Um gol a 30 segundos do fim do jogo salvou o São Paulo na fria noite deste sábado no Morumbi. Lucas, de fora da área, marcou o gol da vitória tricolor sobre o Figueirense, por 1 a 0, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro. O chute, cheio de curva, enganou Wilson e cessou as vaias que já começavam a serem ouvidas pelo time da casa. Com seis pontos e 100% de aproveitamento, o São Paulo divide momentaneamente a liderança com o Atlético-MG, ficando atrás no saldo de gols.

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Ainda que o time não tenha encantado, Paulo César Carpegiani ganhou pontos com a diretoria. Começou com o jovem Wellington de titular (deixando Rodrigo Souto de fora até do banco), ouviu a torcida e pôs Rivaldo na equipe na volta do intervalo e realizou um dos principais desejos dos cartolas. Ao fim do primeiro tempo, sacou Juan pela primeira vez no ano (antes, só no fim dos jogos) e promoveu a estreia de Henrique Miranda. Junior Cesar havia sido negociado exatamente para dar espaço para o jovem de 18 anos, que foi o melhor do time na segunda etapa.

Se durante a semana Carpegiani desperdiçou dois dias de treinos coletivos para enfim treinar com a formação que entrou em campo neste sábado, para o próximo jogo não faltará tempo. O São Paulo só volta a campo no dia 8 de junho, uma quarta-feira, para pegar o Atlético-MG, em Sete Lagoas. O time provavelmente não terá Lucas, que servirá à seleção até um dia antes. O Figueirense joga daqui a uma semana, novamente às 21h, contra o Atlético-GO, em Santa Catarina.

JOGO MORNO – Buscando ampliar o recorde de partidas consecutivas com a camisa do São Paulo, Rogério Ceni ignorou a lesão que o tirou de campo no segundo tempo da estreia contra o Fluminense, e apareceu como titular da equipe tricolor neste sábado no Morumbi. Contra um Figueirense fechado, só teve trabalho numa falta cobrada por Wellington Nem, aos 35 minutos.

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Outra novidade da equipe era Fernandinho, que ficou mais um mês parado por lesão, voltou fora de forma contra o Avaí, na Ressacada, foi muito mal, retornou para o departamento médico e neste sábado foi escalado na equipe titular. Desentrosado e sem a explosão que caracteriza seu estilo de jogo, o atacante foi ineficiente em todo o primeiro tempo. Como Juan também vivia péssima noite, o lado esquerdo ofensivo do São Paulo inexistia.

Pela direita, Lucas tentava resolver sozinho e quase não contava com Jean, mais preocupado em fortalecer a defesa também desentrosada. Casemiro e Carlinhos, quando se aproximavam dos jogadores de frente, mostravam que não têm o perfil de armador. Faltava claramente um articulador pelo meio. Por isso, com 28 minutos a torcida já cantava em uníssono o nome de Rivaldo.

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Conforme disse Túlio na saída para o intervalo, o Figueirense aguardava um momento de “desorganização” do São Paulo. Por isso, se fechava atrás e atacava pouco. As chances de gol do primeiro tempo podem ser reduzidas a três chutes para fora (dois de Dagoberto, um de Fernandinho) e falta a batida por Wellington Nem.

A torcida tricolor comemorou como um gol quando viu Rivaldo voltar dos vestiários sem agasalho. Ele entraria no time no lugar de Fernandinho, para ser o articulador pedido pelas arquibancadas. De tão ruim que foi o primeiro tempo de Juan, o lateral também ficou no intervalo, para a entrada do jovem Henrique Miranda, de 18 anos.

Com oito minutos jogados, parecia que as alterações haviam sido perfeitas. Rivaldo criara ótima chance para Casemiro e Henrique Miranda descia pela esquerda com arrojo, exigindo até a primeira defesa de Wilson no jogo. Mas a empolgação só com os dois durou pouco. Aos 20 minutos, Marlos já entrava em campo para substituir Carlinhos, em rara noite irregular.

Aí sim o São Paulo cresceu. Logo em seguida, Jean chutou de fora da área e levou perigo. Pouco depois, Henrique Miranda invadiu a área em velocidade e a defesa do Figueira cortou. No escanteio, Casemiro acertou a trave. Mais três minutos e o jovem lateral deu ótima assistência para Marlos na área e o atacante também acertou o poste.

Aos 34 minutos, numa das poucas vezes em que deixou a ponta-direita para jogar no meio, Lucas deu um drible por baixo das pernas do defensor, bateu forte e exigiu ótima defesa de Wilson. Depois disso, o Figueirense cresceu e quase abriu o placar em duas jogadas de área. O gol que decidiu o jogo, porém, foi de Lucas, num chute cheio de curva diretamente da meia-lua.

FICHA TÉCNICA:

São Paulo 1 x 0 Figueirense

São Paulo – Rogério Ceni; Jean, Xandão, Rhodolfo e Juan (Henrique Miranda); Wellington, Casemiro (Marlos) e Carlinhos; Lucas, Fernandinho (Rivaldo) e Dagoberto. Técnico – Paulo César Carpegiani.

Figueirense – Wilson; Bruno, João Paulo, Edson e Juninho; Ygor, Túlio (Pittoni), Maicon e Wellington Nem (Coutinho); Aloísio (Rhayner) e Reinaldo. Técnico – Jorginho.

Gol – Lucas, aos 47 minutos do segundo tempo.

Árbitro – Felipe Gomes da Silva (RJ)

Cartões amarelos – Wellington, João Paulo, Juninho, Maicon, Túlio e Aloísio.

Renda – R$ 234.431,00.

Público – 9.931 pessoas.

Local – Estádio do Morumbi, em São Paulo.