Mundial de F-1 começa hoje com “clones” da Ferrari

Basta um olhar atento. Dos 18 carros que na noite de hoje na Austrália abrem o mundial de Fórmula 1 com a missão de desbancar os dois da Ferrari, pelo menos dez, se fossem pintados de vermelho, poderiam ser confundidos com a última criação de Maranello. A proliferação de clones se justifica. A F2002 ganhou 14 das 15 corridas que disputou. Nada mais conveniente para projetistas desesperados do que copiar o que deu certo.

Toyota, Jaguar, Renault, Williams e Jordan são as equipes que, sem muito pudor, colocaram folhas de carbono sob fotos da F2002 para fazer seus modelos 2003. A primeira fez quase uma réplica. As demais utilizaram conceitos aerodinâmicos que o projetista da Ferrari, Rory Byrne, aplicou especialmente na parte dianteira do carro: nariz alto com súbita curvatura na ponta para manter a maior massa possível perto do solo e, sob o conjunto, uma espécie de cavidade que permite a rápida passagem do ar em fluxos separados, sem criação de zonas de turbulência.

Atrás também há semelhanças. O clássico perfil conhecido como “garrafa de coca-cola”, que começa abaulado no meio do carro e termina estreito, como o gargalo de uma garrafa, junto ao aerofólio, foi acentuado.

São conceitos conhecidos de todos, mas que Byrne, na Ferrari, conseguiu potencializar depois de milhares de horas de estudos em túnel de vento.

Equilíbrio

Pelo menos essa é a intenção de Max Mosley, presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), artífice das mudanças que nos últimos cinco meses bateu de frente com as montadoras envolvidas no mundial e conseguiu aprovar seu regulamento. Ele queria cortar os custos da categoria e acabar com o marasmo das corridas provocado pela superioridade ferrarista. Se será bem-sucedido, o público só vai saber a partir de hoje em Melbourne.

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