A partir deste ano, nas disputas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, não haverá mais reclamações de equipes que, em outras temporadas, se sentiram prejudicadas por atuarem em campos com dimensões maiores ou menores do habitual no cenário do futebol nacional. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) investiu cerca de R$ 2,2 milhões para padronizar os campos de 43 estádios do Brasil que, a partir deste ano, terão que medir 105m de comprimento e 68m de largura.

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Essa padronização deve modificar a preparação dos clubes durante a temporada. Se antes, quando qualquer time teria um compromisso no estádio Serra Dourada, em Goiânia, que era o campo com maior dimensão do futebol brasileiro, havia uma preparação diferenciada. De acordo com o preparador físico do Paraná Clube, Marcos Walczak, os trabalhos de intensidade serão priorizados.

“Em campos grandes, você via os times correndo muito, se movimentando, com uma zona aeróbia baixa de treinamento. Agora essa zona exige mais intensidade durante o trabalho”, explicou o preparador físico do Tricolor.
O responsável pela preparação física do Coritiba, Robson Gomes, até o ano de 2014, quando trabalhava no Goiás, usava das dimensões maiores do Serra Dourada um dos trunfos da sua equipe quando atuava dentro dos seus domínios. Gomes ressaltou ainda que, quando consultado, sempre foi a favor de contar com um campo com tamanho maior do que seus adversários.

“Quando trabalhei no Goiás, procurava tirar proveito disso. Fomos consultados diversas vezes pela administração do Serra Dourada e pedimos que fosse mantido na maior dimensão possível. Era interessante para nós e também pela própria temperatura e umidade relativa do ar em Goiânia”, revelou.

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Melhora técnica

Além da parte física, haverá ainda um ganho técnico para os treinadores com essa padronização das dimensões dos estádios do futebol brasileiro. Walczak ressaltou a importância de treinar em campos com as mesmas medidas dos jogos.

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“Vai ser importante para os técnicos trabalharem, no dia a dia, nas mesmas dimensões dos campos das partidas, fazendo com que o treinador coloque a parte tática dele e a compactação fica muito mais fácil. Antigamente, sempre era realizada uma preparação diferente”, concluiu.

Equipamento

O investimento da CBF nos 43 estádios das Séries A e B do Campeonato Brasileiro contempla, além da padronização do tamanho dos gramados, mas também equipamentos como traves, bandeirinhas de escanteio e bancos de reservas. Os campos que não estavam em boas condições, a entidade máxima do futebol brasileiro, aproveitando da verba do fundo de legado deixado pela Fifa aos países que recebem a Copa do Mundo, receberam maquinários especiais para cortar grama e demarcar as linhas.

O tema ganhou força na entidade quando, no ano passado, o técnico do Atlético-MG, Levir Culpi, reclamou da falta de padronização dos campos. Então, a CBF estou o caso, treinou os responsáveis pela manutenção dos gramados, fez o diagnóstico e, na semana passada, tirou o projeto do papel e banco os custos da padronização dos gramados do futebol brasileiro.