Enquanto o presidente do Corinthians, Mário Gobbi, concedia entrevista coletiva no CT do Parque do Ecológico, nesta sexta-feira, e reafirmava que o time alvinegro não iria a campo caso o clássico de domingo contra o Palmeiras, pelo Campeonato Paulista, no estádio do adversário, fosse disputado apenas com a presença com a torcida do arquirrival, a diretoria do Palmeiras anunciou que vai enviar a carga de ingressos exigida pelo dirigente. A reviravolta foi comemorada por Gobbi.

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“Quero agradecer ao presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, e ao presidente do Palmeiras, Paulo Nobre. Vamos tratar isso como um equívoco resolvido quando os ingressos chegarem. Que seja um baita clássico”, disse.

Antes de ser avisado que o Palmeiras mandaria os ingressos para o Corinthians, Gobbi acusou Nobre de agir nos bastidores com o vice-presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, para barrar a presença dos corintianos no clássico. “O presidente da FPF não teve pulso e não exerceu o seu poder de dar os ingressos para o Corinthians. O Corinthians não merecer ser tratado como moleque, como foi. O Corinthians tomou um passa moleque do presidente da FPF e do Palmeiras”, disse.

De acordo com Gobbi, o Palmeiras não estava respeitando a regra vigente de dar 5% da cota de ingresso à torcida visitante. “Se o intuito era implantar jogo com torcida única, isso deveria ser feito de uma maneira diferente. Argumentei (com o presidente da FPF) que não era faltando três dias para o clássico, na calada da noite, sorrateiramente, nos bastidores, que ia se mudar uma regra milenar. Clássico sempre teve torcida meio a meio e depois passou para regra do 5%. Na Arena nos recebemos as torcidas do Palmeiras, Santos e São Paulo”, afirmou.

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Segundo Gobbi, o presidente do Palmeiras disse a ele que receber a torcida do Corinthians no clássico de domingo causaria prejuízo ao seu clube. “Paulo Nobre me disse que o estádio dele não foi feito para receber torcida visitante e para isso ele deixaria de vender 12 mil cadeiras. É um prejuízo que ele não pode arcar. Eu disse a ele que o barato poderia sair muito caro”, disse.

Para o presidente do Corinthians, a decisão de impedir a presença de torcedores do Corinthians não vai conter a violência no futebol. Ele acredita, inclusive, que os problemas de conflitos de torcedores poderão aumentar. “Falei que a torcida do Corinthians não aceitaria ficar fora do clássico e isso iria gerar uma revolta muito grande. Você pode até não ter violência no estádio, mas vai ter nos arredores”, afirmou.

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Gobbi também afirmou que se sentia traído por Paulo Nobre. “Fico muito triste com o Paulo Nobre. Tinha o Nobre como meu amigo. Tive o Alan Kardec na minha, não o fiz por respeito e lealdade ao Nobre. Com o Dudu, ele foi ético. Com o Leandro (da Chapecoense), ele falou que nós estávamos no negócio, mas que a comissão técnica queria e eu disse que poderia ser feliz”.