O juiz de direito José Roberto Pinto Jr. concedeu ontem uma liminar baixando para R$ 15,00 o preço dos ingressos para os jogos do Atlético na Arena da Baixada em “arquibancada”.
O magistrado considerou os R$ 30,00 cobrados atualmente como uma quantia difícil de ser suportada pelos torcedores e levou em consideração o interesse público para proferir a medida. A decisão saiu após uma audiência entre representantes da torcida rubro-negra, o Procon e dirigentes do Furacão, realizada na 8.ª Vara Cível. O clube, no entanto, vai recorrer da decisão e já suspendeu as vendas dos bilhetes para o Atletiba de domingo até as 18 horas de hoje.
Isso significa que os ingressos, a partir de domingo, voltam a custar R$ 15,00? Não, necessariamente. Os advogados do Atlético já estão trabalhando para derrubar a liminar e voltar a praticar os valores estipulados pelo conselho deliberativo para ser cobrados a partir deste campeonato brasileiro. A tropa de choque rubro-negra vai atacar o termo “arquibancada” incluído na liminar. Desde o jogo contra o Figueirense, a Arena não possuiu mais o espaço conhecido como “arquibancada”, local onde era possível os torcedores se sentarem, mas sem cadeiras, nem numeração. O prazo para o clube conseguir desqualificar a liminar assinada por Pinto Jr. vai até o final da tarde.
Se o clube não conseguir derrubar a liminar, nem provar que a Arena não possui mais “arquibancada” e tiver que cobrar apenas R$ 15,00, a venda dos ingressos será retomada amanhã pela manhã nos mesmos postos de venda usuais do clube, que irá definir a forma de compensação de quem já comprou a entrada por R$ 30,00. A venda dos pacotes também está suspensa até que saia uma decisão definitiva.
Aliás, mesmo que o ingresso para Atlético x Coritiba custe apenas R$ 15,00, não está garantido que esse valor seja mantido para o restante do Brasileirão. O clube ainda pode, se conseguir provar através de documentos que mostrem seus custos, que os R$ 30,00 ou outro valor seja a quantia justa para se praticar nos jogos do rubro-negro na Arena da Baixada.
“Nós não esperávamos um outro resultado a não ser de que fosse dada a liminar voltando à situação anterior com o Atlético cobrando ingresso de R$ 15,00 no Atletiba”, analisa Algaci Túlio, coordenador do Procon. Ele ressalta que a entidade, em todos os momentos, procurou o entendimento entre as partes. “Como o presidente do Atlético (João Augusto Fleury da Rocha) não estava habilitado para fazer nenhum tipo de acordo ficou inviabilizada a tentativa de acordo e não restou ao juiz se- não dar a liminar”, aponta. A liminar saiu após ação civil pública encaminhada pelo Procon à Justiça a pedido da confraria Esquadrão da Torcida Atleticana (ETA), E-Atlético.com, torcida organizada Os Fanáticos e @tleticanos Online.
Já o dirigente rubro-negro voltou a ressaltar que a decisão de cobrança de R$ 30,00 foi uma decisão dos conselheiros do clube. “Eu como presidente do conselho gestor não tinha poderes para modificar uma decisão. Conseqüentemente, não tinha poderes para fazer um acordo”, explica Fleury.
Ele acenou com uma nova reunião do conselho para rever os valores, mas não teve sucesso. “Me propus a fazer uma convocação extra do conselho para os próximos dias e discutir eventual proposta. O juiz não aceitou e assim foi decidido”, finaliza.
Daniel não é mais do Atlético
O zagueiro Daniel conseguiu ontem a sua liberação do Atlético e pode negociar agora com o clube que quiser. A liminar foi concedida pelo juiz Valdecir Édson Fossatti, da 11.ª Vara da Justiça do Trabalho, que já comunicou a Federação Paranaense de Futebol (FPF) e a CBF. O jogador pediu a desvinculação do Rubro-Negro alegando a falta de pagamento de cinco meses do FGTS e devido ao clube o estar impedindo de exercer a profissão.
Na reformulação efetuada por Mário Sérgio no início do ano, Daniel foi colocado em disponibilidade e ficou impedido de treinar no CT do Caju. Alguns clubes o procuraram, mas as condições que os dirigentes atleticanos impuseram para liberá-lo foram consideradas absurdas. O Bahia, o Criciúma e o Vasco fizeram propostas.
Vânderson atropela e mata ciclista
A vitória sobre o Paysandu foi de lavar a alma, mas o dia seguinte do Atlético em Belém não foi dos mais felizes. O volante Vânderson foi liberado para passar a noite de quarta-feira com a família, em Castanhal, distante 185 quilômetros da capital paraense. Na volta, ontem pela manhã, acabou atropelando e matando um ciclista numa cidade da região metropolitana. Com o incidente, ele foi detido e continua no Norte resolvendo os trâmites legais.
Segundo o relato do jogador, ele perdeu, por instantes, o controle do carro próximo de uma curva e quando retornou à pista não teve como desviar do ciclista, que viria pedalando na rodovia e na contramão. O volante rubro-negro ainda tentou socorrer a vítima, mas foi ameaçado de linchamento e fugiu para a delegacia mais próxima de Benevides, cidade do acidente.
Logo que foram comunicados, os dirigentes do rubro-negro acionaram o departamento jurídico para efetuar a defesa. “Nós entramos em contato com o doutor Gil Santana e ele está acompanhando o caso”, disse Luís Fernando Cordeiro, coordenador de futebol profissional. Um advogado em Belém foi contratado para também defender Vânderson. O jogador permanecerá em Belém enquanto tiver que prestar os esclarecimentos necessários.
Time
Sem ele, o restante da equipe trabalhou pela manhã ainda em Belém. Os jogadores fizeram um trabalho regenerativo e, à tarde, viajaram de volta para Curitiba. Hoje, todo o elenco se reapresenta no CT do Caju às 15h30, quando o novo técnico, Levir Culpi, começa a trabalhar efetivamente com os atletas.
Para a partida de domingo, o treinador dificilmente poderá contar com o atacante Dagoberto. O jogador sofreu uma lesão na coxa direita na partida contra o Papão. O departamento médico do clube deverá submeter o jogador a um exame de ressonância magnética.
Em compensação, os zagueiros Marinho e Rogério Correia deverão ficar à disposição de Levir. Os dois se recuperaram de lesões e podem voltar no domingo, no clássico contra o Coritiba.