Se o empate contra o Juventude caiu dos céus, o recesso no Campeonato Brasileiro para a seleção jogar também alivia a barra do Atlético. Com excesso de jogadores no departamento médico e suspensos e os erros bobos cometidos contra os gaúchos, o técnico Antônio Lopes vai usar a ?semana cheia? para intensificar os trabalhos e colocar a casa em ordem. Além de acertar os ponteiros, a tendência é de que Aloísio e Dagoberto possam se recuperar de lesões e voltar na partida contra o Santos, programada para o dia 7.
?Nossa equipe ficou devendo. Dentro de casa não podemos deixar isso acontecer. Mas temos de trabalhar forte para que isso não aconteça contra o Santos. Pelo menos, conseguimos um empate?, apontou o atacante Lima. Essa sensação de que o time poderia ter rendido mais foi a tônica após o empate contra o Juventude. ?Nós tivemos muitos problemas, sem dúvida nenhuma. Nada deu certo, principalmente no segundo tempo. Porque no primeiro, o Caetano perdeu algumas oportunidades?, analisou o treinador rubro-negro.
Não só Caetano perdeu oportunidades, mas todo o time deixou a vitória contra os gaúchos escapar e também a chance de subir mais na tabela. Com os três pontos, o Furacão chegaria na 14.ª colocação e ficaria mais próximo do objetivo de lutar por uma vaga nos torneios continentais. Com o empate, o bloco que luta para não cair se aproximou mais. Agora o Atlético ficou a apenas quatro pontos da zona de rebaixamento. Por isso, depois da folga que o elenco terá hoje, o Delegado colocará os jogadores para fazer uma intertemporada.
A partir de amanhã, treinamentos intensificados no CT do Caju. A idéia é colocar todo o grupo em condições físicas ideias. Alguns testes serão realizados, mas a maior parte do tempo será usada pelo Delegado para acertar a equipe. Como Aloísio e Dagoberto podem voltar a trabalhar com bola e Dênis Marques começa a retomar a forma física e o ritmo de jogo, a disputa por uma vaga no ataque deverá se acirrar. O zagueiro Adriano e o meia Cléverson também são opções para o treinador.
Furacão arranca empate no apagar das luzes
O Atlético, embalado por uma vitória fora de casa, via no jogo de sábado, na Arena, a possibilidade real de aproximação à zona de classificação à Copa Sul-Americana. Tinha a seu favor a eficácia de um ataque que nas duas últimas partidas em casa marcara nove gols. Só que o que se viu em campo foi um time desarrumado e incapaz de furar a marcação do Juventude. No fim, o empate por 2×2, – após estar perdendo por dois gols – caiu do céu para o Rubro-Negro.
Foi um primeiro tempo sofrível. Apesar de priorizar a marcação, foi do Juventude a melhor oportunidade de gol, com Marcelinho. O Atlético abusou dos passes errados e com Lima e Caetano – principalmente este – nada produzindo, coube a Ferreira esporádicos lances de velocidade. A pouca produtividade do meio-de-campo fez de Finazzi uma peça nula, ?imerso? entre os três zagueiros do time gaúcho.
Logo nos primeiros movimentos, era perceptível a intenção do Juventude. Sem pressa alguma em reposições de bola, a equipe comandada por Sebastião Lazaroni valorizava cada segundo. Sem espaço para tabelas, o Atlético passou a recorrer a bolas alçadas, mas nenhuma delas para o especialista Finazzi. Foi Caetano quem desperdiçou dois vacilos da zaga adversária, cabeceando para fora. Aos poucos, e com bom toque de bola, o Juventude foi chegando.
E quase abriu a contagem com Marcelinho, aos 16 minutos. Ele tabelou com Túlio e bateu de primeira, à direita do alvo, pela linha de fundo. As equipes reclamaram de duas penalidades, mas corretamente o árbitro nada assinalou. O jogo entrou num marasmo tão grande que nem mesmo a vibrante galera rubro-negra se manifestava. A melhor chance do Atlético surgiu num recuo de Marcão, quando Doni já estava saindo de sua meta, mas conseguiu fazer a defesa.
Foi só a bola rolar no segundo tempo para o Juventude assumir um controle quase que total do jogo. De nada adiantou a entrada de Dênis Marques no lugar do inoperante Caetano. Não fosse um milagre de Diego, aos 16 minutos, e Enílton abriria o placar. O goleiro Doni até levou um susto quando Leandro Moreno tentou cortar e acertou a trave. Mas, com muita precisão nos contragolpes, o time de Lazaroni chegou à vantagem parcial aos 25 minutos. Caíco cruzou, a bola tocou em Marcão e subiu, para a bicicleta de Juliano, no ângulo esquerdo.
Antônio Lopes foi para tudo ou nada e o Juventude agradeceu. Nova jogada de Caíco pela direita e o cruzamento veio nos pés de Enílton, aos 30 minutos, que conferiu. Com 2×0 no placar, o time gaúcho se acomodou. Mesmo assim, o Atlético chegava de forma desordenada e pouco perigo levava a Doni. Isso, até os 43 minutos, quando Marcão cruzou e Schumaker ganhou no alto. A bola ficou para Lima, livre, só conferir.
Com fôlego renovado, o Atlético ?achou? o empate aos 45 minutos. Ricardinho levantou a bola e Dênis Marques tocou de cabeça. A bola desviou de Doni, que vinha saindo da meta e sobrou limpa para Ferreira empurrar pro gol.
CAMPEONATO BRASILEIRO
23.ª Rodada
Local: Arena da Baixada
Árbitro: Paulo Henrique de Godoy Bezerra (SC)
Assistentes: Claudemir Mafessoni (SC) e Alcides Zawaski Pazetto (SC)
Gols: Juliano a 25, Enílton a 30, Lima a 43 e Ferreira a 45 do 2.º Tempo
Cartões amarelos: Paulo André, Ricardinho, Lima, Marcão (JUV), Leandro Moreno
Renda: R$ 142.372,50
Público pagante: 9.419
Público total: 11.081
ATLÉTICO 2 x 2 JUVENTUDE
ATLÉTICO
Diego; Paulo André, Douglas e Danilo; Jancarlos (Schumaker), Alan Bahia, Caetano (Dênis Marques), Ferreira e Marcão; Lima e Finazzi (Ricardinho). Técnico: Antônio Lopes
JUVENTUDE
Doni; Éderson, Daniel e Marcão; Túlio (Lauro), Jardel, Leandro Moreno, Caíco e Magal; Josiel (Enílton) e Marcelinho (Juliano). Técnico: Sebastião Lazaroni


