Levir diz que Atlético tem potencial, mas precisa deslanchar

O tempo é curto entre uma partida e outra e por isso mesmo o técnico Levir Culpi quer aproveitar ao máximo os treinamentos para fazer os ajustes necessários no Atlético para a seqüência do Campeonato Brasileiro. Após o empate contra o Palmeiras por 0 a 0, sábado, na Arena, a meta agora é voltar a vencer na competição. Para tanto, o grupo volta aos trabalhos hoje à tarde na preparação para a partida de amanhã, contra o Goiás, na Arena. Para esta partida, ele não poderá contar com o volante Alan Bahia e o lateral-esquerdo Marcão, suspensos pelo terceiro cartão amarelo.

“O nosso potencial é muito bom, mas ainda temos muito o que ajustar. A cada partida, vivemos situações diferentes e vamos nos adaptando a cada uma delas”, analisou o treinador rubro-negro. Para ele, o time sofreu demais nas bolas aéreas contra o Paraná Clube e se recuperou contra o Palmeiras. “Estamos corrigindo isso aos poucos e a tendência é melhorar bastante porque alguns jogadores, como o Adriano, ainda estão pegando ritmo de jogo”, destacou.

Hoje à tarde, o comandante atleticano volta a trabalhar com o elenco, onde deve definir os substitutos dos jogadores suspensos e também se mantém o 4-4-2 ou muda novamente o esquema tático. Para o lugar de Marcão, a tendência é a entrada de Ivan, que já vem substituindo seguidamente o titular no Brasileirão. Já para a função de Alan Bahia, as opções podem ser o zagueiro Ígor e a volta ao 3-5-2 ou a entrada de Pingo ou William, que fariam a função de segundo volante, com Bruno Lança mais fixo na marcação.

Especulação

O diretor de futebol Alberto Maculan descartou qualquer possibilidade da ida do meia Adriano para o Cruzeiro. A imprensa mineira chegou a noticiar a possibilidade de Gabiru ir para a Raposa em troca do meia Lima até o final do ano, mas o dirigente disse desconhecer qualquer transação nesse sentido. De qualquer forma, como Adriano só atuou três vezes no nacional (ele pode jogar até seis jogos pelo Atlético antes de se transferir) ainda pode ser negociado com alguma equipe que esteja disputando a competição.

Jogo truncado e poucos ataques. Só podia dar nisso

O Atlético voltou a patinar no Campeonato Brasileiro e só empatou, sábado, com o Palmeiras na Arena da Baixada. Apesar do maior volume de jogo, o Rubro-Negro foi pouco eficiente nas finalizações e ficou no 0 a 0 com o clube paulista. O próximo compromisso do Furacão será contra o Goiás, na terça-feira, também em casa.

Não era um jogo fácil e o Atlético não teve moleza na primeira etapa. Primeiro, pelo gramado escorregadio, que dificultava o domínio e toque rápido, característica do time do técnico Levir Culpi. Segundo, o árbitro da partida foi condescendente demais com os jogadores do Palmeiras e rigoroso demais com os atleticanos. O jogo ficou truncado e as “bolas paradas” se tornaram a principal arma para os dois lados.

O problema é que nem Washington, nem Kahê tiveram jogadas construídas para poderem finalizar. A partida circulou demais pelas intermediárias e poucas vezes passou pelas áreas, tanto a de Sérgio, quanto a de Diego. O lance mais perigoso saiu de um contra-ataque do time paulista. O meia Corrêa avançou pela esquerda, invadiu a área e chutou na saída de Diego. Para sorte rubro-negra, Alan Bahia deu a cobertura necessária ao arqueiro e tirou a bola, para a linha de fundo.

Fora isso, muito pouco. O esforçado lateral-direito Raulen chutou uma bola perto. O zagueiro Marinho tentou de cabeça, mas também não teve precisão, o que aconteceu também com o atacante Kahê. No mais, muita raça, disposição, correria e quase nada mais. Para melhorar a situação e tentar criar mais na meia-cancha, Levir trocou Jádson por Adriano no intervalo.

A mudança pouco alterou o panorama da partida ou, até piorou, pois não teve referência na meia para distribuir a bola. Gabiru correu bastante, mas não ajudou a criar mais jogadas. Pelo contrário, chegou até a se desentender com um companheiro. Melhor para o Palmeiras, que preferiu o antijogo e continuou investindo mais nas faltas do que na criação. Nesse quesito, foi feliz. O árbitro continuou fazendo vistas grossas e entre vários erros para ambos os lados, deixou de expulsar o zagueiro Nen, pelas seguidas faltas.

Quando tentaram jogar, não produziram muito, como no primeiro tempo. A melhor chance, dessa vez, acabou sendo rubro-negra. E, dos pés do zagueiro Marinho, após uma tentativa de bicicleta na área alviverde. Fora isso, uma reclamação de bola na mão, mas dessa vez o árbitro foi bem. No mais, a insistência em tentar jogadas pelo meio e muito individualismo. Assim como na troca de Jádson por Adriano, Levir foi infeliz nas saídas de Marcão (Ivan não acrescentou nada) e de Washington, que vinha sendo a referência e chamava a atenção dos zagueiros. O treinador tomou vaia e Ilan, que entrou, nem tocou na bola, nos minutos finais.

CAMPEONATO BRASILEIRO
Súmula
Local: Arena da Baixada
Árbitro: Wágner Tardelli Azevedo (Fifa-RJ)
Assistentes: Carlos Henrique Alves de Lima (RJ) e Marcos Tadeu Penichi Nunes (RJ)
Cartão amarelo: Raulen, Alan Bahia, Nen, Corrêa, Marcão, Alceu, Marinho
Renda: R$ 215.672,00
Público: 15.668
Público total: 17.576

Atlético 0 x 0 Palmeiras

Atlético
Diego; Raulen, Marinho, Fabiano e Marcão (Ivan); Alan Bahia, Bruno Lança, Fernandinho e Jádson (Adriano); Dagoberto e Washington (Ilan). Técnico: Levir Culpi.

Palmeiras
Sérgio; Baiano (Alceu), Nen, Leonardo e Lúcio; Marcinho, Corrêa, Magrão e Pedrinho (Tiago Gentil); Élson e Kahê (Daniel Martins). Técnico: Estevam Soares.

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