O destino pode fazer com que o Paraná Clube inicie a decisão de amanhã – às 18h10, no Pinheirão -, frente ao Grêmio, com um time na teoria mais ofensivo. O meia Marcelo Passos, lesionado, está fora do jogo e o técnico Paulo Campos optou pela entrada do atacante Maranhão na sua vaga. Deixou claro que não pretende alterar a disposição tática do time, o que deve obrigar Maranhão e Marcel a comporem o meio-de-campo. O Tricolor, se perde em qualidade na bola parada, ganha em poder de fogo, numa partida onde só a vitória interessa.
A comissão técnica trabalhou a semana com este foco. “É decisão. Um jogo de vida ou morte”, frisou Paulo Campos. Ainda sem contar com o meia Canindé, o técnico havia definido o time com a mesma formação de ataque da última jornada. Só que no final do treino de quarta-feira, Marcelo Passos sentiu uma fisgada na região posterior da coxa esquerda. Fez os exames ontem e sequer participou do coletivo da tarde. “A possibilidade de recuperação é remota”, disse o médico Rafael Kleischmidt. Mesmo deixando no ar outras duas opções – Fernando e Vandinho -, Paulo Campos deve mesmo confirmar a volta de Maranhão, que não participou das três últimas partidas devido à uma tendinite.
Caso escalasse Fernando, deixaria clara a intenção de priorizar a ocupação dos espaços no meio-de-campo. Se o empate fosse um bom resultado, poderia ainda fechar o time com mais um volante, no caso Messias. A escolha momentânea por Maranhão mostra a pretensão de Paulo Campos de ditar o ritmo do jogo e pressionar o Grêmio, mesmo sabendo que o adversário vem para tudo ou nada. O time gaúcho precisa de seis vitórias nos sete jogos que tem pela frente para se manter na primeira divisão. Nem por isso o Paraná espera um jogo violento.
“Eles vão jogar na bola, pois têm um time de qualidade”, comentou o meia Marcel. Independente da entrada de mais um atacante, Paulo Campos já avisou que manterá o sistema 4-5-1, valorizando o toque de bola dos meias. Assim, Maranhão terá a incumbência de não perder o contato com Cristian e Marcel, mas também de se aproximar de Galvão para que este não fique muito isolado à frente. O Paraná precisa de mais quatro vitórias nos oito jogos que disputará a partir de amanhã e, caso os resultados venham frente aos concorrentes diretos, o caminho poderá ser facilitado.
O Tricolor tem, além de Grêmio, confrontos diretos com Atlético Mineiro, Paysandu e Criciúma. Destes, pega em casa gaúchos e mineiros. “É fundamental que façamos a lição de casa. Com tranqüilidade e com o apoio de nosso torcedor, que tem demonstrado confiança no time. É reflexo das boas atuações”, disse Cristian. O meia, que não marca gols há oito rodadas, tem treinado muitas faltas e espera estar com a pontaria afinada neste sábado. Cristian, que hoje é titular absoluto e um dos destaques do time, estreou no Paraná justamente frente ao Grêmio, no primeiro turno. Ele entrou no segundo tempo, quando o time já perdia por três gols de diferença.
Márcio Rezende dirige o jogo dos reis do cartão
Todos sabem que o jogo de amanhã será movido pela tensão. De um lado, o Grêmio jogando suas últimas cartadas na tentativa de evitar a degola. Do outro o Paraná, em situação um pouco – mas apenas um pouco – mais tranqüila. Com seis pontos de vantagem sobre o concorrente gaúcho, o Tricolor precisa da vitória para não deixar o ritmo cair em sua luta pela permanência na primeira divisão. Se quando equipes do Sul do Brasil se enfrentam os jogos são marcados pela “pegada”, desta vez a tendência é de um clima de muita rivalidade.
O árbitro Márcio Rezende de Freitas terá a incumbência de dirigir a partida que coloca frente a frente duas equipes que lideram o ranking de cartões vermelhos na temporada. O Grêmio é o time com o maior número de expulsões no Brasileiro, 16. O Paraná vem logo atrás, ao lado do Guarani, com 14. Porém, ninguém admite que a partida seja marcada pela violência. “Muitos dos nossos cartões sequer foram merecidos”, lembrou o volante Beto, que por três vezes já foi “premiado” com o vermelho.
Na questão dos amarelos, porém, Paraná e Grêmio somam 91 cartões cada um. O Santos já recebeu 92. O líder em advertências é a Ponte Preta, que já recebeu 117 amarelos. Márcio Rezende de Freitas será assistido por Claudemir Maffessoni e Edmundo Alves do Nascimento, também de Santa Catarina.