Na reta final, Tricolor alcança o G10 da Série B

O Paraná Clube voltou ao G10 da Série B. A vitória sobre o Ipatinga, que definiu o rebaixamento do time mineiro, coloca o Tricolor na melhor colocação desde a 17.ª rodada. Curiosamente, foi no jogo contra o Ipatinga, no 1.º turno (ainda sob o comando de Ricardinho) que o declínio da equipe teve início. Sem recursos para investimentos, e tendo dificuldades até para pagar sua folha salarial, o clube saiu da lista dos candidatos ao acesso e passou a figurar numa área de risco.

Veio a mudança no comando técnico, e um trabalho intenso de Toninho Cecílio no sentido de tornar o time mais combativo, apesar das dificuldades financeiras. Em meio a mudanças táticas e trocas pontuais de algumas peças, o treinador conquistou ao menos um fim de ano sem sustos. Com o 2 x 0 sobre o Ipatinga, o Paraná superou o Ceará, chegou à 10.ª colocação e poderá finalizar sua participação neste posto, repetindo 2009. Pouco para o que espera a torcida, dentro de uma normalidade para a temporada anormal que o clube disputou.

Já atuando no fio da navalha por conta da baixa cota de TV no Brasileiro (cerca de R$ 2 milhões) o Paraná sofreu com a ausência de cotas da competição local. Relegado à Segundona estadual, além dos gastos com as viagens chegou a mudar toda a sua estrutura de futebol para o interior por duas vezes – o clube teve um “rombo” de quase R$ 1 milhão em relação a anos anteriores – por não receber a cota de televisão do Paranaense. Por tudo isso, na média a diretoria analisa como uma temporada positiva, onde o clube conquistou a volta à Primeira Divisão do Estado e também o controle de suas categorias de base, antes terceirizadas.

Com a missão cumprida, Toninho Cecílio não se cansa de elogiar o profissionalismo do grupo, que nunca afrouxou, mesmo diante dos atrasos salariais. “Neste último jogo, os atletas não concentraram. Mesmo assim, o time atuou com personalidade e venceu mais uma. Queremos fechar o ano da melhor forma possível e isso passa por mais dois jogos, sendo um deles o clássico local”, destaca o treinador. Cecílio admitiu que num primeiro momento foi contra a decisão de se abolir a concentração. “Os jogadores me convenceram do contrário. Entendi a posição deles e isso não afetou o desempenho de ninguém”.

A preocupação de Toninho está na possível dificuldade que o clube poderá encontrar na manutenção de alguns jogadores. “Sei do trabalho dessa diretoria na busca por recursos. Eles têm credibilidade por tudo que fizeram ao longo do ano e o grupo reconhece isso. Mas, é claro, é fundamental fechar o ano com as contas em dia. Isso dá confiança para que o jogador renove, pois muitos querem ficar”, disse Cecílio. “Sei que não é legal viver essa situação. Mas, tem coisa pior. Difícil é você ficar seis meses em casa, sem que nenhum clube o procure. E esses jogadores sabem valorizar isso e estão honrando essa camisa”, conclui o treinador paranista.