Luisinho Netto está mesmo indo embora

O lateral-direito Luisinho Netto, 26 anos, está prestes a trocar o Atlético pelo Internacional às vésperas do Campeonato Brasileiro. As duas diretorias já entraram num acordo e só falta o jogador acertar o salário com o clube gaúcho. A ida do atleta para Porto Alegre terminaria um namoro de mais de três meses entre as partes e acabaria com o problema crônico que o Colorado tem na posição.

Ontem, o presidente do Inter – Fernando Carvalho, esteve pessoalmente em Curitiba para tratar da negociação com o colega Mário Celso Petraglia. O maior problema encontrado era a forma de pagamento (não revelado pelos dois clubes) já que os gaúchos passam por dificuldades financeiras. No entanto, Carvalho está contando com o dinheiro da cota de televisionamento e da venda do meia Diogo Rincón para saldar as pendências e reforçar o elenco para o Brasileirão.

Para Luisinho, a transferência só depende agora dos gaúchos. “Se eles aceitarem o que eu pedir, eu vou”, revelou. A ida para a capital gaúcha deixaria o lateral mais próximo da família. Sua cidade natal, Cachoeira do Sul, fica a uma hora de Porto Alegre. O procurador do jogador, Luís Taveira, está tratando da negociação e não deverá encontrar dificuldade para o acerto.

Além do lateral, mais três jogadores deixaram ontem o elenco do Rubro-Negro. Apesar de todas as negativas sobre uma lista de dispensa, que até gerou divergência entre atletas e jornalistas, o primeiro já foi embora. O volante Flávio Luís, que ficou furioso em ler o seu nome entre os possíveis dispensados já foi devolvido para o Palmeiras que é dono dos direitos federativos.

Outros dois que também não vestem mais a camisa rubro-negra são o zagueiro Altair e o meia Donizete Amorim. O primeiro deverá ir para o Grêmio Maringá disputar a Série C enquanto Amorim estuda uma proposta do exterior.

Americanos aproveitam CT para intercâmbio

Gisele Rech

As conquistas do Atlético Paranaense nos últimos anos têm aberto novas perspectivas para o clube. A presença do volante norte-americano Patrick Ianni nos treinamentos do time profissional do clube é uma mostra da grande procura de atletas de vários países para fazer intercâmbio no clube. Nos Estados Unidos, o Atlético tem como “manager” Timothy Folmer, que após conhecer as instalações do CT do Caju está fazendo “propaganda” do Rubro-Negro na terra do Tio Sam.

Folmer faz a divulgação em escolas e universidades norte-americanas e os interessados são recebidos de braços abertos no Atlético.

“Além de proporcionarmos uma ótima experiência para esses atletas, o clube ganha divulgação no exterior e ainda garante investimento externo no CT”, explica o assessor científico de futebol, Oscar Erichsen. ressaltando que cada atleta que vem por intercâmbio paga uma taxa ao clube.

Patrick Ianni, 17 anos, contou com a sorte de vir ao Brasil no período da entressafra do futebol brasileiro, o que deu a ele oportunidade de treinar junto aos profissionais do time. “Como nossos juniores estão de férias, ele pôde treinar com o profissional”, esclareceu Erichsen.

Para Patrick, essa oportunidade está valendo ouro. “É inexplicável o que é poder treinar entre atletas do time campeão brasileiro. O futebol brasileiro é o melhor do mundo e poder estar aqui vai acrescentar muito a minha carreira”, disse à Tribuna. Fã confesso do tetracampeão Dunga, com o qual compara seu estilo, o jogador ainda tem mais duas semanas em Curitiba. “Aprendi muito e vou passar aos meus companheiros”. Segundo o jogador, após a Copa do Mundo de 94, os norte-americanos se apaixonaram pelo “soccer”, como eles chamam o futebol. “As mulheres continuam sendo a maioria dos praticantes, mas com a profissionalização, muitos homens estão aderindo. Antigamente era comum os meninos ter o sonho de ser atletas de basquete ou futebol americano. Hoje muitos já pensam no futebol”.

O jogador foi campeão do torneio de Toulon pela seleção sub-18 norte-americana e é uma das atrações do time de San Juan, da Califórnia. Com qualidade técnica, Patrick chamou a atenção dos membros da comissão técnica atleticana. O técnico Lio, que retornou aos juniores, até gostaria de contar com ele em seu plantel. “Seria complicado viabilizar isso devido aos estudos dele”, lamenta Erichsen.

Nas duas últimas semanas em Curitiba, Patrick espera não só assimilar mais de futebol e da cultura brasileira, como dar algumas dicas aos seus compatriotas que chegaram ontem, os universitários Jonathan e Trevor. “Já sei falar bola, chutar bola, obrigado…”, brincou Patrick, com um sotaque particular. Mas não importa. No país do futebol, a linguagem dos pés pode ser suficiente para a comunicação.

Voltar ao topo