Ministério Público investiga irmãos Perrella

Belo Horizonte – O Ministério Público de Minas Gerais instaurou ontem um procedimento investigatório para apurar a evolução patrimonial dos irmãos Zezé e Alvimar Perrella, respectivamente vice-presidente de futebol e presidente do Cruzeiro. Com base em uma reportagem publicada no domingo pelo jornal Estado de Minas, o promotor Eduardo Nepomuceno disse que há “indícios suficientes” para a abertura de uma investigação sobre um possível “desvio de bens ou enriquecimento ilícito” nos anos em que estiveram à frente do clube mineiro.

A reportagem relatou a sociedade de Zezé Perrella em uma rede de empresas e informou que o dirigente declarou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em 1998, quando se candidatou a deputado federal, um patrimônio de R$ 830 mil, que saltou para R$ 1,94 milhão três anos depois.

O dirigente saiu de uma residência de classe média para morar em uma mansão no bairro nobre da Pampulha, em Belo Horizonte, avaliada em R$ 2 milhões, além de possuir carros importados e até um avião.

O promotor Fernando Galvão informou que a investigação contará com o apoio da Polícia Federal e da Receita Federal. O conselheiro e auditor do Cruzeiro, Euler Mendes Nogueira, é apontado como contador dos irmãos Perrella e teria ligações com algumas de suas empresas.

Outro alvo da investigação é a denúncia de que uma das empresas abertas para viabilizar a parceria entre Cruzeiro e Hicks, Muse Tate & Furst, que vigorou de 1999 a 2002, tem sede no paraíso fiscal das Ilhas Cayman.

Resposta – O vice-presidente do Cruzeiro divulgou nota na qual contestou pontos da reportagem, salientando que foi sócio em empresas de faturamento elevado. Disse que o aumento do capital social citado foi realizado através de “reservas de lucros e correção monetária de balanço”.

Zezé disse ainda que foi o “único dirigente do Brasil a oferecer espontaneamente” seu sigilo fiscal e bancário para a CPI do Futebol e que está fazendo o mesmo com a presidência e o conselho fiscal do clube. Alvimar Perrella não havia, até o final da tarde de ontem, se pronunciado sobre o assunto.

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