Massoterapeuta é antídoto para tristeza coxa

?Jogou onde?? Essas são as palavras mágicas do massoterapeuta João Gonçalves de Miranda para acabar com a tristeza no CT da Graciosa. Prestes a completar 13 anos de Coritiba e mais de 40 dedicados ao futebol, ele faz a alegria dos jogadores tanto no trato com as mãos quanto com suas tiradas impagáveis. ?Já ouviu o hino usando chuteiras?? é outra que ele não cansa de repetir. Uma brincadeira que não desmerece ninguém e ainda incentiva o sonho que todo jogador tem de jogar pela seleção brasileira. Em entrevista à Tribuna, esse parnanguara de 65 anos conta como começou no futebol e relembra o dia em que chamou Edmundo de ?juvenil?.

Tribuna: Como o senhor começou no Coritiba?

Miranda: Eu entrei na base, no dente-de-leite, depois infantil, juvenil, juniores e, em 1996, fui para o profissional.

Tribuna: O senhor já trabalhava na área?

Miranda: Eu trabalhei 25 anos no Rio Branco e foi lá que eu me alicercei na massoterapia. Comecei lá como gandula, aos 12 anos, e lá pelos 15 me interessei pela massagem e nunca mais saí. O trabalho é estafante, mas muito bom. Tenho o apoio muito grande do Moacir Medeiros (o outro massoterapeuta do grupo principal), uma pessoa muito legal, da diretoria, do técnico e dos jogadores, que me adoram.

Tribuna: Como é a convivência no dia-a-dia?

Miranda: Às vezes tem que alegrar o ambiente porque acontece uma derrota e a gente começa a fazer uma palhaçada tipo ?jogou onde??, que é a minha patente, ?fez gol de bicicleta?. Faço essas brincadeiras com os jogadores para o ambiente ficar bom.

Tribuna: Tem alguma história engraçada?

Miranda: Não tem muitas, mas no Rio Branco tinha uma do Mandrake, que ia jogar e foi obrigado a ir ao banheiro. O técnico o queria, me perguntava onde estava o Mandrake e eu dizia que estava no banheiro. Deu uma disenteria nele até que ele entrou e fez dois gols de bicicleta contra o Água Verde.

Tribuna: E aquela gargalhada para o Edmundo?

Miranda: Isso foi contra o Cruzeiro, o técnico era o Ivo Wortmann, jogaram moedas em cima do banco, e nós estávamos ganhando por 3 a 2. O Edmundo foi expulso e sem querer uma garrafa caiu da minha mão e eu aproveitei para dizer ?ô juvenil? e saiu em rede nacional isso aí. Agora, ele quer me pegar. Ele disse ?um dia vou pegar esse velho?, mas é tudo brincadeira dele. Mas ele não escutou. Se escutasse, seria pior.

Tribuna: O senhor chamou ele de juvenil e ele não ouviu?

Miranda: Não ouviu porque tinham mais de 35 mil pessoas aqui. Se ouvisse iria dar problema. Depois passou em rede e soltaram a minha voz dizendo ?ô juvenil?.

Tribuna: Para fechar, não pega mal ficar fazendo massagem em perna de marmanjo?

Miranda: O pessoal brinca e diz ?você deu o bote?. Eu também trabalhei em clínicas fazendo massagens em nadadores e o pessoal falava de brincadeira ?olha o profissionalismo?.

?São? Rafael é o ex-craque saudado do mês

Na série mensal de homenagens aos grandes jogadores do passado, o Coritiba saúda hoje Rafael Camarota, goleiro titular na conquista do campeonato brasileiro de 1985. ?Cada jogador tem uma história específica, uma característica marcante. O Rafael tem muitas histórias polêmicas, muitas conquistas. Quem comparecer ao jantar com certeza irá gostar?, garante Faisal Brahim, um dos organizadores do evento.

De acordo com ele, a cada homenagem tem crescido o número de torcedores que participam das homenagens. ?A expectativa é que esse número vá crescendo e na homenagem ao Rafael isso deverá acontecer?, projeta. Além de ver um ídolo de perto, a série de jantares também vem se transformando num ponto de encontro de jogadores do passado. O jantar de hoje ocorre no restaurante Cascatinha, a partir das 19h30, e a adesão custa R$ 20,00.

Time

Hoje, o elenco alviverde volta a trabalhar no CT da Graciosa. Para a partida das 16 horas de sábado contra o CRB, o técnico René Simões deverá contar com o retorno do volante Rodrigo Mancha e dos meias Marlos e Caio. A definição da possível equipe, no entanto, só deverá sair no coletivo de quinta-feira, no Couto Pereira, local do próximo compromisso.

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