O Paraná Clube, nos tempos de conquistas, sempre teve seu ponto de sustentação nas categorias de base. Hoje, mesmo distante dos títulos, o Tricolor busca uma guinada histórica a partir da utilização de pratas da casa forjadas no Ninho da Gralha. Quase 60% do atual elenco é composto por atletas do clube. Um número expressivo e exaltado pelo técnico Toninho Cecílio. Tanto que no domingo, 13 dos 18 jogadores relacionados eram oriundos da base paranista, que já foi apontada como um “celeiro de craques”.

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Neste Estadual, comissão técnica e jogadores admitiram que, em determinados momentos, faltou maior qualidade ao grupo. Porém, ninguém duvida que o Tricolor esteja dando um passo importante em relação ao seu futuro. Toninho Cecílio trabalhou com 34 jogadores, até aqui. Destes, 18 são oriundos da base. Este número chega a 20 atletas com as inclusões dos “repatriados” Marcos e Lúcio Flávio. Assim, 58,8% dos integrantes deste grupo vêm de “berço” tricolor. “Tenho certeza que é o maior índice do Brasil”, diz Cecílio.

Diante do J. Malucelli, o Paraná tinha um grupo com média de idade inferior a 23 anos. Isso, levando-se em conta a presença de quatro trintões: Marcos (36), Anderson (32), J.J. Morales (31) e Alex Bruno (30). Na volta à Vila Olímpica do Boqueirão – que por muitos anos foi o CT das categorias de base -, o Paraná apresentou para o seu torcedor atletas como o ala Neto, o zagueiro João Antônio e o atacante Arthur – este, autor de um belo gol, que definiu a vitória tricolor. “Foi uma alegria indescritível. Já estou no clube há dois anos e não via a hora de ter uma chance”, comemorou.

Arthur e Neto estrearam com a camisa tricolor e deram sinais que podem seguir os passos de Júlio César e Carlinhos, já apontados como “realidade” por Toninho Cecílio. “É preciso ter paciência com esses meninos. Não jogar sobre eles uma responsabilidade além do normal. Mas vida de jogador é feita de pressão e o bom é que eles estão administrando bem esse momento”, analisou.

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O treinador sabe que para a disputa da Série B o clube terá que investir em novos valores e qualificar o grupo. Porém, muitos desses meninos deverão fazer parte da campanha no Campeonato Brasileiro. “Vai depender muito do planejamento do clube e do orçamento para o futebol. Mas alguns estão prontos para jogar. Outros poderão até ser emprestados ou treinar com o profissional e jogar na base. É importante que eles não percam o ritmo”, explicou.

A estimativa aponta para a contratação de cinco a sete reforços para a Série B. Mas independentemente dessa readequação, é certo que muitos desses meninos estarão vestindo a camisa tricolor na principal competição do ano. “O foco é este: quero escrever o nome na história do clube, voltando à Série A”, arrematou o zagueiro Alex Alves, que aos 20 anos já fala com a força de um capitão.

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