Márcio May se despede do ciclismo

Márcio May, de 35 anos, fez um pedido especial ao paranaense Nilceu Aparecido dos Santos, seu companheiro de equipe, antes da largada da Copa América de Ciclismo, disputada nesta manhã no Aterro do Flamengo. "Vê se ganha a prova. Será o meu presente." Nilceu não desapontou o amigo e chegou em primeiro lugar. O título da equipe Scott/Marcondes César/Fadenp, de São José dos Campos (SP), foi o desfecho perfeito para coroar a carreira de Márcio, que se aposentou depois de 20 anos como profissional.

"Saio vencedor", declarou Márcio, emocionado. A pedido da organização do evento, ele subiu ao pódio para ser homenageado. Ergueu o troféu de campeão, cedido gentilmente por Nilceu, ouviu os aplausos do público e recebeu os cumprimentos dos colegas de trabalho.

Nascido em Salete, cidade do interior de Santa Catarina, Márcio andava de bicicleta para cima e para baixo durante a infância, mas não pensava em competir. Aos 13 anos, costumava reunir os coleguinhas para pedalar em volta da igreja e passou a tomar gosto pelo esporte. Decidiu, então, participar de uma prova de ciclismo em Taió, cidade vizinha, e arrebentou: faturou a medalha de ouro. Com 14 anos, tornou-se vice-campeão catarinense de novatos. Apaixonou-se de vez pelo mundo dos pedais. "A partir daí, não parei mais.

Tantas histórias vieram à mente do ciclista durante a corrida. "Passou um filme a cada trecho." Na largada, parecia um iniciante. Contou que as pernas tremeram e o coração bateu forte. "Uma hora eu tinha que parar." O acidente de carro em que o atleta se envolveu em junho de 2007 influenciou na decisão de sair de cena.

Seu carro capotou na Rodovia Régis Bittencourt. Ele colocou quatro pinos na coluna cervical, ficou dois meses inativo e até hoje sente dores no local. "Tenho medo de cair e me poupo mesmo" admitiu Márcio, que terminou a Copa América na 80.ª posição. "O esporte ajudou na recuperação.

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