Marquinhos e o Paraná passaram
por maus momentos, sábado.

Para o Paraná Clube, a preparação para o campeonato brasileiro de 2003 começa hoje. A precoce eliminação no campeonato paranaense -um mês antes de seu término – vai dar pouco mais de um mês para a diretoria rever e tentar consertar os erros cometidos durante o estadual, no qual o time só se livrou do rebaixamento na última rodada, sábado, quando empatou em um gol com a Portuguesa Londrinense, no Pinheirão. No ano passado, a equipe viveu uma situação oposta no supercampeonato, quando decidiu o título com o Atlético Paranaense e ficou com o vice-campeonato.

Depois do alívio de ter-se livrado do descenso, o Tricolor passa a projetar menos angústia e mais sucesso no nacional, que este ano terá oito meses de duração e será jogado em turno e returno. No entanto, todo o planejamento só será efetivado quando a cota de televisão deste ano for definida. Trocando em miúdos, se o patrocinador for mais generoso do que em 2002, o clube montará um time mais competitivo. Caso contrário, o torcedor não deve ver muitas mudanças no atual planejamento, o que pode resultar em mais angústia para os paranistas. Eles viram a equipe lutar para não cair em 98, ser rebaixada em 99 e correr novos riscos no Brasileirão de 2002 e, por fim, ver o pentacampeão estadual lutando até a última rodada do estadual para não ser rebaixado nop futebol estadual.

Ainda sem ter um valor exato da cota de televisão, o primeiro passo do presidente Ênio Ribeiro será descentralizar o poder, nomeando dois vice-presidentes de futebol para responderem diretamente pelo departamento. “Esse profissionais terão a função de estar sempre ao lado do elenco, representando a diretoria junto aos atletas, em cargo sem remuneração”, disse à Tribuna, ainda sem saber quais os nomes dos abnegados paranistas. O intuito de Ênio Ribeiro é se livrar da excessiva pressão que tem sofrido com as pífias campanhas nas últimas competições. “Quando a equipe vai bem, o presidente é o rei. Mas quando as coisas não saem como o planejado, a culpa recai apena em mim”, diz.

Superintendente

No entanto, quem vai ter poder maior no departamento de futebol será um superintendente – um executivo remunerado – que tratará da contratação de um novo treinador, contratação de atletas e gestão do futebol, de um modo geral. O último a ocupar a função foi Ocimar Bolicenho que, desgastado pela pressão sofrida durante o Brasileirão de 2002, pediu afastamento. Desde a saída de Bolicenho, Ênio Ribeiro teve que assumir as rédeas sozinho. “Quero nomear alguém que tenha que se preocupar exclusivamente com a parte administrativa do futebol”. O atual diretor de futebol, Ricardo Macahdo Lima, é um candidato forte ao cargo.

Elenco

Mesmo sem saber os valor da cota de televisão, uma contratação anuciada de antemão é a de um treinador, que será feita pelo novo superintendente do clube. Nomes como Artur Bernardes, Ivo Wortmann e Adílson Batista têm circulado nos bastidores, mas o presidente Ênio Ribeiro não se antecipa. “Não serei eu a contratar. Então só surgirão candidatos, de fato, quando o superintendente assumir”, diz, ressaltando que tem recebido inúmeras ligações de empresários sugerindo nomes. “Alguns eu sequer conheço”.

Assim como a contração do substituto do interino Omar Feitosa está condicionado à nomeação do superintendente, só se falará em possíveis nomes para reforçar a equipe quando o novo treinador assumir. Mas, de saída, já é conhecido que o projeto de valorizar a garotada continuará em primeiro plano. “Dependendo da receita, contrataremos alguns atletas. Mas as revelações continuarão sendo a base”, antecipa Ênio Ribeiro.

Com contratos a vencer, há apenas dois atletas no elenco. O zagueiro Cristiano Ávalos, que foi submetido recentemente a uma artroscopia e se recupera de uma lesão no tornozelo direito, tem contrato até julho e o lateral-direito George tem contrato até o final de abril, epoca em que o Brasileirão já estará acontecendo.

Alívio só no 2.º tempo

O Paraná Clube se despediu do campeonato paranaense de 2003 com um empate em 1 a 1 com a Portuguesa Londrinense, sábado, mas que teve sabor de vitória. Com o resultado, o Tricolor conseguiu se manter na primeira divisão do futebol paranaense, na disputa estadual mais difícil da história do pentacampeão estadual.

Necessitando de uma vitória para não ter que depender do resultado do jogo entre União Bandeirante e Cascavel, que terminou empatado em 2 a 2, o Paraná Clube partiu com tudo para cima do adversário, jogando no 4-4-2 com dois meias de armação.

Desde os primeiros minutos, o poderio ofensivo do Tricolor era evidente, mas novamente a pontaria não foi das melhores. À Portuguesa, cabia marcar o adversário sob pressão e esperar uma oportunidade para tentar um contra-ataque. E não demorou para ele vir, de modo fatal. Aos 14 minutos, o meia Oséas avançou pela direita e cruzou para Caniggia, que não perdoou e abriu o marcador.

Com a segunda divisão batendo à porta, o Paraná se cobriu de ansiedade e passou a errar também no setor de criação, facilitando a marcação do adversário.

Após a descida para os vestiários, o técnico interino Omar Feitosa conseguiu acalmar os ânimos e o Paraná voltou cadenciando mais as jogadas. No entanto, a tranqüilidade só se restabeleceu quando o Tricolor empatou. Aos 17 minutos da etapa final, o habilidoso Éverton recebeu na área e foi derrubado por Óseas, que tomou as vezes de vilão. Na cobrança, Flávio não deu chance para o goleiro Nei.

Como em função do panorama de União e Cascavel o empate estava livrando o Paraná do descenso, o time passou a trabalhar mais a bola e a protagonizar bons lances. No entanto, aos 25 minutos, a Lusinha deu mais um susto. Marco Antônio recebeu de Oséas e marcou mais um, mas pela interpretação da arbitragem, o atleta estava impedido.

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