Operário Ferroviário se organiza e quer ganhar o Acesso

Um dos clubes mais tradicionais do Paraná está preparando sua volta à 1.ª Divisão estadual. O Operário Ferroviário, agora com o futebol terceirizado por um grupo de empresários, está apostando alto na disputa da Divisão de Acesso. A meta é recolocar Ponta Grossa no mapa da bola e voltar a ser o Fantasma que assombrava os times da capital até o início dos anos 1990.

O início da Segundona paranaense ainda não tem data marcada, mas o Operário já está em plena pré-temporada. Vinte e sete jogadores estão trabalhando, sob o comando do técnico Rodrigo Müller, o ?Casca?, para o time ficar 100% pronto para o torneio, que deve começar no final de março.

Hugo Harada/Jornal da Manhã
Rodrigo ?Casca? Muller, técnico do Fantasma.

O novo time do Fantasma foi montado pelos empresários Dorli Michels, Franco Menezes e Francisco de Jesus, o ?Chico da Bracol?. Eles assumiram o controle da equipe principal e das categorias de base em outubro de 2007, após uma assembléia que aprovou a terceirização do departamento de futebol do clube, até 2010.

Segundo contrato assinado com o clube, o grupo ficará responsável pela formação e manutenção das equipes, do sub-15 ao profissional. ?O Operário terá participação em todas as receitas obtidas, como renda das partidas, contratos de patrocínio e venda de jogadores?, explica Francisco de Jesus. A diretoria liderada pelo presidente Carlos Roberto Iurk passou a administrar apenas a parte social do clube.

A equipe que tentará o acesso já está pronta e conta com reforços internacionais, como o atacante uruguaio Gonzalez e o meia japonês Yohei Iwasak. Outros destaques são o lateral Madger, que já passou pelas categorias de base do Vasco e do Paraná Clube, e o volante Rithson, que retorna ao Fantasma.

O estádio Germano Kruguer está passando por uma ampla reforma para abrigar os jogos e servir de concentração para os atletas. O gramado foi totalmente refeito. Vestiários, alojamentos, cozinha e refeitório também estão sendo reformulados.

Afiando as chuteiras

Enquanto isso, o time comandado pelo treinador Rodrigo ?Casca? Muller treina em sete campos espalhados por Ponta Grossa, cedidos por empresas e associações. Um jogo-treino com o União Ipiranguense, em Ipiranga, está marcado para hoje. No dia 10 de fevereiro, o Fantasma encara a seleção do município de Paulo Frontin. O sonho da diretoria é encerrar a pré-temporada com um amistoso contra um time da 1.ª Divisão nacional, em 24 de fevereiro.

Com a equipe fechada, os dirigentes estão em busca de novos parceiros. A marca curitibana Unuzual irá produzir os uniformes e o grupo tenta convencer uma empresa da região a estampar sua marca na camisa alvinegra. Também negocia uma parceria com a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), oferecendo vagas para estagiários das mais diversas áreas, do marketing a fisioterapia.

Mas para assombrar novamente os adversários, o Fantasma quer contar com o torcedor ponta-grossense. ?Nossa torcida sempre foi muito presente. Acreditamos em uma média de público de 7 mil pagantes. Com essa ajuda e toda a tradição do Operário, vamos voltar à elite do futebol paranaense?, aposta Francisco de Jesus.

Passado glorioso, mas últimos anos foram terríveis

O Operário Ferroviário Esporte Clube surgiu em 15 de maio de 1933. Dois times de Ponta Grossa, o Operário Sport Club e o Clube Atlético Ferroviário, decidiram unir forças e criaram o clube que ficaria conhecido como Fantasma da Vila.

Convidado para disputar o Paranaense a partir de 1927, não fez feio contra os times da capital. Entre 1929 e 1938, conquistou nada menos que sete vice-campeonatos, mas nunca ergueu o caneco.

Em 1961, bateu todos os rivais de Curitiba e conquistou o título de campeão da Zona Sul. Depois, foi derrotado pelo Comercial, de Cornélio Procópio, na decisão do estadual.

Continuou sendo presença constante nos estaduais até o início da década de 1990, quando entrou em crise e abandonou o futebol profissional. Em 1999, tentou ressurgir com uma parceria com o Ponta Grossa Esporte Clube, mas a união não deu certo e foi desfeita no ano seguinte.

Em 2004, fez um acordo com a Prefeitura e voltou a funcionar, disputando a Série Prata. Desde então o Fantasma tenta, sem sucesso, ser novamente uma assombração para os grandes do estado.

Acesso enxuto com 8 times

Oito times irão disputar a Divisão de Acesso em 2008. Operário, Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu, Sport (Campo Mourão), Umuarama, Pitanguense, Roma Apucarana e Nacional (Rolândia) brigarão por duas vagas na elite estadual.

O torneio ainda não tem data para começar. Um arbitral, que será realizado no início de fevereiro, vai definir os últimos detalhes da disputa, já que o regulamento permanece o mesmo do ano passado.

Na primeira fase, as oito equipes se enfrentam em turno e returno. Os quatro primeiros passam ao quadrangular final, que classifica os dois melhores para a primeira divisão.

Uma reunião no próximo 21, em Ponta Grossa, será uma prévia do arbitral. Representantes de todas as equipes já confirmaram presença. A disputa da Segundona estadual deve começar no final de março.

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