Montadoras preparam “golpe? para assumir F-1

Magny-Cours – A crise pela qual passa a Fórmula 1 pode levar as montadoras envolvidas na categoria a antecipar seus planos de criação de um campeonato próprio. Inicialmente previsto para 2008, ao fim do Pacto da Concórdia, o novo Mundial pode sair já em 2004. E com Bernie Ecclestone organizando as coisas.

A notícia explodiu ontem em Magny-Cours, na véspera da abertura dos treinos para o GP da França, 11.ª etapa da temporada. A corrida pode definir o título de 2002 em favor de Michael Schumacher, que precisa apenas vencer e torcer para que nem Rubens Barrichello, nem Juan Pablo Montoya terminem em segundo.

Se conseguir fechar matematicamente a disputa, Schumacher poderá ser o último pentacampeão da F-1 como é conhecida hoje. O campeonato das montadoras parece ser apenas uma questão de tempo.

Hoje a categoria está, financeiramente, nas mãos de bancos credores do KrichMedia, o grupo alemão que comprou 75% da holding de Ecclestone, a Slec, no ano passado. O Kirch quebrou e a F-1 virou mico. As fábricas de automóveis há tempos querem mais poder. E querem, também, uma fatia maior do “bolo? que a F-1 movimenta.

Em tese, as empresas devem respeitar o Pacto da Concórdia, um documento assinado por todas as equipes que garante a estabilidade da F-1 até o final de 2007. Mas como as coisas andam feias, com equipes quebrando e indefinição absoluta quanto ao futuro do KirchMedia na Slec, é bem possível que o Pacto vire pó.

As montadoras criaram, em 2001, a empresa a GPWC (Grand Prix World Championship), para fazer seu campeonato. As líderes do movimentosão Ford (Jaguar), Fiat (Ferrari), Mercedes (sócia da McLaren), Renault e BMW (parceira da Williams). Mais duas fábricas de carros têm envolvimento com a F-1: a Toyota, com seu time, e a Honda, que vende motores para BAR e Jordan. Apenas Sauber, Arrows e Minardi não possuem ligação com a indústria automobilística. As duas últimas estão quase falidas.

Se a F-1 for mesmo “enterrada” pelas montadoras, a nova categoria passará a ser controlada técnica e financeiramente pelas montadoras.

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