Mior é demitido e Lio assume provisoriamente

Durou apenas três meses e 16 jogos a aventura do Atlético de experimentar Casemiro Mior no comando da equipe. Após a derrota para o Coritiba e o fraco desempenho do rubro-negro, a diretoria do clube mandou o treinador embora junto com seu preparador físico, Valdemar Fernandes Jr. O auxiliar-técnico Lio Evaristo assume novamente a equipe contra o América de Cali, quinta-feira, pela Copa Libertadores. Jair Picerni (Guarani), Candinho (Palmeiras), Celso Roth (ex-Goiás) e Paulo Bonamigo (ex-Botafogo) são os nomes especulados nos bastidores. O novo nome deverá ser anunciado nas próximas horas.

"Eu não entendo que o momento é o certo nem o errado. É o momento necessário, não é uma questão de escolha, de calendário. Nós temos que agir de acordo com as nossas necessidades e a necessidade nesse momento era essa", explicou João Augusto Fleury da Rocha, presidente do Furacão. De acordo com ele, o clube precisava criar um fato novo para motivar a equipe numa semana de dois jogos decisivos. "Há necessidade de um novo espírito, de uma nova metodologia de trabalho. Apesar da qualidade do trabalho de Casemiro Mior, não produziu os efeitos que nós gostaríamos que ele produzisse", acrescentou.

Segundo o dirigente, a gota d?água para a queda de Mior foi a derrota no Atletiba, onde ficaram claras as deficiências que a equipe tinha ao atuar. "A metodologia de trabalho que ele utilizou não foi capaz de sensibilizar o grupo de jogadores para realizar as tarefas que ele determinou. Conseqüentemente, não cumprindo as funções que lhes foram determinadas, os jogadores não realizaram bons jogos e não realizando bons jogos não havia sentido mantermos o mesmo treinador e a mesma metodologia", apontou.

Sem Mior no comando, que deixou o CT do Caju ontem, por volta das 16h30, sem conversar com a imprensa, Lio Evaristo assume o comando. Ele dirigirá a equipe contra o América, às 21h15 de quinta-feira, na Kyocera Arena, mas, no domingo, a expectativa é de que o novo treinador já faça a estréia no comando do Atlético. Além do treinador, a diretoria também deverá efetuar uma minirreformulação no elenco. O processo de empréstimos e dispensas deverá ser acelerado e reforços serão contratados para o campeonato brasileiro.

Lio Evaristo pede o apoio da torcida

O auxiliar-técnico Lio Evaristo, interino no comando do Atlético, assumiu o comando da equipe pedindo o apoio da torcida para a partida contra o América, às 21h15 de quinta-feira, na Kyocera Arena. Mesmo sabendo que dirigirá a equipe somente nesse jogo da Copa Libertadores, ele quer entregar o time ao novo treinador reabilitado para buscar o título do Campeonato Paranaense. Para este confronto, dos inscritos no torneio internacional, ele só não poderá contar com o meia Evandro, na seleção brasileira sub-20.

?Eu tenho certeza que os jogadores vão me dar apoio e os torcedores do Atlético também. Eu conheço bem todos os jogadores, sei da minha condição, da minha capacidade e sou um cara que gosto muito do clube e estou aqui para cooperar?, discursou. Ele tem apoio até da imprensa para ter a tranqüilidade necessária para comandar a equipe pela Libertadores. ?Após o jogo, vocês (jornalistas) podem me cobrar o que vocês quiserem. Antes da partida, me dêem o apoio para que eu possa ter forças e confiança para desenvolver o meu trabalho?, pediu.

Ontem mesmo ele já comandou o primeiro trabalho com os jogadores. ?O Aloísio está em condição, o Maciel, o grupo todo para que nós possamos colocar a melhor equipe para representar o nosso clube e buscar a vitória e dar uma satisfação ao nosso torcedor?, vibrou. O provável time para a partida contra os colombianos deverá ter Diego; Danilo, Baloy e Marcão; Jancarlos, Alan Bahia, Fabrício, Fernandinho e Marín; Aloísio e Maciel.

Atleticanos apontam truculência

"Foi um Atletiba tranqüilo", avaliou o coronel Jorge Costa Filho, comandante do esquema de segurança montado pela Polícia Militar para o primeiro jogo da final do campeonato paranaense. O oficial minimizou o incidente ocorrido na saída do Pinheirão, em que torcedores do Atlético acusaram PMs de agressão e de atirar com balas de borracha durante um tumulto.

Conforme havia sido determinado pela PM, a torcida do Atlético saiu imediatamente após o término do clássico, enquanto os coxas-brancas aguardaram 15 a 20 minutos. Mas apenas um dos dois portões do setor destinado aos rubro-negros estava aberto, o que gerou uma aglomeração e o primeiro momento de tensão. O coronel Costa Filho afirma que a abertura do segundo portão era atribuição da administração do estádio.

Já com os ânimos exaltados, alguns atleticanos insistiram em rumar em direção à Avenida Victor Ferreira do Amaral -área de saída dos torcedores do Coritiba. A proibição gerou empurra-empurra que logo descambou para o tumulto.

Os atleticanos acusam a PM de agir com truculência. "As pessoas mal saíam e já levavam borrachada. Também soltaram os cavalos em cima da torcida", disse o funcionário público Juarez Vilela Filho, 27 anos. Segundo o torcedor, um homem que estava a seu lado levou um tiro no peito com uma bala de borracha, apesar de não se envolver no bate-boca. "Quando tentei ver o nome do PM, ele cobriu a farda com a mão e levei um golpe nas costas", acusa.

Para o coronel, é impossível que um jogo com tal volume de torcedores não registre incidentes. "No geral, o clássico foi tranqüilo", disse Costa Filho, que criticou de forma mais incisiva a atitude dos policiais que tentaram impedir o trabalho dos repórteres da Tribuna e da TV Iguaçu. "A ação da PM deve ser feita com transparência e a imprensa está ali para relatar os fatos", afirmou, garantindo que os policiais já foram repreendidos.

Já o torcida Os Fanáticos, maior organizada do Atlético, poupou críticas à PM. Para o vice-presidente da organização, Juliano Rodrigues, houve exagero por parte de alguns soldados, mas a maioria deles apenas cumpriu seu dever.

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