Sob pressão, o Paraná Clube entra em campo hoje disposto a recuperar a 5.ª colocação do Brasileiro. Um ponto no clássico já garante essa condição ao time de Caio Júnior, que leva ampla vantagem sobre o Vasco no número de vitórias. Até por isso, o Tricolor não despreza o empate, mesmo sabendo que é um resultado improvável diante do retrospecto das equipes. O Tricolor é o clube com o menor número de empates em toda a competição, somente quatro.
?É reflexo da nossa opção de jogo, sempre em busca da vitória?, disse Caio Júnior. Mesmo fora de casa e diante do embalado Atlético, o treinador não abre mão de um time contundente no ataque, com três jogadores essencialmente ofensivos. Mas, a preocupação com a dinâmica de jogo do Rubro-Negro gerou mudanças na zaga – com Edmilson ganhando a posição de Émerson – e fez Caio dar mais poder de marcação ao time com a volta de Beto ao meio-de-campo. Opção que determinou o deslocamento de Batista para a lateral-esquerda.
A estratégia foi definida com base nas observações da comissão técnica, buscando corrigir deslizes cometidos nos jogos pela Sul-Americana. ?Em especial o primeiro jogo, onde a situação praticamente se definiu?, disse Caio Júnior, sem dar detalhes sobre o plano tático de seu time. ?Temos que anular os pontos fortes do adversário, mas mostrando a nossa força. Jogar apenas na defesa, na Arena, é suicídio?, comentou o treinador paranista.
O Paraná tem, nas contas da comissão técnica, três jogos para colocar uma vantagem sobre o Vasco. Para não passar por sufoco, Caio sabe que precisa chegar para o jogo em São Januário – no dia 8 de novembro – à frente do clube carioca. ?Por estas projeções que não descarto o empate diante do Atlético?, justificou, lembrando que na seqüência seu maior adversário também terá jogos fora, contra Atlético e Cruzeiro. ?Nós, depois do clássico, pegamos o Cruzeiro fora e o Palmeiras, em casa?, explicou Caio.
O Paraná, na temporada, praticamente não recorreu a marcações individualizadas. Hoje, porém, é certo que Ferreira terá uma ?sombra? em campo. Caio Júnior aproveitou o treino de ontem – apenas um ?rachão? – para conversar individualmente com vários atletas. Orientações ao pé do ouvido para garantir um time coeso e eficaz nos contragolpes, com velocidade pelos lados do campo. Tudo para garantir que a bola chegue com freqüência na área atleticana, para as finalizações de Cristiano, Sandro e, em especial, Leonardo.
Beto é o homem de confiança de Caio Júnior
A volta do capitão Beto é a certeza de um time equilibrado no meio-de-campo. Ausente nos três últimos jogos do Tricolor, o volante reaparece neste clássico, que ganhou em importância a partir da vitória do Vasco sobre o Flamengo, na última quinta-feira. Há um mês na zona de classificação à Libertadores, o clube perdeu o posto momentaneamente para o time de Renato Gaúcho.
?Vamos em busca dos pontos necessários para recuperar a posição?, disse Beto. Ele não usa a tarja de capitão ao acaso. É o jogador ?de confiança? de Caio Júnior para qualquer emergência.
?Sua leitura de jogo é muito boa. Assim, se surge algum problema, ele consegue fazer a correção lá dentro?, disse o treinador. Beto é exemplo para os mais jovens e referência para todos.
?Aos 33 anos, ele mantém o mesmo nível de treinamento, sempre?, elogia Caio.
Mesmo afirmando não haver nenhum jogador intocável – na zaga, por exemplo, todos já foram para o banco -, Caio Júnior não esconde que Beto é um jogador fundamental para o equilíbrio da equipe. O capitão une-se a Neguete e Flávio, formando um trio experiente e capaz de dar sustentação emocional diante de um adversário tradicional.
O goleiro Flávio – que admite não gostar de perder nem no ?rachão? – não vê a hora do Paraná pôr fim ao incômodo tabu de jamais ter vencido o Atlético em seus domínios.
Goleiro menos vazado do Brasileirão-2005, Flávio já foi vencido 34 vezes na atual competição, com média de 1,1 gol sofrido por jogo.
Neste clássico, se Flávio parar o inspirado ataque rubro-negro, o Paraná garante retorno à zona da Libertadores. Campeão brasileiro vestindo a camisa do Atlético (2001), Flávio conquistou em abril seu primeiro título pelo Paraná. Agora, quer voltar à Libertadores, pelo clube que defende desde 2003.
CAMPEONATO BRASILEIRO
31ª RODADA
SÚMULA
Local: Arena (Curitiba).
Horário: 16h.
Árbitro: Héber Roberto Lopes (FIFA-PR).
Assistentes: Roberto Braatz (FIFA-PR) e Rogério Carlos Rolim (PR).
ATLÉTICO x PARANÁ CLUBE
ATLÉTICO
Cléber; Jancarlos, Danilo, João Leonardo e Michel; Erandir, Alan Bahia, Cristian e Ferreira; Marcos Aurélio e Denis Marques. Técnico: Vadão.
PARANÁ
Flávio; Gustavo, Neguete e Edmilson; Peter, Pierre, Beto, Sandro e Batista; Cristiano e Leonardo. Técnico: Caio Júnior.