Malucelli aceitaria presidir Federação

Teoricamente, a prisão de Onaireves Moura não tem relação com seu cargo na Federação Paranaense de Futebol. Embora o cartola apanhado pela Polícia Federal ainda permaneça na chefia da entidade, nos corredores do futebol alguns grupos já ensejam uma mudança no comando da FPF.

Há três caminhos para a saída de Onaireves Moura, reeleito ano passado até o fim de 2008. A primeira é a renúncia. A segunda, seria um afastamento determinado pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) – o que ao menos em teoria pode ocorrer em breve, já que Moura foi indiciado no ?caso Bruxo 2?, que apura a corrupção no futebol local, e pode pegar pena administrativa de quatro anos de suspensão.

A última hipótese é um pedido de intervenção feito pelas associações com direito a voto -clubes profissionais filiados à FPF e regularizados (sem dívidas), clubes amadores de Curitiba da Divisão Especial e 1.ª Divisão e todas as ligas amadoras do interior, num total de aproximadamente 150 votantes. Para tanto, é preciso que dois terços dos associados aprovem a saída do dirigente e indiquem um interventor.

Até agora, o processo do caso Bruxo 2 segue parado e apenas alguns clubes pequenos se mostraram favoráveis à saída de Moura. Mesmo assim, voltou à tona o nome do empresário e presidente de honra do J. Malucelli, Joel Malucelli, que há três meses havia declarado a possibilidade de ocupar o cargo, em entrevista ao sítio futebolpr.com.br. Joel afirma que não deseja comandar a FPF, mas que assumiria a função se fosse convocado – assim como fez quando ocupou a presidência do Coritiba. E já mostra ter uma plataforma pronta caso seja indicado.

Entre as propostas sugeridas por Joel estão a luta pela reativação da Copa Sul-Minas, a criação de um calendário para o ano todo aos clubes alijados de competições nacionais (?e só para atletas menores de 23 anos?) e o plano de profissionalizar a condução do futebol local.

Para Joel, a Federação precisa ter credibilidade para obter fontes de renda. ?A FPF deve ser o carro-chefe e puxar os clubes para negociar com o poder público e o empresariado. Sem organização é difícil conseguir bons contratos com a TV. É triste vermos anúncios na TV para o pay-per-view do Gaúcho, Mineiro, Paulista e Carioca. A culpa é de todos nós, do presidente da FPF e dos clubes?, afirmou.

Outra eventual candidatura comentada nos bastidores seria a de Marcus Coelho, presidente campeão brasileiro com o Atlético em 2001. Hoje atuando como advogado na área do Direito Empresarial, Coelho reagiu com  uma risada à possibilidade de suceder Onaireves. ?Estou sabendo disso agora. Prometi a mim mesmo e a minha família que não voltaria ao futebol, muito menos à Federação. Não sou como alguns, que se perpetuam no poder?, disse.

Até nos corredores da FPF, de forma velada, já se cogitam possíveis sucessores de Onaireves. Um deles seria Almir Zanchi, que por vários anos foi diretor da FPF e até quinta-feira chefiava o futebol do Coritiba. Mas Zanchi é mais um a recusar a cadeira maior da Federação. ?Até aceitaria ajudar, pois o presidente Moura sempre foi leal comigo. Mas neste momento não ocuparia nenhum cargo, vou cuidar dos negócios e da família. Quando você faz um planejamento e pára no meio do caminho, é hora de sentar e refletir?, disse.

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