Manutenção da cota de TV e patrocínio amenizaram queda

Após 16 anos seguidos na Série A, o Atlético teve de reaprender a conviver com a Segunda Divisão. Encontrou na Série B de 2012 um modelo completamente diferente do que o experimentado em 1995. A competição está mais estruturada e mais equilibrada também. Por isso, o Atlético teve algumas benesses que o impediram de ter grandes perdas por causa do rebaixamento em 2011.

A principal delas foi ter preservado integralmente o valor do contrato com a televisão, orçado em R$ 34 milhões. Em anos anteriores, com a queda, um clube perdia 25% do valor integral. Desta vez, o Furacão não precisou encarar esse perjuízo. Com cláusula no acordo assinado ano passado, ficou estipulado que no primeiro ano de descenso a receita se manteria em 100%. Isso permitiu ao Rubro-Negro manter seu caixa inalterado para o futebol.

Mesmo assim, segundo avalia o diretor da Pluri Consultoria, Fernando Ferreira, a perda para um time rebaixado varia entre 8% e 14% de seu potencial de receita, apenas com a desvalorização da marca. “É difícil dimensionar quanto o Atlético perdeu por estar na Série B. Ele não teve perda de receita, mas teve perda de sócios e de público por estar longe da Arena da Baixada. Mas teve exposição maior do que teria na Série A. No fim acaba tendo alguns ganhos também”, explica o especialista.

Porém, segundo Fernando Ferreira, os investidores e patrocinadores aparecem com um pacote menor de ofertas para quem está na Sériei B, o que obriga o clube a trabalhar com orçamentos e receitas inferiores ao que teria na Série A. Este é outro ponto em que o Furacão levou vantagem, pois foi o time de maior visibilidade na Segundona. Sem nenhum dos figurões do eixo Rio-São Paulo na Série B, ganhou status de principal equipe da competição, o que lhe rendeu uma patrocínio com a Caixa Econômica Federal. “Essa posição de clube de maior exposição abriu essa possibilidade. O Atlético conseguiu isso e vai para uma linha que tem o Corinthians. Se estivesse na Série A, como time que não entra no eixo Rio-São Paulo, isso poderia ter sido diferente. Até menos atraente para o Atlético”, avalia o diretor da Pluri.

Jogos chaves

A trajetória do Atlético para voltar à Série B pode ser resumida nos confrontos contra o América-MG. No 1.º turno, marcando a 9.ª rodada, o Furacão perdeu por 3 x 2. Vinha de quatro jogos sem vencer e entrou na zona do rebaixamento. Caiu para a 17.ª rodada. A partida desencadeou fortes reformas no elenco, que culminaram com a recuperação da equipe no campeoanto. Até que três meses, e 20 rodadas depois, o Furacão voltou a encarar o time mineiro, desta vez no Ecoestádio. A vitória por 5 x 4, no dia 6 de outubro, com viradas de placar, um jogador a menos e gol de Paulo Baier aos 49 minutos foi decisiva para a arrancada rubro-negra rumo à Série A.