O Brasil é Azulão hoje, na decisão da Libertadores

São Paulo (Lancepress!) – O São Caetano entra em campo hoje, às 21h45 no Pacaembu para realizar o jogo de sua vida. Ao Azulão basta um empate contra o Olimpia, do Paraguai, para que o título da Copa Libertadores se torne realidade.

No primeiro jogo, em Assunção, os paulistas venceram por 1 a 0 e, com isso, os paraguaios precisam ganhar por dois gols de vantagem para ficarem com a taça. Se o Olimpia vencer por um gol de diferença forçará a decisão por pênaltis.

Todos os 40 mil ingressos foram vendidos. Os jogadores convocaram a torcida e foram correspondidos. Apenas dois mil foram destinados à torcida do Olimpia.

A equipe jamais conquistou um título estadual, tampouco nacional, porém, está muito próximo de ganhar a competição sul-americana. Para isso, basta não sofrer gols para ser campeão.

O São Caetano pode conseguir o feito histórico e entrar para a mesma galeria de Santos (1962 e 63) Cruzeiro (76 e 97), Flamengo (81), Grêmio (83 e 95), São Paulo (92 e 93), Vasco (98) e Palmeiras (99), clubes brasileiros que já conquistaram a Libertadores. A vantagem é boa. A vitória por 1 a 0 em Assunção dá o direito do empate. A confiança dos jogadores é grande. Ninguém fala em um novo vice-campeonato. Entretanto, Jair Picerni fez com que os jogadores treinassem cobranças de pênaltis.Jair Picerni, que nunca conquistou um título de grande expressão no futebol, pode conquistar uma Copa Libertadores, competição que técnicos que já dirigiram a Seleção Brasileira e conquistaram grandes títulos ainda não têm.

No Olimpia, que ganhou o título em 1979 e em 1990, o clima é de crise. O presidente Osvaldo Domínguez renunciou depois de saber que os jogadores participaram de uma noitadaantes do primeiro jogo da decisão. Porém os jogadores evitaram tocar no assunto e apenas o capitão Enciso se pronunciou.

Para esta partida o técnico Nery Pumpido só vai fazer uma alteração em relação ao time do primeiro jogo da final. O meia Quintana, que cumpriu suspensão automática naquela ocasião, volta na vaga de Franco.

Apesar das dificuldades que todos sabem que vão encontrar, os jogadores do Olimpia continuam otimistas. A diretoria ofereceu um prêmio de US$ 1 milhão (aproximadamente R$ 3 milhões) a ser dividido entre os atletasem caso de conquista do título.

Libertadores não dá retorno

São Paulo

(AE) – A Copa Libertadores chega à final sem o retorno esperado pelo seu patrocinador. Oficialmente, a Toyota parabeniza São Caetano e Olímpia por decidirem o título, mas a montadora japonesa lamenta a ausência de grandes clubes brasileiros e a má campanha de equipes tradicionais na edição deste ano.

A multinacional esperava maior divulgação para sua marca se times como Palmeiras, Flamengo, Boca Juniors ou River Plate estivessem na final. Diante da falta de retorno publicitário, os japoneses pensam em reavaliar os investimentos no futebol, a partir do ano que vem.

Para promover a decisão entre brasileiros e paraguaios, a Toyota organizou entrevista coletiva, ontem pela manhã. Um helicóptero levou o técnico Jair Picerni do CT do São Paulo, onde o São Caetano treinava, para o Hotel Renaissance, local do evento.

Apesar dos esforços, o resultado de cinco anos de patrocínio do torneio sul-americano têm frustrado as expectativas dos japoneses.

A falta de divulgação que a Libertadores teve este ano é a maior preocupação dos dirigentes sul-americanos e japoneses. A competição foi praticamente ignorada pela TV Globo, que detém os direitos de transmissão do torneio. Dos jogos do São Caetano, somente as finais contra o Olimpia foram exibidas. Além disso, apesar de cinco anos de divulgação, torcedores e imprensa não associaram a marca Toyota ao torneio, contrariando a expectativa dos japoneses. O contrato com a Confederação Sul-Americana de Futebol vai até o ano que vem e os dirigentes temem que não seja renovado.

O melhor jogador da partida desta noite, eleito por jornalistas, receberá um automóvel zero km.

Olímpia acha que leva título

São Paulo

(AE) – As duras críticas do presidente do Olimpia, Osvaldo Domínguez Dibb, contra os jogadores e sua pedida de renúncia do cargo, parecem não ter mexido com os integrantes do elenco. E nem a derrota por 1 a 0 no jogo de ida, no Defensores del Chaco, mudou o pensamento dos atletas que garantem, sem importar com as possíveis conseqüências de suas palavras, que vencerão o São Caetano, hoje, no Pacaembu, por dois gols de diferença e levarão o título da Taça Libertadores da América para o Paraguai.

As denúncias do presidente que afirmou: “Durante muitos anos descuidei da minha família e da minha saúde pelo clube e infelizmente quando os jogadores precisam mostrar suas forças para reverter um resultado, passam a noite farrreando e bebendo ” foram tranformadas pelo técnico Nery Pumpido – completou 45 ontem -, em motivação para os atletas. Ele reuniu o elenco antes do treino secreto, comandado no CT do Palmeiras – inicialmente estava marcado para o Palestra Itália – e orientou os jogadores que sufocassem o São Caetano. “Vamos atacar e ganhar por dois gols”, disse o técnico a seus comandados.

Apesar de brincar de esconde esconde com a imprensa brasileira, mudando o local do recreativo e autorizando apenas os paraguaios de acompanhar o último treino, ele foi traído pelos próprios compatriotas, que muito simpáticos, revelaram tudo o que aconteceu. Quando os portões foram abertos para os brasileiros, muitos jogadores já se alongavam, enquanto alguns ensaiavam cobranças de pênaltis.

E nem a tática de todos deixarem o gramado ao mesmo tempo e entrarem logo no ônibus, deu certo. O goleiro Tavarelli e o atacante Benítez, atenciosos, atenderam a imprensa. E esbanjaram confiança. “Temos de marcá-los com inteligência para fazer os gols. E confio nos companheiros”, afirmou o goleiro da seleção do Paraguai na Copa do Mundo. “Estamos com espírito para a final, e minha experiência na Copa será muito importante na decisão.” E a confiança dobra quando os pênaltis são lembrados. “Acertamos todos contra o Grêmio,” concluiu.

“Conseguimos reverter todos os resultados fora de casa”, enfatizou Benítez. “Nosso país não esperava a derrota em Assunção, jogamos muito mal, mas vamos levar o título para casa.”

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