Mano não se vê como alvo de críticas orquestradas

Alvo de vaias, campanhas na internet e críticas de comentaristas de futebol, o treinador da seleção brasileira, Mano Menezes, afirmou que não acredita numa espécie de complô contra ele. “Não acho que tenha nada orquestrado contra Mano Menezes.”

“É exagerada para com a seleção brasileira. Não individualizo nada. É uma cobrança que às vezes atrapalha. As atitudes são muito mais desenvolvidas com a emoção”, afirmou, em entrevista coletiva hoje, após a convocação para amistosos contra Iraque e Japão em outubro.

Ele reclamou de críticas como as que o deputado e ex-atacante Romário lhe fez. “Continuo pensando que não agrega nada ao futebol brasileiro e à seleção.”

Questionado sobre eventuais conversas com o presidente da CBF, José Maria Marin, a respeito do risco de demissão, Mano declarou: “Não peço, nunca tive o hábito de pedir garantias. Como diz o chavão, “la garantía soy yo’. Sei o que tenho que fazer para estar aqui e permanecer até a Copa do Mundo”.

Ele assumiu a seleção em agosto de 2010, logo após a Copa do Mundo. Foi eliminado nas quartas de final da Copa América de 2011, nos pênaltis, ante o Paraguai, na Argentina, e ficou com a medalha de prata da Olimpíada de 2012 na Grã-Bretanha.

“Ainda não há conquistas. Você precisa ser inteligente e medir [o trabalho] de outras maneiras. Os números estão aí. A seleção vem se firmando em cima de resultados, que não foram com atuações brilhantes porque não foi possível tê-las”, disse.

Ele usou a média de idade de 23 anos dos atletas para justificar a dificuldade da formação da equipe. “Essa oscilação é ainda mais compreensível.”

“É só olhar para o Neymar e ver as transformações por que ele passou nesses dois anos”, declarou Mano, em referência ao principal astro da seleção. Ele acredita que evolução semelhante “acontecerá com esses jogadores nos próximos anos”.

“É ótimo ver o que aconteceu com o Oscar no início da sua trajetória com o Chelsea”, afirmou o treinador, em alusão aos dois gols do meia no empate ante a Juventus, em sua estreia na Liga dos Campeões da Europa. “É ótimo ver o Neymar ganhar mais um título pelo Santos”, acrescentou, sobre a Recopa, ante a Universidad de Chile, ontem.

Espanha

Mano aprovou a ideia do goleiro e capitão da seleção espanhola, Iker Casillas, de as duas equipes se enfrentarem num amistoso. “Seria ótimo se pudéssemos jogar. Seria um grande parâmetro. Já penso que poderíamos fazer um grande jogo.”

Para os duelos contra Iraque e Japão, nenhum clube brasileiro terá mais de um jogador convocado. A intenção é evitar prejuízos aos clubes nas últimas rodadas do Nacional. No último amistoso do ano, provavelmente em 14 de dezembro, ainda sem adversário definido, Mano não irá convocar jogadores que atuam no país.