Nova seleção traz seis novidades

A convocação do técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, para o amistoso contra a China, no dia 12, em Guangzhou, confirmou que alguns nomes voltaram a ganhar força com a nova comissão técnica. O zagueiro Juan (Bayer Leverkusen), o volante Flávio Conceição (Real Madrid), os atacantes Adriano (Parma) e Amoroso (Borussia Dortmund), além dos meias Zé Roberto (Bayern de Munique) e Juninho Pernambucano (Lyon), não participaram da Copa do Mundo de 2002, mas agora têm a preferência tanto do treinador quanto do coordenador-técnico Zagallo.

O atacante Adriano, de 20 anos, foi o único dos seis jogadores ausentes da Copa que também não foi convocado para o amistoso de despedida de Zagallo como técnico da seleção, contra a Coréia, no dia 20 de novembro de 2002, em Seul. Por isso, o jogador pode ser considerado a principal novidade da primeira lista de Parreira, que começa assim a sua terceira passagem no comando da equipe.

“É um jogador jovem e já possui pelo menos dois anos de experiência no futebol europeu. Mostrou um potencial enorme”, disse Parreira, lembrando que Adriano começou sua carreira no Flamengo. “Ele já marcou sete ou oito gols no campeonato italiano e está indo muito bem.”

Outro que mereceu elogios de Parreira foi Zé Roberto. Para o treinador, sua versatilidade dentro do campo fez com que seu nome voltasse a ser lembrado. O fato de Zagallo admirá-lo também pesou na hora de sua escolha, já que o meia do Bayern de Munique foi um dos integrantes do grupo desprezado por Luiz Felipe Scolari.

Parreira ainda defendeu a realização do amistoso contra a China, pelo qual a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vai receber US$ 1,25 milhão (cerca de R$ 4,5 milhões). De acordo com o treinador, apesar de o confronto aparentemente “parecer sem importância”, a possibilidade de mobilizar os atletas dentro de um espírito de dedicação, determinação e vontade de vencer não pode ser desprezada.

Contra os chineses, Parreira vai utilizar a formação tática 4-4-2. Explicou que sua intenção é a de armar o time com dois volantes, dois meias, além de dois atacantes, realizando uma marcação por zona. No entanto, não descartou a possibilidade de a equipe usar o 4-3-3, desde que os atletas ofensivos “voltem para marcar”.

Mas as futuras convocações já preocupam Parreira. Se desta vez ele pôde contar com todos os jogadores que desejou (exceção para o zagueiro Lúcio, do Bayer Leverkusen, contundido) as próximas listas prometem causar problemas com os clubes europeus. “Não quero entrar em atrito seja com clubes europeus ou brasileiros, por causa de convocação”, afirmou o técnico da seleção. “Mas não vou abrir mão de ter o principal grupo na Copa das Confederações.”

A Copa das Confederações será disputada na França, entre os dias 18 e 29 de junho, e deverá ser o último desafio da seleção, antes do início das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2006, previsto para setembro. O problema é que no mesmo período da competição na França, vários campeonatos estarão em sua fase decisiva.

Parreira completará a lista na próxima semana, ao convocar três jogadores que atuam no Brasil. Provavelmente, um goleiro, um zagueiro e um meia.

Marcos, Kaká e Polga devem ser os “brasileiros”

O goleiro Marcos, do Palmeiras o zagueiro Anderson Polga, do Grêmio, e o meia Kaká, do São Paulo, são os nomes mais prováveis para completar, no dia 4, a lista dos convocados Parreira, não escondeu o desejo de fechar a relação dos 22 convocados com um atleta de cada uma dessas três posições. Além disso, pretende manter a coerência e chamar a base da equipe que disputou a Copa de Mundo de 2002.

Mas outros três jogadores, com prestígio junto à nova comissão técnica, poderão ser a surpresa de Parreira: o goleiro Júlio César, do Flamengo, o zagueiro Fábio Luciano, do Corinthians, e o meia Ricardinho, do São Paulo.

Júlio César foi lançado por Zagallo no Flamengo e conta com a simpatia do coordenador-técnico. Fábio Luciano era um dos homens de confiança de Parreira no Corinthians. Ricardinho também esteve no Mundial de 2002, mas Kaká tem a preferência do técnico. “O Kaká é o exemplo mais significativo da nova geração e já foi a uma Copa”, elogia o treinador da seleção.

O volante Kléberson figuraria entre os convocados, mas o fato de estar sem contrato e não vir atuando pelo Atlético-PR influiu na decisão de Parreira, que ontem convocou 19 atletas “estrangeiros”. Inicialmente, pretendia chamar 18.

Parreira já sinalizou que os atletas de clubes brasileiros terão de se esforçar para conseguir uma vaga. Ele não escondeu o desejo de formar um grupo parecido com o da Copa de 2002. Daquela seleção, só sete jogadores estão atuando hoje no País.

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