Copa 2014

Mário Celso Petraglia propõe a Arena Atletiba

Vem aí a Arena Atletiba. Para viabilizar a vinda da Copa do Mundo para Curitiba, Atlético e Coritiba concluirão em conjunto a Arena da Baixada, que passará a ser também a casa do Coxa. Loucura? Devaneio? Ou uma solução genial?

A idéia é do ex-presidente rubro-negro Mário Celso Petraglia. Longe da mídia desde que rompeu com a atual diretoria do Furacão, ele decidiu quebrar o silêncio, em entrevista para a revista Ideias, que chega amanhã às bancas.

Em conversa com os jornalistas Denise Mello, Fábio Campana (colunista do Paraná Online) e Carlos Alberto Pessoa, Petraglia pouco fala sobre a situação política do Atlético. As rusgas com o atual presidente do Rubro-Negro, Marcos Malucelli, não foram comentadas.

Petraglia está preocupado com seu mais ambicioso projeto: a vinda da Copa do Mundo de 2014 para Curitiba. Após ser confirmada como uma das sedes do mundial, a cidade enfrenta o desafio de concluir a Arena dentro das rigorosas normas da Fifa.

A obra está orçada em R$ 138 milhões e deve, a princípio, ser executada com recursos privados. Uma tarefa e tanto para o Rubro-Negro, que se recusa a arcar sozinho com um investimento tão alto.

O alerta, que havia sido dado recentemente por Malucelli, é repetido por Petraglia. “Nossos campeonatos são uma Stock Car e a Copa do Mundo exige uma Ferrari. Quem vai pagar por essa Ferrari? Quem é o beneficiado deste espetáculo? É o estado, é a cidade, não é o clube. O Atlético já decidiu: não põe um tostão para a satisfação das exigências da Fifa”, afirma.

O governo federal já avisou que não investirá em estádios. Enquanto isso, governo do estado e prefeitura se dizem impedidos de colocar dinheiro público na Arena, um estádio privado. Qual seria a saída para o impasse?

Debate vai esquentar

Fiel a seu estilo, Petraglia propõe uma polêmica solução. “Uma só Arena para Atlético e Coritiba. Cada um fica com seu centro de treinamento, com a sua administração do futebol, e o nome seria Arena Atletiba. Eles vendem o Couto Pereira, pegam esse dinheiro e a gente termina a Arena. Aí o estádio fica exclusivamente privado”, sugere.

Petraglia tem argumentos para mostrar a viabilidade da idéia. “Quando um joga fora o outro joga dentro, quando um joga sábado o outro joga domingo. Teremos 70 datas por ano para viabilizar. É uma equação geométrica, dois mais dois nesse caso serão cinco ou seis. Senão teremos 35 no nosso e 35 no deles. Terão dois investimentos para serem amortizados e para dividir o uso pela metade.”

O ex-presidente rubro-negro cita um exemplo de estádio dividido por clubes rivais. “Em Munique eles construíram a Allianz Arena. É o estádio oficial dos times TSV 1860 Munique e Bayern de Munique. Ela fica azul quando joga o TSV 1860, e vermelha quando joga  o Bayern”, ressalta.

E a rivalidade?

Mas a histórica rivalidade entre a dupla Atletiba não poderia inviabilizar a idéia? “Precisamos jogar fora a pobreza da aldeia e deixarmos de lado a emoção e a paixão, o fanatismo e a inveja. É preciso trabalhar o futebol, neste momento, como negócio, até para depois aumentarmos tanto o faturamento quanto a paixão”, conclui.