático, no qual a manifestação pelo voto ou pelo apoiamento não pode ficar à mercê de ameaças de perseguição ou tratamento desigual, em prejuízo ao objetivo da própria organização”, afirma o magistrado em sua decisão. Questionado, o COB disse apenas que “como sempre, cumprirá a decisão judicial”.

Por enquanto, só duas confederações estão publicamente na chapa “alternativa” a Nuzman: a de tênis de mesa e a de pentatlo moderno. Alaor pretende ser candidato à presidência, com Helio Meirelles Cardoso como vice. Mas a chapa precisa ter um total de 10 nomes, uma vez que inclui os membros dos conselhos fiscal e consultivo.

A 100 dias dos Jogos Olímpicos, Alaor não conseguiu completar a chapa, uma vez que seus pares temem retaliações, mas acredita que poderá juntar os nomes necessários após o Rio-2016. A tendência é por uma união das confederações ditas “nanicas”, que recebem menos recursos do COB, contra as mais ricas. “Temos grandes chances de vencer”, aposta Alaor.

Existe a possibilidade de que quando a eleição do COB ocorrer, Nuzman seja também presidente da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa), que organiza os Jogos Pan-Americanos. Julio César Maglione, uruguaio de 80 anos, assumiu interinamente a entidade após a morte do mexicano Mario Vázquez Raña, que ficou 40 anos no cargo, e não vai renovar o mandato. A eleição deverá ocorrer entre agosto e setembro. A data exata será decidido na semana que vem, em Brasília, quando a Odepa rediscutirá seu estatuto. Nuzman ainda não se apresentou oficialmente como candidato, ainda que os demais interessados o tratem com o adversário.

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