“Não tem mané crise nenhuma”, diz Rubinho

Silverstone – Quando menos se espera, Rubens Barrichello parece renascer. Depois de rodar no treino de sexta-feira e ficar em penúltimo lugar, o brasileiro reagiu e ontem fez a pole-position para o GP da Inglaterra, a 11.ª etapa do Mundial de Fórmula 1. Ele era azarão. Por ter não ter feito tempo na pré-classificação, seria o segundo piloto a fazer sua volta lançada na sessão que define o grid. Normalmente, os últimos pegam a pista em melhores condições. Mas ontem não foi assim.

O forte calor em Silverstone, 25 graus durante o treino, fez com que o asfalto fosse aquecendo cada vez mais. Quando Rubens fez seu tempo, 1min21s209, um dedo sensível colocado no chão mostraria que a temperatura era de 34 graus. No fim, batia na casa dos 39. Muito calor acaba com a aderência da pista.

Mas essa é apenas uma explicação técnica que justificaria, por exemplo, o mau desempenho da Williams, em quarto com Ralf (0s518 atrás de Barrichello) e sétimo com Montoya (a 0s872 do brasileiro). Confirma a tese, igualmente, o fato de outros pilotos que fizeram suas voltas na primeira meia hora de classificação, como Cristiano da Matta e Kimi Raikkonen, terem andado bem ? o da Toyota em sexto, o da McLaren em terceiro.

Só que é preciso buscar outros motivos para entender a oitava pole da carreira de Rubens, segunda no ano e segunda na Inglaterra (a outra fora em 2000, a primeira na Ferrari). A verdade é que ele fez uma grande volta e mereceu o resultado. “Hoje ficou provado que não tem mané crise nenhuma”, declarou, rebatendo as críticas que vêm sendo feitas aos seus recentes maus resultados.

Para melhorar ainda mais seu humor, ontem foi o dia de Michael Schumacher, que o desdenhara na véspera, amargar um mau resultado. Último na pista, o alemão abriu bem a volta e chegou a fazer a primeira parcial abaixo do companheiro. Mas no final errou, colocou a roda na grama e ficou apenas em quinto. “Foi uma agonia esperar tanto tempo no boxe”, confessou Barrichello. “Mas foi interessante. Quando você fica ali do lado do pessoal da equipe, começa a ver que tem pessoas que torcem às vezes mais para você, outras para o Michael…”

O GP da Inglaterra, com Rubens na pole, começa hoje às 9h e terá 60 voltas. Os outros brasileiros também se deram bem. Além do sexto de Cristiano, Antonio Pizzonia, da Jaguar, conseguiu o décimo lugar no grid. É a primeira vez que os três pilotos do país largam na frente de seus companheiros de equipe na temporada.

Da Matta é o 6.º no grid inglês

Silverstone – Cristiano da Matta conseguiu ontem a melhor posição de grid de sua curta carreira na F-1. Estreante na categoria, ele larga em sexto. A melhor havia sido uma nona colocação em Montreal. Foi apenas a segunda vez no ano em que o brasileiro superou seu companheiro de equipe, Olivier Panis. E foi com estilo. “Eu tive de andar com o carro-reserva, que nem tinha saído da garagem ainda”, contou. O titular, durante o warm up, 15 minutos antes da classificação, teve um problema mecânico.

Sem poder fazer nenhum tipo de acerto no chassi reserva, pela falta de tempo e também porque não daria para experimentar nada na pista, o mineiro sentou, acelerou e se deu bem. (FG)

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