Lúcio Flávio dá adeus ao Coxa e ruma para BH

Agora é oficial. O meio-campista Lúcio Flávio não faz mais parte do elenco do Coritiba. Ele deve chegar hoje a Belo Horizonte, assina contrato e será apresentado como reforço do Atlético-MG para a temporada 2003.

A última investida alviverde, empreendida entre a noite de terça e a manhã de ontem, não adiantou nada. Lúcio vai reencontrar o técnico Geninho, o volante Hélcio e o zagueiro Nem, companheiros da conquista pelo Paraná Clube do Módulo Amarelo da Copa João Havelange, em 2000.

Era até esperado, pois o presidente do conselho deliberativo do Atlético-MG Alexandre Kalil deixou o arbitral do campeonato brasileiro no Rio e seguiu para Curitiba, onde foi recebido por intermediários da negociação. Ele chegou antes mesmo do presidente paranista Enio Ribeiro, que voltou à capital apenas na manhã de ontem.

No Rio, Ribeiro conversara com o presidente coxa Giovani Gionédis, mas o impasse entre pedida e oferta seguiu intransponível. Sem dinheiro para investir em um reempréstimo, o Cori no máximo poderia oferecer jogadores para acertar o negócio (um dos nomes seria Reginaldo Araújo), mas o Paraná tinha uma proposta mais interessante do Galo e o negócio parou.

Portanto, o encontro de Kalil com Enio Ribeiro serviu basicamente para oficializar uma negociação que já era alinhavada há duas semanas. O presidente tricolor foi sondado pelos mineiros, e o procurador Ney Santos foi autorizado por ele a conhecer a proposta – que envolvia, a princípio, a troca de Lúcio Flávio por Alexandre. O jogador do Atlético-MG não quis deixar Belo Horizonte, e a negociação teve que seguir outro caminho.

Mesmo assim, as conversas não pararam, e chegou-se ao ponto dos dirigentes mineiros afirmarem que não mais falariam do caso enquanto o jogador estivesse preso ao Coritiba – mas, nas entrelinhas, confirmavam o negócio fechado. Enquanto isso, os dirigentes alviverdes tentavam a permanência do jogador, conversando inicialmente com Ney Santos.

Só que essas conversas, que incluiriam uma proposta oficial que seria apresentada ontem (e que acabou não sendo), ficaram pelo caminho ante a rápida ação de Kalil ontem. Por uma dessas coincidências, Lúcio Flávio sequer treinou no último dia em que esteve no Coritiba – ele apenas fez trabalho de musculação no CT da Graciosa. Um adeus solitário para uma passagem que se programava para ser histórica, mas que não chegou a esse ponto.

Regular

Lúcio Flávio foi contratado em julho como a grande esperança do Coritiba para o campeonato brasileiro. Apesar de ter marcado seis gols e contribuído com nove assistências (o melhor do quesito na primeira fase da competição), o meio-campista nunca conseguiu ser totalmente aprovado por diretoria e torcida. Lúcio foi bastante cobrado nas partidas finais do Brasileiro, tendo como última imagem vestindo a camisa coxa o erro na cobrança de pênalti contra o Gama. Em seu site pessoal, o meio-campista afirma estar animado em defender o Atlético-MG. “Sempre gosto de jogar em grandes times, e o Atlético é um deles”, diz.

Transferência oficial só acontece hoje

Irapitan Costa

O Paraná Clube só oficializa hoje à tarde a transferência de Lúcio Flávio para o Atlético Mineiro. A transação ficou “engatilhada” após a reunião de ontem, entre o presidente Enio Ribeiro de Almeida e Alexandre Kalil, presidente do conselho deliberativo do clube mineiro. Em meio a crise do mercado nacional, o Tricolor garante uma arrecadação extra com a liberação do meia, numa operação que envolve apenas valores não revelados pelos clubes.

“Já havíamos conversado anteriormente, mas com a inclusão de outros jogadores no negócio. Agora, a transação é exclusivamente financeira”, confirmou Enio Ribeiro. O dirigente disse que o teor da proposta foi repassado ao Coritiba, clube ao qual Lúcio Flávio está vinculado até dezembro. “Como eles têm a preferência pelo contrato em vigência, é justo que tenham a oportunidade de cobrir a proposta”. Ribeiro falou rapidamente com Giovani Gionédis e espera até hoje uma resposta do Alviverde. “Aí sim a negociação poderá ser concluída”.

Alexandre Kalil não teve a mesma postura e ontem mesmo deu entrevistas confirmando a contratação de Lúcio Flávio, por empréstimo, até o fim de 2003. Será a primeira experiência do meia de 24 anos no futebol mineiro. Revelado nas categorias de base do Paraná, ele já esteve no Internacional, no São Paulo e disputou o último campeonato brasileiro pelo Coritiba. O Paraná pretendia vendê-lo, por reconhecer que seu nível salarial hoje é incompatível com a realidade do clube. Mais uma vez, propostas não se concretizaram devido à recessão mundial.

“Confesso que fiquei impressionado com a situação de outros grandes clubes brasileiros. Nunca vi uma crise tão grande”, comentou Ribeiro, que na última terça-feira participou do arbitral que definiu as regras do Brasileirão. “Muitos nos procuraram, interessados no Lúcio Flávio. Mas, todos queriam o empréstimo gratuito, assumindo apenas os salários do jogador”, revelou. Na negociação com o Atlético Mineiro houve também o acerto da questão envolvendo o lateral-direito Bosco, que disputou o Nacional pelo Tricolor, mas está fora dos planos para o ano que vem. O ala veio para o Paraná quando o Galo contratou o volante Hélcio, há seis meses, e tinha contrato até julho do ano que vem.

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