Levir Culpi está pensando em encerrar a carreira

O Atlético deverá ser um dos últimos clubes a ser dirigido pelo técnico Levir Culpi. Após mais de 30 anos no futebol, o treinador, de 51 anos, admitiu ontem que, no máximo, nas próximas cinco temporadas, deverá largar a carreira para se dedicar à família e aos negócios em outras áreas.

A intenção dele é “parar antes de ser parado”. A revelação vem na esteira do desabafo contra torcida e imprensa após a vitória sobre o Fluminense e ele não descarta a possibilidade de continuar no CT do Caju em 2005.

Demonstrando mais tranqüilidade e recebendo o carinho de jogadores da categoria infantil do Rubro-Negro, que o cercaram para pedir autógrafos, ele voltou a manter contato com os repórteres após a coletiva na terça-feira. “Eu vou me programar e estabelecer, mais ou menos, uma meta e espero cumprir. Porque é aquela coisa: eu nunca fiz nada diferente do futebol”, revelou. De acordo com ele, essa é uma decisão muito difícil de ser tomada. “Na hora de parar vai ser complicado, mas eu quero que, antes que me parem, eu quero ver se paro”, destacou.

Quanto a possibilidade de permanecer no Rubro-Negro e encerrar a carreira na cidade onde nasceu, Levir é realista. “Essa coisa está toda ligada com o resultado. Não adianta fazer um contrato de dois anos com o Atlético. É bom e tal, o Atlético é um time organizado, mas se não houver o resultado há um desgaste tão grande que você não resiste”, apontou.

Alertado sobre a intenção dos dirigentes rubro-negros de mantê-lo por algumas temporadas no CT do Caju, o treinador lembrou o exemplo do Botafogo. “O meu contrato era de três anos, lembra disso? Era um contrato diferente, ninguém tinha feito isso. Depois de um ano e três meses teve um desgaste que não foi possível segurar”, analisou. No entanto, ele pode continuar sim no Furacão. “Tudo tem que sair bem. Fazendo um bom trabalho, harmonia entre a diretoria, comissão técnica, atletas. Se acontecer isso, até pode dar continuidade”, pondera.

Sobre as declarações contra a imprensa, Levir manteve o que disse. “A gente passa tanto tempo ouvindo algumas coisas de algumas pessoas que, às vezes, é bom deixar que essas pessoas ouçam também algumas coisas”, atirou. Levir não quis dar nomes aos bois. “Na verdade, eu nunca generalizei. Eu sempre disse parte da imprensa, mas, de um modo geral, todo mundo erra, assim como eu”, finalizou.

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