Meninos do Paraná Clube ficam no empate

Poderia ser melhor. Mas o empate de ontem em 1×1 com o Iguaçu, na Vila Capanema, provou que os meninos do Paraná Clube têm qualidades, apesar de alguns ainda não estarem prontos para aparecer no time principal. A estréia no Paranaense com o time ?alternativo? fez o Tricolor perder dois pontos. Mas a torcida, de forma inteligente, poupou os jovens das vaias.

O time, com uma média baixa de idade, tinha como capitão o estreante Ricardo Ehle, apenas 23 anos. A garotada tricolor mostrou muito nervosismo, principalmente nos primeiros minutos. A tensão se reverteu em momentos de desatenção, em excesso de individualismo e na decepção de alguns jogadores, como o volante Mello e os atacantes Léo Neves e Rafael, que ficaram devendo.

Foto: Valquir Aureliano

Atacante Léo teve boas chances, mas não apareceu bem. Garotada paranista acusou nervosismo.

Mas outros mostraram virtudes: o lateral-esquerdo Anderson é muito ofensivo, Jamaika foi uma agradável surpresa e Bruno Iotti é um meia clássico, apesar de individualista na noite de ontem. Pimpão, que entrou no segundo tempo, também se destacou.

Do outro lado estava um time que percebeu a tensão adversária e se aproveitou disso na primeira etapa. Os experientes do Iguaçu ?tomaram conta? da partida, levaram vantagem e abriram o placar com um pênalti cometido por Ricardo Ehle. Aos 19 minutos, Linha cobrou no meio da meta, mas Luís Carlos pulou e a bola entrou.

Foto: Valquir Aureliano
 ?Veterano? do time, zagueiro Ricardo Ehle cometeu o pênalti.

O Tricolor sentiu e a partida ficou complicada. A torcida, sábia, mantinha a calma (mesmo ressabiada) e achava tempo até para chamar o assistente Helanderson Roseira de ?burro? – o bandeirinha cometeu uma mancada imperdoável ao marcar um impedimento após uma cobrança de lateral.

No intervalo, o técnico ?principal? Saulo de Freitas conversou com o seu auxiliar Fernando Tonet. Por isso (ou não), o Paraná voltou melhor na segunda etapa, com a entrada de Pimpão. O meia agitou o jogo e sofreu a falta que levou os donos da casa ao empate. Aos 6 minutos, Bruno Iotti cobrou e, contando com a ajuda do goleiro Rudi, deu números finais à partida.

Dali em diante, o Tricolor pressionou, mas não conseguiu chegar ao gol da vitória, Róbson, que entrou na vaga de Léo Neves, acertou o travessão. E ainda houve reclamação em um lance na área com Ricardo Ehle e o zagueiro Sig. Mas, apesar da luta dos ?meninos da Vila?, o triunfo não veio e a garotada tentará se recuperar no Estádio do Café, domingo, contra o Londrina.

PARANAENSE 2008

1ª FASE – 1ª RODADA

PARANÁ CLUBEÁ 1×1 IGUAÇU

PARANÁ

Luís Carlos; Araújo, Ricardo Ehle; Douglas Henrique e Anderson; Mello (Pimpão), Jamaika, Kléber Lapa e Bruno Iotti; Léo Neves (Róbson) e Rafael (Hamilton).

Técnico: Fernando Tonet

IGUAÇU

Rudi; Willian, Sig e Alex Lopes (Alvim); Erivélton, Jorge Luiz, Dinho, João Paulo (Valdeci) e Bahia; Linha (Afonso) e Tom.

Técnico: Orlando Bianchini

SÚMULA

Local: Durival Britto

Árbitro: Cláudio Luiz Pacheco

Assistentes: Sérgio Aparecido Alessio e Helanderson Roseira

Gols: Linha (pênalti) 19 do 1º e Bruno Iotti 6 do 2º

Cartões amarelos: Ricardo Ehle (PR); Sig (IGU)

Renda: R$ 22.300,00

Público: 3.122 (2.688 pagantes)

Interino garante ?expressinho? em Londrina

A calma do auxiliar Fernando Tonet, mesmo após o empate de ontem com o Iguaçu, demonstra a segurança da comissão técnica do Paraná ao lançar um time inteiro de novos jogadores. A confiança é tanta que não haverá mudança de rota mesmo com o tropeço. Tonet confirmou que o ?expressinho? será usado contra o Londrina, no domingo.

