Mesmo sem acesso, Tricolor recuperou torcida

O Paraná Clube nunca esteve tão próximo de vencer seu maior desafio e retornar à elite do futebol brasileiro. O torcedor paranista jogou junto com o time, mas teve que conviver com maior frustração dos últimos tempos ao ver o Tricolor ficar pelo caminho e amargar a permanência na Série B por mais uma temporada. Apesar de tudo, 2013 não foi um ano apenas de lamentações. O clube conseguiu se reorganizar em muitos setores e apresentando perspectivas positivas e de crescimento para o próximo ano.

É o que imagina o presidente Rubens Bohlen. “Não temos o que comemorar, ainda. Mas, o Paraná está melhor do que muitos previam e acredito que em breve vamos começar a colher o que foi semeado neste solo árido”, disse o presidente, partindo para o seu segundo mandato. Para o dirigente, a maior conquista foi o resgate da torcida, que há tempos estava afastada e, ao ver um time competitivo em campo, retornou à Vila Capanema e foi um “combustível” importante na campanha. Faltaram quatro pontos para o acesso, mas Bohlen prefere não perder tempo com lamentações.

“Alguns erros ocorreram. Então, temos que aprender com o que aconteceu e buscar um desempenho ainda melhor em 2014”, destacou. Na visão de Bohlen, o desequilíbrio financeiro continua sendo o grande vilão na vida interna do clube. “Você convive com surpresas diárias. E sempre desagradáveis”, admitiu. Foi, por exemplo, o que aconteceu na “venda” da sede Tarumã. Esperava-se que com o leilão da área, o clube quitasse suas maiores dívidas e ainda tivesse um saldo substancial para investir no futebol. “Não foi o que aconteceu. Surgiram novos processos, inclusive do Bacen, e continuamos com dificuldades”, recordou.

Apesar de todos os problemas, o dirigente vê o clube recuperando a credibilidade e se reconstruindo, tanto no social, com a reforma do salão social da Kennedy, quanto no futebol. “Mostramos que essa camisa deve ser respeitada. Faltou pouco, mas vamos seguir lutando”, disse Bohlen. O Paraná, ao longo do ano, conviveu com um custo mensal de R$ 250 mil apenas de ações transitadas e julgadas. Além disso, teve que renegociar uma dívida milionária com o empresário Léo Rabello num processo relativo ao meia Thiago Neves. “Este foi um dos pontos que me fez decidir pela continuidade no cargo. Assumi compromissos e vamos honrá-los nos próximos anos”.

Mesmo em meio à luta pelo equilíbrio financeiro, o Paraná conseguiu bons resultados no futebol. O acesso não veio, mas o presidente acredita que hoje o “carro-chefe” do clube está melhor estruturado e possui uma base que vem sendo mantida. “Quando assumimos, não havia calendário nem elenco. Tínhamos, há exatos dois anos, oito jogadores, sendo quatro goleiros. Hoje, já temos uma base interessante e que ainda será melhorada”, avisou. “Temos dificuldades sim. E não são pequenas. Mas, somos perseverantes e vamos seguir trabalhando para fazer com que o torcedor tenha orgulho de ser paranista”, arrematou Bohlen.