O atacante Marcelo não está deixando o Atlético. Quem garante isso é o empresário dele, Pablo Miranda, que tentou esclarecer o texto publicado em uma rede social pessoal do jogador. Depois de ter marcado o gol da vitória do Furacão sobre o Goiás, encerrando um longo jejum no último domingo, o jogador desabafou em sua conta no Instagram.

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O texto é relativamente curto, mas grande parte dos torcedores interpretou parte do que disse Marcelo como uma despedida. “(Agradeço) principalmente ao Clube Atlético Paranaense por esses quase 7 anos de casa, um clube que sempre estará no meu coração por onde quer que eu esteja”, afirmou, depois de agradecer a funcionários e amigos que fez no CT do Caju.

Questionado se o texto foi realmente uma despedida, Pablo Miranda negou. “Não é. Não sabia nem que ele tinha essa conta no Instagram. Fui falar com ele e a intenção do texto é uma despedida do ano de 2014. Amanhã (hoje) ele vai se apresentar e ver se vai jogar nessa partida (contra o Palmeiras, domingo). Ele sentiu um pouco de cansaço muscular então não sabe se vai jogar. A postagem dele foi uma despedida do ano, até porque não tem nenhum negócio, nada de concreto. Eu te garanto”, afirmou.

Resposta aos cornetas

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O desabafo de Marcelo tem relação também às cobranças que recebeu da torcida ao longo do ano. Cornetar é uma prerrogativa do torcedor e de vez em quando vai além da simples crítica. É a crítica pela crítica, muitas vezes sem razão ou explicação. Torcedor que se preza corneta (em maior ou menor intensidade) e boa parte dos atleticanos fez isso com maestria no Brasileirão. Os alvos se alternavam de tempos em tempos, mas o atacante Marcelo foi o preferido.

Aí vem a pergunta: Por quê? O comentarista Guilherme de Paula, da equipe Tribuna 98, responde. “Ele foi questionado pelo torcedor porque foi vítima do próprio sucesso. Marcelo foi protagonista do time em 2012 e revelação do Brasileiro em 2013. Por isso se cobrou atuações do mesmo nível neste ano e ele não teve. Contudo, foi longe de ser um fiasco, de ser um ‘pipoqueiro’, já que foi titular e nenhum atacante jogou mais que ele”, explicou.

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Questionado se a postura do torcedor incomodou o jogador, Pablo deixou no ar que sim. “É uma coisa muito pessoal. O Marcelo, quando chegar a hora, vai poder falar melhor sobre o que ele está sentindo”, disse o empresário, para depois externar sua opinião. “Tem me incomodado bastante. Não consigo entender por que nos últimos jogos está havendo essa cobrança excessiva, principalmente da organizada. Não consigo entender o que aconteceu, o que foi diferente do Marcelo este ano para gerar esse tipo de cobrança”, queixou-se.

O empresário voltou a afirmar que não há nenhuma proposta oficial. No meio do ano o jogador esteve próximo de deixar o CT do Caju para acertar com o Corinthians. Como a negociação não foi concretizada, a vontade de Marcelo em ir para o clube paulista contribuiu para o clima ruim que ele enfrentou no Brasileiro. “Não criamos expectativa, ainda mais depois de tudo que aconteceu na metade do ano. O Marcelo está vacinado e se chegar uma proposta, as coisas só estarão definidas depois que assinarmos o contrato”, concluiu.

Claudinei só pensa no CAP

O técnico Claudinei Oliveira garante que o foco em seu trabalho no Atlético lhe impede de olhar o “contexto” da última rodada do Brasileirão. Por “contexto” entenda-se que uma vitória contra o Palmeiras, aliada a um triunfo do Vitória ou do Bahia em seus compromissos, vai significar o rebaixamento do adversário paulista. Para o técnico atleticano, não será esse jogo que resumirá uma possível queda do Verdão. Por esse motivo, vai decidir o que for melhor para a sua equipe.

Pra vencer

“Vamos para São Paulo jogar para vencer o Palmeiras., Isso é uma coisa óbvia. Não pode passar na cabeça de ninguém entrar no jogo sem pensar em vencer ou tentar vencer ao adversário. Não é esse jogo que rebaixa o Palmeiras, mas sim o conjunto da obra”, disse Claudinei.

A prioridade será a manutenção da programação do Atlético. Com o objetivo de conquistar a 8ª colocação do campeonato (consegue se vencer ou se Santos e Flamengo perderem) o Palmeiras é encarado como um obstáculo. No entanto o que for observado ao longo da semana de treinos pode decidir o que será visto em campo.

“Vamos jogar para vencer, mas vamos priorizar nossa programação. Se achar que temos que tirar jogadores cansados, com risco de lesão, se resolver que temos que antecipar exames médicos e liberar os titulares para um pouco mais de folga, aí eu trabalho pro Atlético. Não para o Palmeiras, Vitória, pra ninguém. Trabalho para o Atlético e vou fazer o melhor para o Atlético”, afirmou. Se tiver que poupar jogadores, o treinador garante que o fará. “Se chegarmos a conclusão que temos que poupar A, B, C, D, E, F e ir com time alternativo, vou. Mas vou com time para ganhar o jogo”.