Tonet atribuiu principalmente ao nervosismo o 1×1 de ontem na Vila. ?O time ainda estava inconstante. Acho que a partir da próxima partida o rendimento será melhor, porque já perdemos essa pressão da estréia?, comentou o auxiliar técnico tricolor. Ele gostou da movimentação do time, principalmente no segundo tempo. ?A equipe reagiu bem à alteração e nós crescemos. Gostei da equipe?, disse.

Com isso, está confirmada a utilização da garotada contra o Tubarão. ?Nós vamos com eles, eu acredito que eles darão uma boa resposta?, disse Fernando Tonet, que não descartou, no entanto, a possibilidade de colocar Pimpão como titular. ?Podemos jogar com dois meias, de forma mais ofensiva?, admitiu.

De olho

O presidente Aurival Correia, que tomou posse na terça-feira, assistiu à partida no camarote central. Do outro lado, em uma cabine de imprensa, Saulo de Freitas trocou idéias com Fernando Tonet durante o jogo.

Aurival prioriza restauração do patrimônio. CT volta à tona

Irapitan Costa

Foto: Allan Costa Pinto
Presidente (centro) na cerimônia, ao lado dos vices Márcio Villela e Aquilino Romani: projetos pra Vila Olímpica e sede do Tarumã.

O presidente Aurival Correia – após um mandato tampão de cem dias, quando substituiu o afastado José Carlos de Miranda – assumiu a presidência do Paraná Clube para o biênio 2008/09.

Na condição de cabeça da chapa Aliança Tricolor, ele tem como principal desafio reconduzir o clube à primeira divisão nacional. Esta, porém, não é a única missão do dirigente. Em seu discurso de posse, o presidente destacou a importância do resgate não apenas da imagem do clube, mas também da restauração de todo o patrimônio.

Dentro de quarenta dias estarão findadas as obras de implantação do sistema contra incêndio da Vila Capanema, atendendo às exigências do Corpo de Bombeiros. Durante todo o mês de dezembro, ajustes foram efetuados no Estádio Durival Britto, que assim foi liberado pela comissão de vistoria da Federação Paranaense de Futebol e ontem já sediou o primeiro jogo da temporada. No entanto, projetos maiores devem ser implementados brevemente. O mais importante deles diz respeito à construção de um centro de treinamentos para as categorias de base do Paraná Clube.

Esta questão passará pelo conselho deliberativo do clube. A proposta visa a transferência de toda a estrutura do departamento de formação de atletas para a sub-sede Quatro Barras. Se aprovada, essa situação abriria espaço para que o Paraná Clube remodelasse a Vila Olímpica do Boqueirão para o elenco profissional. Uma solução quase que imediata para os constantes problemas de falta de campo para treinamentos. ?A idéia é preservar o gramado da Vila Capanema para os jogos?, destacou Aurival Correia.

O presidente não descarta, no entanto, a transformação da sub-sede Tarumã em uma espécie de CT provisório para o time principal, enquanto essas obras maiores são viabilizadas. ?São questões que estamos analisando. É inegável que o clube perdeu muito tempo e se descuidou dessas questões, imprescindíveis para o departamento de futebol?, reconheceu Correia. Na solenidade, o presidente -ladeado por seus vices eleitos, Márcio Villela e Aquilino Romani – agradeceu o apoio dos sócios e torcedores nesse momento de transição.

Dois clubes da capital se fizeram representar na solenidade: Rui Wisniewicz, pelo J. Malucelli, e Jair Cirino dos Santos e Ricardo Gomyde, do Coritiba. Também esteve presente o presidente da Federação Paranaense de Futebol, Hélio Cury. ?Somos rivais, não inimigos. Minha torcida é pelo regresso imediato do Paraná à primeira divisão, pois só com os três na série A podemos pensar num futebol paranaense forte?, destacou Cirino.

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