Lula admite que vai a Pequim em busca de votos para o Rio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu nesta quarta-feira (9) que sua presença na abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, no dia 8 de agosto, terá um objetivo prático: "Cabalar um pouco de votos" para o Rio de Janeiro sediar a Olimpíada de 2016. Após sua participação como convidado da reunião de cúpula do G8, o grupo das sete economias mais industrializadas do mundo e a Rússia, Lula defendeu que a realização da Olimpíada não pode ser um privilégio dos países ricos.

"Cadê o caráter universal dos Jogos Olímpicos? A Copa do Mundo é mais democrática", declarou o presidente na estação de esqui que sediou o encontro do G8, na ilha de Hokkaido, no Japão.

Lula reconheceu que, inicialmente, não planejava aceitar o convite do governo chinês para, em menos de um mês, deslocar-se pela segunda vez do Brasil para o Oriente. Mas considerou que o Rio de Janeiro está em disputa com outros três fortes concorrentes – Chicago, Tóquio e Madri – e que os pesos dos países que decidem não são igualitários. Toda a América do Sul, explicou, conta com apenas quatro votos, o mesmo poder da Suíça. A Itália tem cinco votos e 50% dos delegados do Comitê Olímpico Internacional (COI).

"Teremos de fazer um trabalho duro de boca-de-urna", resumiu o presidente. "O Brasil, até 2016, já virou grande potência", completou. Questionado se presenciaria a abertura de uma esperada Olimpíada do Rio de 2016 como presidente da República – em um novo mandato -, Lula apressou-se a rebater que estaria presente apenas como esportista. "Eu jogava futebol, jogava handebol no Senai e só não joguei basquete por causa da minha bursite".

FUTEBOL 

Pouco antes de receber Lula para um encontro reservado e presenteá-lo com 12 gravatas, o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, avisou que o meia Kaká, do Milan, não deverá compor a seleção brasileira na Olimpíada de Pequim porque "está cansado" e "não quer" assumir essa missão. A jornalistas brasileiros e italianos, Berlusconi, que também é proprietário do Milan, deixou claro que gosta especialmente do futebol de Kaká e de Alexandre Pato – que foi convocado por Dunga depois de o clube dar o aval para sua liberação.

Embora esteja afastado da condução do Milan, por conta de sua eleição para a presidência do Conselho de Ministros da Itália, Berlusconi segue como o proprietário do clube. Aos jornalistas que esperavam o início de seu encontro com Lula, o primeiro-ministro italiano afirmou que o Milan não contratará Ronaldinho porque a operação envolve muito dinheiro – curiosamente, em campanha, havia prometido investir até "100 milhões de euros" para tirar o craque do Barcelona.

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