O técnico interino do Paraná Clube, Omar Feitosa, iniciou ontem os trabalhos com o time e já deixou pistas de que haverá uma mudança de postura da equipe. Apesar de ter a intenção de manter a base titular, o treinador pretende mudar o comportamento de seus comandados em campo. De modo mais específico, como o grande problema do Paraná Clube neste campeonato tem sido a falta de gols, o Tricolor tende a entrar com uma formação mais ofensiva. Sem poder contar com Ageu, que fica pelo menos mais vinte dias no departamento médico, a tendência é que o time volte a atuar no 4-4-2, com Fernando Lombardi e Roberto na zaga.
O grande diferencial, no entanto, será o meio-de-campo, com dois meias, provavelmente Marquinhos e Éverton, que atuou na lateral-esquerda no último domingo. “Estamos apenas iniciando os trabalhos, mas já vinha conversando com o Caio sobre essa possibilidade de voltar para o 4-4-2. É uma tendência forte que joguemos assim”, disse. Entretanto, antes de confirmar a equipe, Feitosa pretende observar com mais atenção o tape da partida entre a Portuguesa Londrinense e Atlético Paranaense. “Não podemos descuidar em nada. É o jogo do campeonato”, lembra, referindo-se ao fato de o Paraná ter que vencer para evitar o rebaixamento.
Independente do time que escalar no sábado, Omar feitosa já avisa que vai cobrar vibração e alegria dos atletas. “Futebol é entretenimento, espetáculo. Temos que tirar de cena essa história de guerra, essa pressão que só gera ansiedade. Só assim teremos sucesso”.
Sobre a saída de Caio Júnior, com quem fazia parceria há dois anos, o treinador voltou a defender a necessidade de se criar um “fato novo” para os atletas. “Na verdade, o fato novo não foi eu assumir, mas o Caio sair. Toda mudança de treinador dá uma nova motivação”.
Quem também iniciou os trabalhos na manhã de ontem foi o preparador de atacantes Saulo de Freitas. Como havia prometido, o artilheiro convocou os atacantes para uma conversa e em seguida partiu para o lado prático, no campo. “Além de apontar a deficiência de cada um, vamos fazer um trabalho forte depois dos treinamentos regulares”, avisou.
Novo treinador
Com o anúnico de que Omar feitosa responderá apenas temporariamente pelo cargo de treinador, as especualações sobre o nome do novo treinador já começararm. O diretor de futebol Ricardo Machado Lima assegurou que já tem uma lista de treinadores que estariam disponíveis para trabalhar no clube. “Mas não vamos pensar nisso agora. O negócio é vencer a Portuguesa Londrinense”.
Um nome que já surge forte é o de Artur Bernardes, que trabalhou por muito tempo no exterior e esteve no Botafogo, no Brasileirão do ano passado. Em contato com a Tribuna, Bernardes confirmou que não há nada oficial, mas que há pessoas ligadas a diretoria fazendo uma sondagem. “Seria um novo desafio na minha carreira. O projeto do Paraná é muito interessante”, comentou.
Sem Caio Júnior, mas com o aval da diretoria
A aparente descontração dos atletas no treinamento de ontem tomou ares de seriedade quando o assunto passou a ser a saída do técnico Caio Júnior, que mais do que niguém sempre defendeu o grupo de jogadores.
Para os jogadores, a saída do treinador foi motivo de tristeza, especialmente para aqueles que tiveram a primeira oportunidade profissional pelas mãos do treinador. “É muito triste, mas tenho que encarar como aprendizado. Ao longo da minha carreira, isso deve acontecer muito”, lamenta o meia Éverton, que teve a primeira chance de atuar nesse camponato na última rodada, jogando improvisado na lateral-esquerda. “A saída do Caio é um motivo a mais para vencermos e homenageá-lo. Ele, masi do que niguém, apostou nos pratas-da-casa”.
Além de Éverton, Caio Júnior lançou Waldir, Fernando Lombardi, Willian e George
O experiente Émerson, que já havia trabalhado com Caio Júnior há mais tempo, o mais lamentável é o treinador ter deixado o time em uma situação de risco. “Pelo tanto que ele trabalhou, merecíamos estar na ponta da tabela”.
Mão amiga
Sai Caio, mas entra Ricardo Machado Lima. O novo diretor de futebol do clube fez questão de conversar ontem individualmente com cada jogador, especialmente com os mais jovens, para dar o voto de confiança da diretoria. “É uma semana decisiva e todos precisam estar preparados”, emendou o dirigente.