Mosley nega à justiça que orgia tinha “temática nazista”

O presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Max Mosley, negou hoje à Suprema Corte de Londres que sua polêmica "orgia" com cinco prostitutas tenha tido "uma temática nazista".

"Durante toda minha vida recaem sobre minha cabeça os antecedentes (fascistas) de meus pais, e a última coisa que queria é que um encontro sexual me remetesse a isso", disse Mosley aos juízes do Alto Tribunal.

Mosley, filho do falecido líder fascista britânico Oswald Mosley, respondeu "absolutamente não", quando questionado se o caso com as prostitutas teve alguma conotação nazista, como acusou o jornal dominical News of the World.

O presidente da FIA, cujo posto também foi ameaçado pelos impactos do episódio, processou o jornal por difamação e invasão de privacidade, após o noticiário ter publicado vídeos e fotos da "orgia clandestina", descrita como de "temática nazista".

O advogado de defesa, James Price, afirmou que o jornal "espiou" seu cliente que, por sua vez, admitiu ter utilizado o serviço de prostitutas, mas acusou o News of the World por "instrução grosseira".

Mosley processou o jornal londrino, o seu editor-chefe e outros jornalistas, bem como o grupo News Group Newspapers, proprietário do noticiário, por violação de privacidade.

O caso sem precedentes inclui um processo punitivo e um compensatório.

Mosley declarou que a má publicidade em conseqüência da notícia foi totalmente "devastadora" para sua esposa de 48 anos, e "indigna e humilhante" para seus dois filhos.

"Isso não deveria voltar a acontecer e os outros jornais devem aprender a respeitar os direitos dos outros", argumentou Price na Corte.

Por sua parte, o jornal, que também publicou o vídeo em seu site, argumenta que a publicação "foi justificada pelo interesse público".

O jornal escreveu no artigo que Mosley brincou de ser um prisioneiro de um campo de concentração, enquanto as prostitutas atuavam como carcereiras.

A "orgia" ocorreu em um apartamento alugado no exclusivo bairro do Chelsea. 

Diante dos protestos e polêmicas em torno do caso, Mosley convocou uma assembléia da FIA, cujos membros votaram por sua permanência no cargo.

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