Na Vila, Tricolor tem rendimento digno de Acesso

O revés para o Ipatinga deixou marcas e trouxe um clima de incerteza ao Paraná Clube. A ponto do técnico Ricardinho admitir uma mudança de “pensamento” em relação ao time. Adepto do futebol ofensivo – e sempre pregando postura única, independente do local da partida -, o treinador já estuda a possibilidade de recorrer a uma estratégia menos ousada nos jogos fora de casa. Até aqui, o Tricolor tem desempenhos conflitantes quando o assunto é mando de campo.

Na Vila Capanema, com o apoio de sua torcida (média de 4.130 pagantes/jogo), o Paraná consegue um rendimento compatível com o acesso: 74,07%. Porém, o desempenho pífio na condição de visitante coloca em xeque o futuro do clube na Série B. Após oito jogos, conquistou somente uma vitória e dois empates, com cinco derrotas. Aproveitamento de 20,83%, “digno” de ZR. Neste quesito, aliás, o Tricolor está entre os sete piores times desta Série B.

Com cinco pontos conquistados fora de casa, está ao lado do América-RN. Logo atrás, vêm Guarani e Barueri (4 pontos), Ipatinga (3), CRB (2) e Guaratinguetá (1). “Temos que mudar essa história. É difícil explicar o que acontece. Como pode o mesmo time, com a mesma formação, ter comportamentos opostos em questão de quatro dias?”, indaga-se Ricardinho, em busca de respostas. No sábado, o Paraná “atropelou” o CRB. Com a mesma escalação, no jogo seguinte, o Tricolor fez a sua pior partida na competição.

“Superamos, inclusive, aquele jogo contra o Goiás. Pois, lá, fomos pressionados. Desta vez, entregamos o jogo”, lamentou Ricardinho, visivelmente inconformado com a apatia de um time que sempre mirou o G4, mas que começa a se afastar perigosamente dessa área de acesso. Hoje, são oito pontos para o São Caetano (4.º colocado). A distância para o líder Criciúma chega aos 14 pontos. “Temos que reagir imediatamente. Não podemos fechar o turno tão longe, senão fica difícil”, admitiu o volante Ricardo Conceição.

Ricardinho, que ontem iria rever o jogo frente ao Ipatinga, não consegue entender o motivo dessa bipolaridade do seu time. Afinal, no interior mineiro, o Paraná teve tudo a seu favor. Tinha pela frente um time frágil, num bom gramado e sem nenhuma pressão das arquibancadas. Mesmo assim, quem mostrou vontade dentro das quatro linhas foi o Ipatinga. “Eles nos superaram exatamente neste ponto: a aplicação”, reconheceu Ricardinho.

Para curar essas feridas, o Paraná só tem um caminho: vencer não apenas o ASA (sábado, em Arapiraca), mas também o Atlético, na última rodada do turno. Com duas vitórias, o Tricolor chegaria aos 31 pontos e voltaria aos trilhos, perseguindo os primeiros colocados.