Liédson apela para poder deixar o Corinthians

São Paulo – O atacante Liédson vai se desligar do Corinthians na marra. O jogador contratou Gislaine Nunes, especialista em Direito do Trabalho, para conseguir a sua liberação na Justiça do Trabalho. Ontem mesmo a advogada entrou com uma ação na 54.ª Vara pedindo a liberação de Liédson. Alega que as inscrições para a temporada européia se encerram domingo e que o Corinthians não pode cercear o direito de trabalho do atleta.

De acordo com a advogada, a decisão (uma liminar) deve sair a qualquer momento. “O direito de trabalho de qualquer cidadão é garantido pela Constituição. Por isso, aguardo para breve a liberação”, resume a doutora Gislaine.

Quanto ao contrato firmado pelo jogador com o Corinthians, até 31 de dezembro, Gislaine diz que é um assunto para ser discutido numa outra esfera. “Se o Corinthians tem direito ou não, isso deve ser discutido na esfera competente. O que o clube não pode é impedir o jogador de exercer a sua profissão.”

O atacante foi vendido ao Sporting de Lisboa. Quem negociou a transferência foi o presidente do Prudentópolis, José Alberto Ituarte, que tinha 70% dos direitos federativos do atacante – os outros 30% são do Coritiba, que não participou das negociações.

Na terça-feira Liédson viajou para Portugal e ontem, depois de se submeter aos exames médicos de praxe, assinou contrato por três anos com seu novo clube. No entanto, para ser inscrito pelo Sporting, ele necessita da liberação do Corinthians. Ocorre que o Corinthians quer receber R$ 1 milhão para liberar o atacante.

Por contrato, o Corinthians tem direito a um bônus de 25% da negociação, a partir dos R$ 7 milhões. De acordo com os documentos apresentados pelo Prudentópolis, Liédson foi negociado por 2 milhões de euros. O Corinthians pesquisou na internet e descobriu no site do Sporting que o valor é superior: 3,2 milhões de euros. “O Corinthians só quer o que é de seu direito”, resume o vice-presidente de futebol, Antônio Roque Citadini.

O Corinthians também promete cobrar do jogador tudo o que ele recebeu a mais: cinco meses de salário e os dias que ele não trabalhou viajando para Kiev. Do Prudentópolis, o Corinthians também quer a devolução proporcional dos R$ 600 mil que foram pagos pelo empréstimo do jogador, de janeiro a dezembro.

O primeiro que tentou contratá-lo foi o Dinamo de Kiev. Liédson viajou para a Ucrânia, mas não assinou contrato e voltou ao Corinthians. O segundo interessado foi o Olimpique de Lyon. No entanto, o clube francês não formalizou uma oferta.

Quando o Sporting fez uma proposta, Liédson ficou zangado com a imprensa. Disse que queria ficar no Corinthians. Hoje, está brigando na Justiça para deixar o Parque São Jorge.

A maldição da camisa 5

São Paulo –

Quem acredita na maldição da camisa 5? A maioria dos jogadores do Corinthians diz que não. Mas, ao mesmo tempo, quem passou pelo Departamento Médico reconhece: é muita coincidência. Quatro jogadores que já vestiram a tal camisa no campeonato brasileiro se machucaram: Vampeta, Pingo, Fabrício e Cocito. Alguns, até mais do que uma vez.

O volante Fabrício foi a última vítima: torceu o tornozelo direito no jogo contra o Vasco, quarta-feira retrasada. Não enfrentou o Internacional no domingo e deve voltar ao time na próxima partida, contra o Flamengo. Fabrício foi um dos poucos jogadores que participaram dos treinamentos em período integral. “Hoje (ontem) já treinei forte. Acho que vai dar.”

Fabrício é o dono da camisa número 5. Se voltar ao time no domingo, vai jogar com ela. O volante nem pensa na hipótese de pedir para Geninho trocar o número de sua camisa. Ontem, depois do treinamento da manhã, foi um dos poucos que não correu do assunto. “A coisa está feia para os jogadores que vestem a camisa 5. Está todo mundo se machucando.” O jogador está levando a questão com um certo bom-humor. “O jeito é tomar banho de sal grosso, colocar um galho de arruda na orelha e mandar fazer uma reza brava.”

Ao contrário de Fabrício, o volante André Luiz esbanjou antipatia. Ontem, mais uma vez, o jogador se recusou a conversar com os jornalistas. Por intermédio de um dos assessores de imprensa do clube, mandou seu recado. “É um direito que eu tenho. Só vou falar quando tiver a minha escalação confirmada.”

Geninho não está muito otimista quanto às chances de contar com André Luiz no próximo jogo.

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