No dia dos pais, Chiaki dá presente a Vânia

São Paulo (AE) – Dia dos Pais de Vânia e Chiaki Ishii foi adiantado. Chiaki, primeiro medalhista olímpico brasileiro no judô, teve de se despedir mais cedo da filha caçula, que, na melhor tradição dos descendentes de orientais no Brasil, não poupará esforços para manter o bom nome da família no dojô. Só que o pai deixou de lado o famoso jeito comedido e exigente para surpreender a filha com uma carta antes da estréia de Vânia nos Jogos.

“Ele nunca tinha me elogiado. Agora, escreveu que me ensinou tudo o que podia, que acreditava em mim, que tinha orgulho de mim e que era para eu aproveitar o máximo as Olimpíadas”, contou Vânia sobre a carta que recebeu ainda em Portugal, local da aclimatação da equipe olímpica de judô, das mãos da psicóloga da Confederação Brasileira de Judô, Adriana Lacerda. “Isso me tocou muito. Fico arrepiada só de lembrar.”

O gesto pode parecer banal, mas quem conhece o jeito austero de Chiaki entende sua importância. Quando Vânia era criança, ele costumava dizer que, de suas filhas, a caçula era a que tinha menores chances de ser atleta. Depois da conquista do ouro no Pan-Americano de Winnipeg, Vânia ligou para o pai para dar a notícia. Chiaki deu um cumprimento formal, disse que estava com sono e desligou. Em São Domingos, Vânia foi prata no dia dos pais. Chorou amargamente por não ter podido dar o ouro de presente a Chiaki.

Mas Colo Vânia não será a única a carregar uma herança atlética em Atenas. Juliana Veloso, dos saltos ornamentais, também é um caso de amor familiar por esporte. o pai, Júlio Veloso, foi saltador. “Saltei pela primeira vez no colo do meu pai, quando tinha apenas 1 ano. Ele foi meu primeiro treinador e sempre me apóia muito. Se hoje sou atleta olímpica, devo a ele.”

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